Home page

19 de abril de 2024

Responsável: Constantino K. Riemma


Cartas da corte: figuras emblemáticas
Glória Marinho
 
 
Quando uma situação não é conscientizada,
ela aparece externamene como desino.
Carl Gustav Jung
 
É sabido que as pessoas do signo de Escorpião têm como essência, em suas personalidades, atitudes de transformação. Se somarmos a isso uma estruturação psíquica Sintética, que polariza o racional e o místico, torna-se natural o modo de sentir o mundo de duas maneiras diferentes. É assim que tendo como prioridade a recombinação de coisas e eventos para a transformação de algo conhecido ou usado, cria-se algo novo em forma de síntese. Nos artigos escritos por mim a orientação utilizada é a dos conceitos de arquétipos e símbolos, tentando recriar uma reapresentação arquetípica das figuras da corte.
Imagens arquetípicas
Imagens arquetípicas
Ilustração in New Ehow
 
Tem razão Nei Naif quando diz que as cartas do Tarô não são arquétipos em si, mas sim representações de imagens arquetípicas.
A noção de arquétipo de Jolande Jacobi, baseada em Carl Jung é a seguinte: Arquétipos “são formas típicas de conceber e contemplar, de vivenciar e reagir, da maneira de se comportar e de sofrer retratos da própria vida, que se compraz em produzir formas (...) e em reproduzi-las (...) não apresentado apenas no material como no psíquico e também no espiritual”.
Nas palavras do próprio Jung, no livro Os Arquétipos e o Inconsciente Coletivo, os arquétipos de transformação não são personalizações, mas apenas situações do momento. “A série de imagens do Tarô também parecem ser derivados dos arquétipos de transformação (...) o processo simbólico é uma vivência da imaginação e da imagem.” 
Portanto as cartas do Tarô são apenas representações das imagens arquetípicas que se referem à vivência humana e não ao arquétipo em si, mesmo porque arquétipos são apenas ideias vazias que deverão ser preenchidas como se fora uma forma de bolo,  o que nos leva aos arquetípicos da
imaginação, isto é, “imagens arquetípicas”. Temos assim que o arq1uétipo do Heroísmo é representado pelo Herói como vestimenta do Símbolo, promovendo assim uma “imagem arquetípica”, uma figura. Os motivos arquetípicos possuem vários aspectos, possibilidades e variações de significados. Pudera... são símbolos!... Os significados não se esgotam...  Caso contrário seria transformado em signos com uma significação precisa.
Existe certa confusão quando se mesclam os conceitos de símbolos e de arquétipos:  Jung se inspirou  no “Corpus Hermeticus” para criar o termo  Arquétipo: (II, 140.22. ed. Scott) entre outras fontes.  Do livro Complexo –Arquétipo – Símbolo – na psicologia de C.G. Jung, o autor, Jolande Jacobi nos diz o seguinte: "os arquétipos não apenas formam o “modelo primário” das personificações psíquicas parciais e, por isso, das figuras de todo tipo, mas podem representar também o “esboço básico” de conexões e legalidades abstratas.”
Quanto ao Símbolo, se diz que é um arquétipo mesmo que não sejam idênticos. O arquétipo é um símbolo em potencial. Os símbolos são criados tendo por base o Arquétipo apresentando-se no final como uma representação de uma figura visível, de imagens ou objetos.  A forma arquetípica deverá ser preenchida com o material imaginativo e simbólico.
Em Goethe encontramos que:  "o simbolismo transforma o fenômeno em ideias, a ideia em imagem de tal modo que a ideia permaneça sempre indefinidamente...” Significando que o símbolo nunca esgotará o seu significado, através do tempo e do Imaginário. A energia do Imaginário atuando em diversas áreas possibilitará as escolhas de interpretação do simbolismo nas expressões sociais e místicas, apresentando-se como um campo vastíssimo para a aplicação dessa afirmação. Através dele, o Imaginário, podemos transformar qualquer coisa em coisas novas, desde que se apresente numa base sólida de conhecimentos e de argumentação, antes de alçar-se no voo da dita “Imaginação”. É fascinante essa descoberta!... Mas, devemos estar atentos para não utilizarmos os conceitos totais de outro sistema de interpretação insistindo em que concordem com o nosso ponto de vista, porque assim produziríamos mutilações várias.
A criação do símbolo
A elaboração do símbolo
in www.lojasaopaulo43.com.br
 
