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     |  Quem tem medo do tarô? | 
    
   
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         Leonardo  Cassanho Forster   | 
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     | A imagem foi a  grande linguagem da Pré-História, da Antiguidade, da Idade Média, do  Renascimento, do Barroco, do Neoclassicismo, do Romantismo, do Realismo, do  Simbolismo, do Impressionismo, do Neoimpressionismo e de tudo o que veio  depois, inclusive nesta era de ícones nas telas dos smartphones. A imagem é a  grande linguagem dos sonhos, a mãe arcaica de todas as metáforas e a  matéria-prima da imaginação. | 
    
   
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     | O tarô, sendo um  conjunto de cartões (cartas) de imagens, é um livro pictórico cujas  possibilidades de leitura são infinitas, porque é possível combinar capítulos  distintos e trechos distintos de capítulos entre si com imensa possibilidade de  sentidos, embora o assunto seja sempre o mesmo: o ser humano.  | 
    
   
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     | O Ás de Espadas entre pinturas de Nora Huszka e Salvador Dali | 
    
   
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     | Há quem diga que  suas 78 cartas correspondem a um homem/mulher cortado(a) em 78 pedaços,  semelhante ao mito de Osíris. Cada pedaço, portanto, diz respeito sempre ao  mesmo personagem, o ser humano. Assim, cada pedaço tem seu sentido próprio e se  liga com todos os outros de diferentes formas. Por isso, ler o tarô é, antes de  tudo, ler-se; interpretá-lo é partir do princípio de que existe um sentido e  lógica na ação, pensamento e emoções do homem. | 
    
   
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     | Infelizmente é comum  ignorar-se que o tarô está impregnado de conceitos platônicos, gregos,  judaicos, cristãos e do cotidiano de povos do oriente médio, o que fez dele uma  grande enciclopédia do Renascimento italiano e depois europeu. | 
    
   
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     | No século XX, com  contribuições da Psicologia, declarou-se que o tarô reflete a história da  grande jornada humana individual e de um universo psicológico riquíssimo a ser  investigado. | 
    
   
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     | O tarô, portanto,  não é um bicho-papão, é só mais uma produção cultural, artística e filosófica  do homem, cujo conhecimento merece ser estudado e divulgado. Como oráculo,  talvez sua contribuição mais rica a quem o utiliza não diga respeito exatamente  ao que se procura ver revelado acerca do que está fora, no mundo objetivo, mas  ao que habita o universo íntimo ainda a ser explorado e conhecido, cuja ação  dos mecanismos intrincados de ordem emocional e psicológica transformam-se no  oceano de causalidades do ser a impactar sua vida e produzir seus efeitos no  mundo. | 
    
   
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     | Por fim, a fala muda  e inicial do tarô – parodiando a esfinge que desafiou Édipo – é sempre a mesma:  "Decifra-te ou ignora-me!". | 
    
   
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