Home page

19 de abril de 2024

Responsável: Constantino K. Riemma


Processamento sincrônico e as 78 células taróticas
Cláudio Carvalho
2018 ©
Um pouco da matemática clássica e pitagórica no Tarô
Após décadas de estudo, e segundo minha percepção do que seja o tarô e suas múltiplas formatações, é preciso dizer que a perspectiva tarótica deve ser em parte levada para um processo mais científico, sequencial e reflexivo.
Por isso mesmo, após refletir sobre esse outro lado de minha pesquisa, e que de antemão, digo com plena consciência, que não conflita com o desdobramento místico que o tarô pode ter em determinados nichos, achei necessário escrever como uma célula do tarô interage com o praticante e/ou tarólogo durante uma prática pessoal, consulta, apenas pela contemplação e etc.
Dessa vez, tentarei expor através de minha experiência pessoal, e por meios mais ou menos científicos essa interessante inteiração.
Primeiramente, pode se observar o tarô através de sua historiografia que houve uma sucessão de transformações e várias alternâncias no número de células, não entrarei aqui nesse mérito, porque já existem vários escritos sobre a diversidade de células ocorrentes desde os paleo-tarôs até pelo menos aos meso-tarôs.[Dou essa denominação aos baralhos elaborados em três fases históricas do tarô: paleo-tarô (baralhos dos séculos XIV-XVI); meso-tarôs (baralhos dos séculos XVII-XVIII) & neo-tarôs (a partir do século XIX). Falo mais sobre essa linha do tempo num escrito ainda não publicado.]
Delfos, a cidade grega do célebre oráculo
Gravura restaurada por Albert Tournaire disponível em www.be.wikipedia.org
Independente das variações, como falei acima, vejo o tarô com suas 78 células uma numeração perfeita em todos os sentidos, desde sua harmoniosa combinação e conexão entres as células, até o seu conteúdo que trabalha com níveis de percepção de cada profissional.
Como se sabe, o tarô é distribuído de maneira regular com suas 78 células que são divididas em 22 ATUs ou Arcanos Maiores, 40 Arcanos Menores, e 16 Realezas. Mais uma vez, não estou determinado aqui em expor sua historiografia, de quem veio primeiro, os ATUs ou Arcanos Menores entre outras coisas, não, isso não vem ao caso nesse artigo. O que me chama atenção é sua matemática, seja convencional ou pitagórica é de grande coerência e magnitude. [A matemática pitagórica, ainda que em termos históricos, está inserida na matemática clássica, mas por ser filosófica e mística em sua essência, se diferencia da matemática ordinária.]
Pitágoras na gravura Remondini.
Pitágoras
Gravura de Remondini em www.commons.wikimedia.com
Quando a escola pitagórica declarou que “todas as coisas são números”, esta apresentou ao mundo helênico que os números são muito mais do que um objeto da matemática em que conceitua uma contagem, ou descrever quantidade, ordem e medida. [Tα όλα τα πράγματα  είναι αριθμούς – “Como todas as coisas são iguais aos números, a unidade, criando o sistema numérico, criou o universo natural.”]
Números ou arithmos, segundo a escola pitagórica, são arquétipos que apresentam inúmeras possibilidades de entendimento & consequentemente, interpretação. Contudo, o conceito sobre arithmos, é muito bem explicado por uma pitagórica em essência. Lília Palmeira em um escrito não publicado fala sobre os arquétipos:
 
“Além de determinar quantidades, a linguagem dos arithmos estabelece a analogia simbólica da manifestação qualitativa da realidade.”
“Pois número se relaciona a quantidade e a Arithmologia é totalmente qualitativa. Para Pythágoras o Conhecimento em si é místico porque é adquirido por meio da rememoração da Psiquê (Ψυχή) de suas existências anteriores e de seus encontros com o mundo dos deuses e da música cósmica.
Toda arithmologia tradicional se fundamenta na Unidade e suas frações e depois no retorno à Unidade. Tudo que emana do Uno ocorre pelo seu fracionamento e nos aparece em volume, pois é só pelo volume e pela duração que as coisas se tornam para nós sensivelmente compreensíveis.
Toda forma pode ser expressa por arithmos que, tal como os “arquétipos divinos”, estão ocultos na estrutura do universo e só se manifestam a quem busca conhecimento e sabedoria ao mesmo tempo. Os arithmos são os arquétipos mais puros que introduzem a compreensão do Cosmo, que é o “Mundo ordenado”. Assim sendo a compreensão da Ordem Matemática, isto é, do Cosmo, passa por uma compreensão intuitiva do arithmo.”
 