O que podemos fazer é criando uma nova interpretação concordarmos com alguns dos conceitos já existentes, se for o caso, e apenas ampliarmos os referidos conceitos. Foi essa a impressão que tive ao ter em minhas mãos o Curso de Tarô e seu uso Terapêutico, escrito por Veet Pramad. Neste livro existem algumas concordâncias, incluindo a linha Junguiana.
“Para o tarô Terapêutico, o centro não está nos fatos e circunstâncias, mas no indivíduo que os vive”. Esta afirmação também é encontrada na descrição da linha Junguiana. Essas ressonâncias acontecem porque estamos lidando com representações de Imagens arquetípicas e emblemáticas, querendo com isso dizer que todos aqueles de imaginação fértil e uma intuição consciente poderá, de um jeito ou de outro, fazer algumas adaptações nessas interpretações porque o sentido do símbolo em si não se esgotará nunca.
A linha terapêutica na realidade é passível de várias interpretações: a psicológica, a filosófica ou simplesmente de conversação entre as pessoas. O simples fato do desabafo já constitui uma experiência terapêutica bem como a dança terapêutica. Como exemplo, temos o CVV ─ Centro de Valorização da Vida ─ um serviço realizado através do telefone e que consiste no atendimento às pessoas com problemas e querem desabafar porque estão sozinhos, não havendo necessidade de psicólogos desde que os voluntários recebam uma preparação especial para tal atendimento “terapêutico”.
Precisam também demonstrar alguns requisitos: empatia, respeito ao outro e um conhecimento da psicologia de Carl Rogers (Psicologia centrada na pessoa), ou seja, o desenvolvimento do processo de autoconhecimento do atendente e do atendido.
Continuando com o raciocínio a criatividade é a força que impulsiona a energia da Transformação. Pensando dessa maneira a imaginação encontrou dentro da linha Terapêutica do autor, vestígios de conceitos junguianos e resolvi  absorvê-los na interpretação das Cartas da Corte e no livro que ora escrevo “O Imaginário  e o  Tarô” na interpretação dos heróis do tarô, focalizando os Cavaleiros.
Entretanto, todo o conjunto das cartas também participa desta interpretação. As cartas dos Arcanos Menores, por exemplo, são um pouco esquecidas ou vistas apenas como conceitos de vida prática tão somente. No entanto há uma riqueza sem conta de um simbolismo todo particular em suas entrelinhas. Para uma maior clareza resta-nos acrescentar o conceito da Sincronicidade já que lidamos com ele na tiragem de cartas, o tempo todo, todo o tempo. A primeira coisa a se fazer é a distinção entre Sincronicidade e Sincronismo.
Sincronicidade seria nas palavras de Jung, “coincidência no tempo de dois ou mais elementos não relacionados de modo causal e que encerram o mesmo sentido ou um sentido parecido”. As mudanças que ocorrem são variações de certo tipo de acontecimentos previsíveis na observação a respeito dos símbolos, formadores dos mitos. Com certeza existem mitos vários embutidos nas cartas do tarô, cujos símbolos contam a jornada da alma. A minha escolha particular recaiu sobre o mito do Herói. As figuras emblemáticas da Corte do Tarô formam nada mais nada menos uma constelação de símbolos, criando assim um mito na formação da representação das imagens arquetípicas. Neste caso, o mito dos heróis e heroínas.
As Cartas da Corte
Na nossa linha de interpretação relacionada com a teoria do Imaginário, os Reis e Rainhas do Tarô participam da mesma interpretação dada anteriormente aos Cavaleiros, chamados de heróis ou heroínas. Quando jovens e valentes foram os heróis de seus destinos vencendo as batalhas do dia a dia. Na maturidade tornaram-se Reis e Rainhas de si mesmo e do seu reino interior, antes de aprenderem a lidar com o mundo externo: família, empresa, politica, seitas, igrejas etc.  Juntamente  com  os Cavaleiros formam o conjunto das Figuras da Corte
O casal real
A Rainha e o Rei
Pintura de autor não identificado
 
