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     | Quando o Mago encontra o Dez de Paus | 
    
   
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     | O excesso de vontade de realizar pode tirar o foco e trazer desconexão  | 
    
   
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     | Mesmo sem sabermos ao certo a origem do Tarot – e de fato, as cartas mais antigas, que chegaram ao  conhecimento geral, datarem do século XIV – suas revelações continuam muito  atuais, dialogando com a condição humana. Um dos motivos para o tarot falar tão  bem a linguagem da alma, a meu ver, vem da relação que ele faz com os quatro elementos. | 
    
   
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     | Em várias tradições esotéricas vemos o paralelo entre  fogo, agua, ar e terra, presentes dentro e fora de nós. No Tarot, a referência  é clara quando falamos dos arcanos menores, mas nos arcanos maiores esta  relação também pode ser evidenciada. O Mago, por exemplo, arcano de número 1, mostra que tem todos os elementos à disposição. Na sua mesa, temos os símbolos  dos naipes de paus, copas, ouros e espadas; referentes ao domínio dos elementos fogo (energia), água (sentimento), terra (matéria) e ar (mente). É com o  auxílio desses elementos que o Mago realiza a sua obra.  | 
    
   
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     | O Mago no Tarô Rider-Waite-Smith | 
    
   
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     | O número 1 indica que ele exerce a sua vontade, a sua  individualidade no mundo. Sua capa vermelha também mostra que ele é um sujeito  de ação, energia, paixão. É dessa energia que ele reveste a roupa branca,  passando a mensagem de que por baixo de toda a vontade, existe uma profunda  espiritualidade. Seu gesto ainda mostra uma antiga fórmula da Tábua de  Esmeralda (Tabula Smaragdina) de Hermes Trismegisto: "O que está no alto é  como o que está em baixo, e o que está em baixo é como o que está no alto para  realizar o milagre da Unidade". O Mago, em profunda conexão com o todo,  espelha a vontade divina em suas ações.  | 
    
   
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     | Mas qual a relação do mago com o 10 de Paus? O que chama  a atenção aqui, é que o mago segura um bastão, uma espécie de varinha. Símbolo  da vontade, assim como o fogo, este instrumento de magia geralmente é  confeccionado com o galho de uma árvore como salgueiro, sabugueiro, carvalho ou  macieira, ou seja, com um pau. Por mais que o mago possa acessar todos os  elementos, seu domínio é no reino do fogo. | 
    
   
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     | Além disso, toda carta do tarot – como nós – possui uma dualidade. O Mago também pode ser alguém que coloca a sua  vontade em primeiro lugar, alguém que manipula, que engana por meio do  ilusionismo. O bastão que segura é símbolo do poder que usa para exercer sua  influência. Se o Mago usa o poder a serviço do ego, seu bastão pode se tornar  um fardo. | 
    
   
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     | É aí que o Mago encontra o 10  de Paus. | 
    
   
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     O Dez de Paus no Tarô Rider-Waite-Smith e no 
       Tarô de Marselha restaurado por Camoin e Jodorowsky | 
    
   
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     | O número 10,  sobretudo no tarot onde o 10 é marcado pela Roda da Fortuna nos arcanos maiores  e fim da série numérica nos arcanos menores, mostra que algo chegou a sua  potência máxima e agora será transformado. Quando a vontade (paus) chega a um  excesso, ela se torna um fardo. É aquela pessoa que quer realizar tanta coisa  que acaba não se contentando com o que tem. No final, não consegue se dedicar a  nada inteiramente, diferente da conexão sugerida antes pelo mago. É fazer algo  por obrigação.  | 
    
   
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     | Neste caso, a vontade divina cede  lugar ao ego. Às falsas crenças de que devemos nos sujeitar à vontade dos  outros para sermos aceitos, de que devemos trabalhar muito mais do que  conseguimos para sermos valorizados, ou de que precisamos de muito mais do que  temos.  | 
    
   
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     | O Mago traz a mensagem da plenitude  em si mesmo, mas também da concentração sem esforço. Em alguns baralhos, ele  parece jogar. A concentração é uma espécie de jogo, acaba se tornando diversão.  Quanto mais foco tivermos, mais fácil será manipular os elementos à disposição. | 
    
   
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     | E voltando ao 10  de Paus, ele tem seu lado positivo. Considerando que o 10 é o número 1 em uma  oitava maior, ele pode ser o acúmulo da vontade a uma tensão que vai eclodir em  algo novo, puro e mais conectado. No Tarot de Marselha, por exemplo, é a  primeira vez que vemos uma flor branca no naipe de paus. Esta flor, semelhante  a uma flor de lis, assim como o lírio, revela pureza e renovação  espiritual.  Junto às rosas vermelhas, símbolo  universal da paixão, as flores brancas enfeitam o jardim do Mago. A dica aqui é  ter foco no que realmente importa e como uma flecha, ir direto ao alvo. | 
    
   
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