A explicação dada por Lília, é de fundamental importância para se entender o Tarô em suas camadas mais profundas. A partir dessa mudança de paradigma, em que a ordem da matemática é a mesma ordem que o Cosmo, se apresentando [clara]mente para todos que se abrem para tal perspectiva, o Tarô passa a ser compreendido de forma diferente do habitual.
Um processo matemático simples, mas que carrega profundidade em sua estrutura, pode ser observado na seguinte soma onde as 78 células são multiplicadas pelos dois números que compõem seu valor. Assim, o sistema tarótico, fornece chaves interessantes no encadeamento numérico ou arithmológico após uma série de somas que fazem retornar ao valor original. [Um pouco mais sobre esse encadeamento é dado em meu outro artigo publicado no meu sítio: Um Pouco de Μάθημα.]
Segue o exemplo:

78 = 7 x 8 = 56 = 5 + 6 = 11 + 11 = 22 ou 22 ATUs (Fluxo)

22 + 11 = 33 + 11 = 44 + 11 = 55 + 22 = 77 + 0 (O Louco) = 78 células (Refluxo)

O tarô é uma rede de sincronicidades
O trabalho principal de uma rede tarótica, é sua sincronicidade, isto quer dizer, reconhecer os padrões que são como feixes de energia do inconsciente. [Para um aprofundamento sobre os feixes dos quais que eu falo no artigo, recomendo o estudo na física de partículas.] Esses feixes ou ondas de partículas que provém dos planos internos em maior ou menor grau, transmitem informações para o praticante de tarô ou tarólogo.
Eis a origem do vasto mosaico de interpenetrações de dimensões, que é oferecido ao praticante e tarólogo, num spread, os inúmeros insights, sensações, percepções, intuições que o levam a criar indicações precisas para o consulente. 
Processamento sincrônico e as 78 células taróticas
Imagem "Platonic-Daniel-Hass" em www.uh-art.com/ipef-student-gallery
Processamento técnico das informações
Cada partícula são unidades básicas, e são tão simples quanto um dispositivo de encapsulamento. Essas unidades básicas são fundamentais para que a informação tramite do inconsciente para o consciente do praticante ou tarólogo, e assim, a partir delas, as informações serem codificadas ou descriptografadas pelo consciente no tarólogo experiente.
Esse consciente, age de acordo com a metodologia do quociente que permite através de um conjunto (nesse caso) de informações uma relação de equivalência, de forma que ele particiona ou compartimenta as informações criptografadas vindas do inconsciente, codificando-as.
A ideia se dá que a partir da observação do tarólogo experimentado ao olhar as células, ocorre o dispositivo onde todo o tramite descrito acima, acontece em milésimos de segundos, e dessa forma surge a interpretação das células dispostas. Na fórmula operativa, vou determinar aqui X para o inconsciente e Y para o consciente, X possui um princípio mais complicado e assim cria outro conjunto de informações chamado Y, mais simples, que concomitantemente vê elementos distintos de X como iguais. Postulando que há uma profunda conexão entre todos os tipos de partículas que migram de um plano ao outro de maneira encapsulada, o tarólogo ao estudar o conjunto de informações mais simples Y pode-se tirar conclusões sobre X. Resumindo, ele faz a leitura de maneira conclusa ou semi-conclusa, dependendo de alguns outros fatores como seu grau de percepção ou codificação para descriptografar as mensagens do inconsciente. Mas isso é outro ponto a ser debatido posteriormente.
Traduzindo, X é um princípio que é muito complicado para se ter o entendimento do que ele transmite, assim ele (X) cria imediatamente um princípio mais simples Y para que as informações sejam interpretadas de maneira que a mente possa entender e assim explanar para o consulente sua interpretação.
Modelos para aplicação de Fórmulas da Teoria de Conjuntos
que envolvam Sincronicidade
Aplicar Fórmula Primeira : [ s ] = { x ∈ T | s ⁓ x }. Sincronicidade é igual ao inconsciente que pertence ao Tarô, tal que a sincronicidade é proporcional ao inconsciente.
O processamento de leitura do tarô ocorre por uma função contínua, onde pequenas variações nas partículas correspondem a pequenas variações ao interpretar as imagens. Quando essa função não é mais contínua, é chamada de descontínua ou ponto de descontinuidade, assim o tarólogo perde a percepção da informação vinda do Inconsciente.
Aplicar Fórmula Segunda : Diz-se que uma função f: X → Y entre conceitos formulados sobre as células é contínua se a imagem recíproca de Y for a mesma de X.