que governam o mundo interior de cada um. Seguiremos a nossa descrição dos Casais Reais como Figuras Emblemáticas, querendo com isso dizer que se trata de uma representação simbólica, atentando para os significados já existentes sobre eles.
No conjunto das Cartas da Corte vemos que elas, no dizer de Veet Pramad, "Recebem, promovem e transmutam o impulso inicial de seus cavaleiros, realizando o segundo nível do processo de criação”.
As Cartas da Corte servem de ligação entre todas as demais cartas: os Arcanos Maiores indicam as possibilidades; os Arcanos Menores a ação (o actancial). As Figuras da Corte são responsáveis pelas atitudes práticas diante das escolhas da vida auxiliadas e direcionadas pelas cartas numeradas. A explicação para tanto seria a exemplificação das ações como se usássemos máscaras sociais para cada atividade. São as máscaras funcionais: na escola usamos a máscara de estudante ou professor. Na Igreja, máscaras religiosas. Na sociedade usamos várias máscaras: do chefe,  do líder, do funcionário... e assim por diante. Os Reis e Rainhas mantêm a autoridade  revestindo-se  delas  no tempo
hábil. Ser o que se é mantendo a compreensão de acordo com o ambiente, eis os objetivos do casal que desenvolverá as suas ideias de acordo com as características dos Naipes a que pertencem..  O perigo se encontra no uso abusivo dessas máscaras.  Devemos nos ater ao fato de que as figuras da Corte, neste contexto da realidade, não se tratam efetivamente de pessoas físicas tão somente, mas sim indicam 16 tipos de personalidades analisadas em suas atividades cotidianas.
Mais uma vez o autor citado, V. Pramad, fala de padrões de comportamento nas atitudes a serem tomadas, o que indica uma clara alusão no desenvolvimento do processo de autoconhecimento e na elaboração e expressividade das ideias.
E na continuação, ele, o autor, vê ainda os pajens ou princesas como os princípios masculino e feminino, ressaltando que cabe às princesas (valetes) a praticidade das atitudes que permite a construção e a concretização das atitudes de acordo com suas Rainhas e Reis. Eles são vistos como os mensageiros encarregados de levar as ordens dos Reis para os Cavaleiros.
Na família de Paus o casal real se complementa: o Rei possui sabedoria e sabe como aconselhar enquanto que a Rainha possui a fé e direção para guiar em segurança no caminho da alma.
Na família de Copas o rei é ambivalente isto é, não se dedica inteiramente ao material tão somente. Ele precisa, por ser carente, da intuição e do entendimento do desconhecido de sua rainha.
Do casal de Espadas dir-se-ia que são belicosos por natureza. O rei possui a autoridade que executa com muita autoridade e rapidez de pensamento.
É com o casal de Ouros que percebemos um equilíbrio em suas ações: o rei possui o domínio de si mesmo, o que indica um avançado estágio no processo de autoconhecimento aliado ás atitudes prazerosas e de espontaneidade de sua rainha. Não devemos esquecer que todos eles possuem o seu lado sombrio, isto é a sombra que é o oposto do que eles representam.
O Rei de Espadas
Rei de Espadas: autoridade e rapidez
Camelot Oracle. Ilustração de Will Worthington
 
Como atuarão as cartas da Corte na tiragem de cartas?... Qual seria a importância delas, já que são vistas como um intercurso entre os Arcanos?...  Foram essas as perguntas que me acudiram.
Continuando com a nossa explanação diríamos que os Cavaleiros detêm de maneira clara a personalidade do Consulente como Heróis do cotidiano. Aos Arcanos Maiores caberão respectivamente as possibilidades de seus atos e ações Os Arcanos Menores numerados se encarregarão da execução dessas ações.
Encontrei ainda no autor citado, o “fio de Ariadne” da questão. Imaginei então um grande Tear onde as fiandeiras, Cloto e irmãs, traçam o destino dos humanos.
São meadas de várias cores a se entrelaçarem e combinarem essas cores num equilíbrio fascinante de harmonização, onde o Equilíbrio é o ponto focal. É justamente desse equilíbrio que nos fala o autor Veet Pradmad. Equilíbrio, diz ele é a fusão dos princípios masculino e feminino, nas personalidades das cartas da Corte.
Os elementos pertencentes serão os que vão promover esse equilíbrio, analisando as cartas escolhidas.  Para ele, um exemplo de maior tendência para o equilíbrio citado seria o conjunto das cartas: princesa de Espadas; Cavaleiro de Copas; o príncipe de Ouros e a rainha de Paus.
Analisando o quarteto acima citado, vemos que o Cavaleiro de Copas um herói místico, vai precisar de um apoio maior do seu pajem de Ouros no que diz respeito a projetos e execução. A Rainha de Paus totalmente intuitiva servirá de guia para a realização dos projetos. Já a princesa de Espadas terá a capacidade de por em prática todo o desenvolvimento dos projetos do Cavaleiro de Ouros que por sua vez, com sua ajuda, se encarregará da execução final do projeto.
Pode parecer racional demais esse questionamento, mas não nos esqueçamos de que cada indivíduo pertence a uma estruturação mental diferente e palmilhar por cada senda é essencial para a compreensão interior de cada um. O Herói místico não precisará de muitas explicações. É o que é. O Herói heroico raramente sairá do seu racional. Tudo é passível de explicação. O Herói Sintético buscará uma união do místico e do heroico em busca do autoconhecimento.  
Os Quatro Elementos e o Casal Real
Usando os conceitos alquímicos com os quatro elementos, poderemos pensar também nas quatro funções da psique  acrescentando a visão do físico Alan Wolf que diz em seu livro A Cabala e a Alquimia falando das qualidades externas e internas: tempo e espaço ou espaço de tempo.
Fogo e Pensamento desenvolvendo a autoconfiança e projetando  as propriedades externas do Tempo e Espaço.
Ar e Intelecto através da Intuição (déjá vu) faz uma projeção no mundo com uma noção de tempo provável.
Rainha de Copas
Rainha de Copas
Morgan-Greer Tarot
 
