Home page

19 de abril de 2024

Responsável: Constantino K. Riemma


Métodos de leitura simbólica
Glória Marinho
Faz um longo tempo que não escrevia para o Clube do Tarô. Envolvida que estou com minhas leituras e o livro “O Imaginário e o Tarô” entre outras coisas, fiquei sem Tempo. Lidamos com ele todo o tempo e temos conhecimento de que ao manusearmos o Tarô lidamos além do Tempo, com o Destino e a Espiritualidade.
Ouroboros, dragão ou serpente que morde a própria cauda, é o símbolo do tempo e da continuidade da vida. Aparece muitas vezes compondo uma simbologia com outros objetos. É também símbolo da infinitude do eterno retorno.
Ouroboros
<-- Ouroboros
Segundo Nei Naiff, no Tarô lidamos com a relação do Tempo no “presente momento” do consulente, em sua condição de “estar vivendo algo”. Quanto ao destino concordamos que nada é determinado.
Nós participamos de uma parte do nosso Destino com o Livre Arbítrio. E a espiritualidade, que assume várias formas individuais, é a ligação que o tarólogo possui, bem como a sua intuição, no lançamento das cartas do Tarô.
Uma revisão
Em artigos anteriores, tratando-se da questão emocional, falei da minha estruturação psíquica como sendo Sintética. Preciso ler bastante para poder efetuar a sintetização das ideias.
Neste artigo exponho o que acho que ficou uma lacuna quando esbocei a minha primeira Metodologia Simbólica. Nela aparecia o numeral 3 que simboliza para mim o lado um, do divino e o dois, do feminino. Seu elemento é a água e o triângulo, presente no símbolo médico-alquimista. É também o símbolo da plenitude que a sintetização das ideias nos dá, porque são inúmeras as práticas na tiragem das lâminas do tarô e a nossa escolha terá que preencher as lacunas da alma.  Acredito que elas, as práticas, representam a quantidade de tarôs conhecidos, o que é uma coisa boa. Dentre todas elas, finalmente, após várias mudanças e laboratório, conseguimos nos estabilizar com a contagem do número 3... e relaxar.
Aconteceu a mesma coisa com a escolha do tarô. Iniciei com o tarô de Marselha, o mais indicado para o principiante, e depois de várias escolhas me decidi pelo Atalla. A razão disso todos sabemos: é o Tarô que nos escolhe, embora eu não siga exatamente a linha de pensamento do autor Daniel Atalla. O que mais me atraiu, além dos critérios gerais das representações arquetípicas, foi a pintura das figuras no estilo do impressionismo.
Tríade
Tríade
 
Lendo agora o terceiro volume da trilogia do Nei Naiff, finalmente encontrei um modo de sintetização ao qual me adaptei. Nos vários artigos que escrevi relatei o “modus operandi” inclusive com a metodologia escolhida e hoje, com as mudanças ocorridas, sinto-me na obrigação de efetuar um novo fechamento das minhas ideias.
Como já foi dito acima, o número três é o meu guia natural e gostei do dito de Nei neste sentido: “o que posso assegurar é que a prática com o tarô desenvolve a intuição e fortalece elos espirituais em longo prazo, mas sempre embasado no estudo e na pesquisa.”
Pesquisando e procurando encontrei no volume de nº 3 de sua trilogia, as respostas para alguns das minhas dúvidas.
Três métodos de tiragem
Atualmente estou utilizando 3 métodos de tiragem das cartas do tarô utilizando Mandalas, que significam em sânscrito, círculo e instrumento. São conhecidas por representar e favorecer as experiências espirituais:
  • Mandala anual dita astrológica - sem a conotação de signos – quando o consulente quer
  •     saber de coisas gerais.
  • Mandala (novamente) quando o consulente tem várias perguntas
  • A Cruz Celta para uma pergunta ou duas, somente.
  • As novidades se encontram no transcurso da metodologia. Em primeiro lugar faço uma consulta ao I CHING para nos orientar no desenvolvimento das questões.
    Em segundo lugar utilizo os dois arcanos separadamente: primeiramente os arcanos maiores são embaralhados e colocados em cada casa, tanto da primeira quanto da segunda mandala. Os arcanos maiores indicam as possibilidades dos acontecimentos ou das necessidades do consulente. Os arcanos menores determinam a ação na prática.
    Na Cruz Celta também utilizo a mesma técnica. Cada casa com os dois arcanos: maiores e menores.
    Na primeira mandala o método é o mesmo, só que no lugar dos arcanos menores, o Oráculo do Taoísmo (em francês) ocupará suas casas, indicando o momento emocional e espiritual para a realização ou não dos desejos do consulente, ficando assim, arcanos maiores e oráculo em cada casa.
    Concluindo, utilizo o seguinte caminho:
    1. Consulta ao oráculo I CHING,
    2. Escolha do método pelo consulente,
    3. Leitura dupla com os arcanos maiores e menores ou com os arcanos maiores
        e o oráculo do Taoísmo.
    Para finalizar, nada mais adequado para nós do que citar o Nei Naiff, embora não seja ele muito adepto de Jung:
    “Na meditação com o tarô residem muitos aspectos referentes à psicologia Junguiana, que se reporta sempre aos efeitos dos impactos simbólicos que ocorrem na personalidade humana. Este tipo de trabalho é visto como uma magia pessoal ou aprendizado espiritual da vida e representa uma fórmula para nos adequarmos à nossa tão atribulada vida social e urbana.”
    Aconselharia apenas, se é que já não o fez, ler o Livro Vermelho de Jung.
    Contato com a autora:
    Glória Marinho é historiadora e antropóloga formada pela UFPE.
    Atende pessoalmente, seguindo a linha junguiana: glorieta@bol.com.br
    Outros trabalhos seus no Clube do TarôAutores
    Edição: CKR – 1º/04/2015
    Partilhe seus comentários ou deixe questões para o Autor responder
      Baralho Cigano
      Tarô Egípcio
      Quatro pilares
      Orientação
      O Momento
      I Ching
    Publicidade Google
     
    Todos os direitos reservados © 2005-2020 por Constantino K. Riemma  -  São Paulo, Brasil