Essas partículas que são encapsuladas para transmitirem as informações para que o consciente possa descriptografá-las estão dispostas em camadas. Tecnicamente não existe apenas um inconsciente e um consciente, mas níveis ou camadas que formam pequenos estratos que são diferenciados através de suas densidades (p sinal para densidade), ou seja, segundo seu grau de concentração e massa em determinado volume, isso tudo no universo subatômico. Eis que entra mais uma vez, o quociente que define um corpo entre a massa e o volume desse corpo. Essas camadas são orgânicas porque estão constantemente se modificando e se alternando, alterando de certo modo suas densidades, por isso muitos se confundem ao interpretar não apenas as imagens taróticas, como também pequenas sensações ou percepções diárias nas suas vidas. E assim ocorre a descontinuidade, e cria-se um PONTO de descontinuidade, que seria muito necessário o profissional retornar ao devido ponto, e dessa forma retomar o quociente para ajudar na interpretação das partículas do inconsciente.
Uma série de camadas iniciais em X aceita a entrada de Y / (X⊃Y) e (Y⊂X) (como se fossem pixels da imagem tarótica), as camadas intermediárias X=Y criam várias combinações da entrada (representando estruturas como bordas e formas geométricas da imagem tarótica) e uma única camada final produz saída (X∪Y) (uma descrição de alto nível do conteúdo da imagem tarótica, a interpretação).
Conclusão
Conforme minha teoria matemática com alguns conceitos da física quântica sobre a formulação sincrônica entre as 78 células do tarô e o praticante/tarólogo, se estabelece um modelo de desmitificação do procedimento de leitura e consultoria que poderá variar através da interpretação de cada amador ou profissional.
Honestamente, eu poderia escrever um calhamaço de informações matemáticas aliada a física de partículas, com pelo menos 10 fórmulas de aplicação sobre o tema, contudo, preferi resumir ao máximo minha teoria sem introduzir uma formatação acadêmica e muitas notas de rodapé.
A minha percepção disso tudo é que a matemática opera em todo procedimento tarótico, e assim, a matemática realiza mais do que responde, os anseios dos profissionais numa eterna discussão em como se opera essa relação praticante/tarólogo & as células taróticas.
A Ciência Tarótica desconceitua modelos tradicionais e/ou mistificados referente as formas de como se dá a interpretação das células, ainda que o mais importante, seja o resultado da leitura no sentido da isenção, conhecimento prático & teórico, observação seletiva e ao mesmo tempo holística. [O sistema Ciência Tarótica foi criado por mim após meu contato, nos anos 90, com o hermetista inglês Kenneth Grant (1924-2011), fundador e primeiro CEO da Typhonian Ordo Templi Orientis (T.O.T.O.), agora Ordo Typhonis.]
O procedimento basal, sob meu ponto de vista, para que o profissional tenha sucesso nas leituras e esse sucesso é visceral no que tange uma autossatisfação sadia, é quando se confirma que o consulente pode transformar situações de dificuldade em situações solucionáveis, e sua vida prossegue com resultados altamente positivos, eis a força da resiliência que a composição tarótica (profissional + células taróticas) pode estimular na vida das pessoas. Essa superação poderá se dar por sintomas bem visíveis nos quatro planos da existência, material, mental, emocional e espiritual, denotando uma melhora na sua qualidade de vida em vários setores.
Para que o profissional consiga por meio de parâmetros claros, estimular o processo de superação em várias vias pelo próprio consulente, o mesmo profissional, deverá realizar muito trabalho interno que envolva os estratos psíquicos e emocionais que podem deturpar todo o processo de leitura. Considerando essa questão que é relevante, é necessária a limpeza das informações que são transmitidas, uma vez que devem ser filtradas pelo consciente, a fim de relatar ao consulente o que é essencial na consulta. Obviamente, o consulente também deverá estar aberto as informações dadas, superando de cara as tendências iniciais em anular a leitura (informações sic), muitas vezes sem que o profissional perceba: a famosa “cara de paisagem”...
Quanto as informações, de preferência, deverão ser analisadas de forma sintética e/ou metódica dependendo da questão e do que gira em torno da mesma. Mas isso é assunto para outro artigo.
Para terminar, gostaria de frisar que essa teoria do processamento sincrônico entre os praticantes/tarólogos e as 78 células taróticas, é de minha inteira responsabilidade e que é determinada por metodologia científica por mais de duas décadas.
Pretendo ainda me aprofundar mais e mais para nessa teoria com intuito ao esclarecimento mais apurado de tal modelo.
Sigamos em frente.
Cláudio César de Carvalho – Cláudio di Thoth – é tarólogo, 
articulista e membro de Le Tarot Associazione Culturale.
www.claudiocarvalho93.wordpress.com
www.facebook.com/Khresterion 
Outros trabalhos seus no Clube do TarôAutores
Edição: CKR – 18/06/2018
  Baralho Cigano
  Tarô Egípcio
  Quatro pilares
  Orientação
  O Momento
  I Ching
Publicidade Google
 
Todos os direitos reservados © 2005-2020 por Constantino K. Riemma  -  São Paulo, Brasil