Água e Sentimento puro colocam a energia nos eventos em movimento sempre relacionada com os sentimentos.
Terra e corpo físico utilizam a sensação na localização espacial usando como medida as sensações.
Podemos deduzir que as funções psíquicas seguem uma dinâmica. Podem ficar constantes ou permutar sempre umas com as outras ou ainda processar um desequilíbrio com a ausência ou excesso de uma delas. É a movimentação do espaço tempo.
A ausência do Fogo pode desenvolver uma baixa estima que vai prejudicar a comunicação. O excesso dele produz egocentrismo insensível às emoções dos outros sem conseguir realizar os seus intentos.
A ausência da Água nas personalidades provocará a falta de sensibilidade e dificuldades para interagir com o outro e consigo mesmo.  Seu excesso tornará a pessoa muito emotiva e fora da realidade.
Por sua vez a ausência do Ar, além de priorizar poderá transformar um líder em fanático defendendo ideias estapafúrdias. Já o excesso poderá priorizar por demais o lado intelectual causando problemas na aceitação de ideais novas por se pensar demasiado.
A Terra, representando a base onde se localizam todas as personalidades, deverá ser equilibrada sobre pena de causar danos sérios. Sua ausência pode significar o “viver nas nuvens” tentando usar a imaginação e a espiritualidade negando as necessidades básicas e materiais, o que não é bom para ninguém porque o senso prático inexiste. O excesso de Terra torna a personalidade apegada ao material, correndo o risco de se tornar um tirano.
Toda essa argumentação encontra-se  também no Curso de Tarô do autor Nei Naif representando o caminho utilizado para o desenvolvimento do processo de autoconhecimento.
Com referência à personalidade dos Cavaleiros no final de cada jornada e com a movimentação das funções em constante rodízio poderiam eles chegar também ao final do seu processo de Autoconhecimento... se possível for. Se tal não acontecer será o eterno retorno... de novo.
Continuando, diríamos que as energias que os naipes transmitem indicam os caminhos da transformação que devem ser seguidos também pelos Reis e Rainhas. Os reis podem organizar e por em prática as ações, ajudados pela sua Corte. As rainhas analisam as emoções de acordo com o seu naipe, pois a sua realidade se prende ao seu interior e as cartas numeradas executarão as ações previstas pelos monarcas.
Rei de Paus
Rei de Paus
Morgan-Greer Tarot
 
