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26 de abril de 2024

Responsável: Constantino K. Riemma


Jung - Sincronicidade e Tarô
Glória Marinho
O símbolo abrange o objeto em suas relações dinâmicas e qualitativas. Como um todo e como parte de uma observação cíclica, que une o que já passou com o que está por vir”
Mary Stander
Sobre a Sincronicidade, veja o que diz Jung no prefácio da edição do I Ching - O Livro das Transmutações, traduzido por Richard Wilhelm:
“...quem quer que tenha inventado o I Ching estava convencido de que o hexagrama obtido num determinado momento coincidia com esse momento tanto em qualidade quanto em tempo. Para ele o hexagrama era o intérprete do momento no qual era tirado - mais que as horas do relógio ou as divisões de um calendário -, uma vez que o hexagrama era compreendido como sendo o indicador da situação essencial que prevalecia no momento de sua origem”.
“Essa suposição envolve um certo princípio curioso que denominei sincronicidade, conceito este que formula um ponto de vista diametralmente oposto ao da causalidade. A causalidade enquanto uma verdade meramente estatística não absoluta é uma espécie de hipótese de trabalho sobre como os acontecimentos surgem uns a partir dos outros, enquanto que, para a sincronicidade, a coincidência dos acontecimentos, no espaço e no tempo, significa algo mais que mero acaso, precisamente uma peculiar interdependência de eventos objetivos entre si, assim como dos estados subjetivos (psíquicos) do observador ou observadores.”
Jung - Sincronicidade e Tarô - I Ching
Ilustrações em  www.grupomeiodoceu.com  e  www.iching.com.br
Para o meu conhecimento, a Intuição e a Sincronicidade sempre fizeram parte da relação entre o consulente e o tarólogo na tiragem das cartas como se fosse um casal harmônico. Por outro lado, mesmo sem adotar o olhar psicológico no nosso métier, é sabido que a psicologia das profundezas estuda o significado das forças sociais e históricas ao lado da psicologia propriamente dita. Sabemos de antemão que toda a obra de Jung reflete uma compreensão melhor das limitações racionalistas e procura, na maioria das vezes, meios para superá-las.
Uma terapia Junguiana, por exemplo, fragmenta e depois sintetiza os dados em busca da aplicação racional da psicologia. Para tanto utiliza as questões do simbolismo do inconsciente, como os sonhos, as sincronicidades e a imaginação ativa. Sei disso porque já fiz uma terapia deste tipo. É o que chamamos de Psicologia Analítica.
Na linguagem Junguiana o arquétipo é um padrão inato do comportamento humano em determinadas situações da vida, expressando-se através de símbolos. É o que vemos nas representações das cartas do Tarô, porque no pano de fundo de nossas experiências mundanas, muito mais do que gostaríamos, é arquetípico. Isto é, somos guiados, quer queiramos ou não, pelos arquétipos.
É assim que fazemos as nossas escolhas, criamos e recriamos nossos recursos de sobrevivência social, emocional, com nossos pensamentos, nas várias solicitações da vida. No entanto, precisamos nos policiar para não cair em excessos nas interpretações. O próprio Jung alertava seus alunos para serem eles mesmos e não uma cópia do mestre.
O termo “sincronicidade” pode ser entendido tanto pelo lado esotérico como pelo exotérico. É uma combinação de opostos onde o estado de consciência é colocado no nível intuitivo e, por outro lado, desenvolve o entendimento da presença da Sincronia no Universo, o que, para nós tarólogos, nem é tanto racional.
Jung, ao mesmo tempo em que explicava o termo, utilizava o raciocínio da física, tal como ele se referiu à sincronicidade no prefácio do I Ching. Para ele, a importância deste entendimento se estendia ainda para a Astrologia, visualizando as descobertas em culturas antigas, com o sentido das experiências humanas.
A Sincronicidade pode ser aplicada na alquimia, no Tarô e em culturas antigas através do Zen. Jung dizia que se poderia ver uma descrição das paisagens interiores da alma verbalizando a percepção simbólica, como aconteceu com a história do besouro verde aparecido numa consulta.
Diz Ira Prosoft: “Assim sendo, a Sincronicidade é importante para atuar nos dois níveis – teórico e prático. No nível teórico, abre-se uma dimensão complementa de Consciência, no que concerne à natureza das experiências humanas no Universo em expansão; no nível prático, aponta caminhos para o entendimento destas experiências.”
Focalizando no Tarô, vemos, no sentido prático, a vivência de alguns aspectos das experiências dos consulentes. Isto acontece quando a intuição do tarólogo age compreendendo o que está por trás das descrições das cartas.
Para entendermos melhor o conceito da Sincronicidade é preciso atentar para três aspectos:
  • Fundamentos
  • A teia da causalidade
  • Funcionamento
  • Os fundamentos se baseiam na intuição e na interpretação das representações arquetípicas das cartas. O entendimento específico, acontece muito além da causalidade. O funcionamento resultará do entrelaçamento dos demais itens, sob a consideração dos conceitos Junguianos, sem a pretensão de uma postura psicológica na avaliação do resultado da tiragem das cartas.
    No final de minha pesquisa, minha mente sintética, reuniu várias modalidades, como Tarô Coaching de Celeste Rodrigues (por exemplo, para uma metodologia mais simplificada), os livros de Nei Naiff, os livros de Jung e ainda outros como Jodorowsky. Surge daí O Tarô Analítico Junguiano.
    Confira essa mesma designação em outras fontes: http://www.clubedotaro.com.br/site/r69_Rafael_Tarot_Analitico.asp [Nota do Editor]
    Os objetivos dessa abordagem:
  • Examinar as cartas individualmente em busca de orientação
  • Conhecer melhor a si mesmo para evitar projeções nas situações externas
  • Desenvolver uma reflexão programada além do momento da tiragem de cartas
  • Elucidar a compreensão em seus relacionamentos e situações que a vida oferece
  • Rever o passado sempre pensando em evitar os erros do futuro.
  • Aprender a fazer boas escolhas na vida.
  • No método da tiragem das cartas, podemos dar os seguinte passos:
  • Consultar sempre o I Ching com a pergunta principal.
  • Com todas as cartas usamos o Método Europeu
  • Finalizando com a numerologia para a descoberta dos arcanos do crescimento e do ano em curso.
  • Quanto às modalidades das tiragens, cabem:
  • A partir de 3 cartas
  • A Cruz Celta
  • A Mandala Anual
  • Glória Marinho é historiadora e antropóloga formada pela UFPE.
    Atende pessoalmente, seguindo a linha junguiana: glorieta@bol.com.br
    Outros trabalhos seus no Clube do TarôAutores
    Edição: CKR – 23/10/2019
      Baralho Cigano
      Tarô Egípcio
      Quatro pilares
      Orientação
      O Momento
      I Ching
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