O naipe de Espadas cria as condições para o usufruto dos labores. Com muita energia consegue sair vitorioso de suas conquistas, utilizando para isso o elemento Ar, embora cause algumas inimizades pelo jeito brusco de agir.
Para o naipe de Ouros com o seu elemento Terra, que tem sempre os pés no chão, seu poder dependerá quase sempre do lado material. Por isso economizar é tão importante, embora cultive também o seu lado espiritual.
O naipe de Paus busca a descoberta interior usando a intuição que lhe fornecida pelo Elemento fogo. Algo precisa ser purificado para renascer e recomeçar. Nas dificuldades que enfrentam precisam contar com estímulos externos para vencer.
O naipe de Copas mergulhado nas águas de suas energias sentimentais e místicas desenvolveu o sentido de Ser e Estar no mundo interior e exterior, além de compartilhar seus medos e vitórias com o próximo. Assim todos os elementos presentes nas transformações servem  para alcançar a autoconhecimento. Todas as personalidades da Corte, é claro, estão  inclusos nesse processo.
No sentido alquímico o rei representa o espírito e o sol a consciência masculina. A rainha é a alma.
Como um exemplo do casal de Espadas, Ousar e o Fazer fazem parte do dia a dia do casal real como fizeram também do Cavaleiro. É o campo da mente e da ação.  A coragem desse casal é disseminada pelo Ar, numa estreita ligação com o aprendizado de coisas legais e profissionais. A lógica do rei é muito desenvolvida. Tratando-se das funções psíquicas podemos entender a transferência das ações de transformações: Psicologicamente, corresponde à criação do Ego a partir do inconsciente indiferenciado, mediante o processo de discriminação das quatro funções: pensamento, sentimento, sensação e intuição.
Usando as palavras do Dr. Cavalli, autor do livro Psicologia Alquímica, lemos que: Na alquimia pessoal, uma das principais tarefas que temos é nos tornar totalmente consciente do poder de cada função e de nossa capacidade de usá-la em combinação correta com as demais.
No entender do Dr. Cavalli, artistas, antropólogos, mágicos, mitólogos, físicos, poetas, e psicólogos fazem parte da família alquímica porque sua meta continua sendo a mesma: capturar a essência do Ser divino na mente e na matéria. E porque não acrescentamos os Tarólogos?... Lidamos com as energias do Cosmos, a Sincronicidade dos pensamentos e a intuição dos valores. Por tudo isso é que nós precisamos ampliar o nosso conhecimento.
Da Astrologia, o que nós sabemos é resumido no que diz Jung em seu  livro “Segredo da Flor de Ouro”: Existem fatos comprovados por ampla estatística, que tornam a Astrologia digna de questionamentos filosóficos (sem dúvida, seu valor psicológico é inexorável, pois representa a soma de todo conhecimento  psicológico  da antiguidade).  A  possibilidade  de
Rainha de Ouros
Rainha de Ouros
Golden Tarot
 
reconstruir o caráter de uma pessoa a partir do mapa astral da hora do seu nascimento comprova a relatividade da validade da Astrologia.
Embora em suas palavras haja certa ressalva quanto ao Zodíaco celeste, não deixa de ser uma abalizada opinião acerca do assunto.Portanto tudo vai acontecer de acordo com o desenvolvimento do autoconhecimento de cada um. Todos nós temos o nosso jeito de Ser,  desenvolvido através dos tempos pela cultura, educação e estruturação mental. É através do autoconhecimento que poderemos saber quem  somos. Heróis místicos ou sintéticos, por exemplo. Em suas derivações teremos os tipos: sentimentais, racionais, sensuais, místicos e intuitivos. Ser o que realmente se É...   O  jeito de Ser de cada um.
O casal Real do naipe de Espadas continuará governando com a intuição e a força do Heroísmo Puro. O Rei e a Rainha de Bastões utilizarão o seu elemento Fogo para impulsionar o seu heroísmo impuro. O casal do naipe de Copas lidará com as emoções e sentimentos por toda a vida, colocando na prática a preocupação com o outro em suas decisões. Resta-nos o casal real do naipe de Ouros fundamentado no seu elemento Terra. Seu Heroísmo é o mais completo por se tratar de um Heroísmo Sintético. Eles podem atuar, sempre que preciso for, nos dois polos: o heróico e o místico.
Resta-nos por último uma referência aos Arcanos Menores. E seguindo a linha da interpretação acima no Tarô de Atalla existem referências que condizem com a interpretação que ora desenvolvo. Temos com exemplo o dois de Paus com a seguinte frase: “Domínio e Individualidade”. Suas frases curtas formam uma síntese no desenvolvimento do processo e dependendo de sua localização, antes ou depois de uma carta, podem significar um nó que é preciso desfazer para o bom andamento da situação. Em suma são as formas actanciais ( ações) das cartas numeradas que vão determinar as atitudes e o comportamento do consulente. E claro, levando-se em consideração também as características de cada naipe a exemplo das figuras da Corte. 
abril.13
Contato com a autora:
Glória Marinho é historiadora e antropóloga formada pela UFPE.
Atende pessoalmente, seguindo a linha junguiana: glorieta@bol.com.br
Outros trabalhos seus no Clube do TarôAutores
 
  Baralho Cigano
  Tarô Egípcio
  Quatro pilares
  Orientação
  O Momento
  I Ching
Publicidade Google
 
Todos os direitos reservados © 2005-2020 por Constantino K. Riemma  -  São Paulo, Brasil