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28 de março de 2024

Responsável: Constantino K. Riemma


A Árvore da Vida
 
Compilação de
Constantino K. Riemma
 
    
    A palavra hebraica Kabbalah significa receber (kabal é o “capaz de receber”). Kabbalah é o ensinamento interno do Judaísmo cuja meta é o conhecimento de Deus, do Universo e do Homem, bem como de seus relacionamentos mútuos.
    As leis objetivas que governam o universo são descritas pelo principal diagrama de estudo
da Kabbalah, conhecido como Árvore da Vida. Esse modelo, análogo ao Absoluto, ao Mundo e  ao Homem, constitui uma chave para a compreensão dos fatos e das verdades, seja qual for o seu nível.
   Acima e além dos quatro níveis retratados na Árvore da Vida, existem três instâncias: Ayin, En Sof e En Sof Aur.
    Para o cabalista, Deus não existe. Deus está além da existência. Deus é Ayin – Coisa Alguma. Dele sai o En Sof, ou Tudo Infinito, também chamado de Lugar sem Fim. É pela força de En Sof que o Mundo Manifesto emerge do Não-Manifesto. A Vontade de En Sof, saindo do ocultamento, é chamada de En Sof Aur, sendo que a Luz – aur em hebraico – é o símbolo da Vontade.
    Uma das analogias para a primeira manifestação da Vontade é o ponto sem dimensão, fonte de tudo o que foi, é e será. É o Eu Sou, chamado na Kabbalah de Primeira Coroa, Ancião e Cabeça Branca. Dele emanam as dez expressões que trazem o Mundo à existência. Numa progressão instantânea, os dez Princípios Divinos, os Atributos de Deus ou Sefirot, são realizado como um relâmpago eterno.
Nota: escreve-se sefirot, no plural e, sefirah, no singular.
 
Árvore da Vida
Ayin
En Sof
En Sof Aur
Árvore da Vida, esboço
    
As Sefirot
    As dez esferas, as dez Sefirot, da Árvore da Vida representam aspectos divinos da manifestação do Absoluto na existência. São o meio pelo qual o Santo governa o mundo do
Árvore da Vida e as Sefirot   espírito, da alma e da materialidade. A disposição dos sefirot é o modelo para tudo o que existe. A Árvore é uma unidade; essa é a primeira lei.
    As Sefirot são Keter, ou Coroa; Hokmah, ou Sabedoria; Binah, ou Entendimento; Hesed, ou Misericórdia; Gevurah, ou Julgamento; Tiferet, ou Beleza; Nezah, ou Eternidade; Hod, ou Reverberação; Yesod, ou Fundação e Malkhut, ou Reino. Existe um décima primeira não-Sefirah, entre Binah e Hesed, chamada Daat, Conhecimento, que tem uma função especial.
    Algumas Sefirot têm diversos nomes, tanto no hebraico como no português. Gevurah, cuja raiz é Poder, às vezes é chamada de Din ou Pechad, que quer dizer Julgamento e Medo; Hod e Nezah podem ser traduzidas por Glória e Vitória.
    De acordo com a Tradição, a palavra Sefirot significa safiras ou luzes cintilantes. Foram também chamadas de Números, Graus, Vasos, Poderes, Trajes, Coroas e muitos outros nomes. Isso ilustra a densidade simbólica do hebraico e da Kabbalah.
    O esquema da Árvore da Vida é muito aberto. As Sefirot podem se associadas aos planetas, às notas musicais, aos Mandamentos, aos processos físicos, emocionais, mentais e assim por diante.
    Nessa representação aparece igualmente o princípio das polaridades, que se exprimem simbolicamente pela Misericórdia de  Deus  (coluna  direita)  e por Sua Justiça (coluna esquerda),  vistas respectivamente como ativa
e passiva, macho e fêmea,força e forma, e assim por diante.
    O pilar central, do equilíbrio, representa a Graça Divina, que reconcilia os pilares funcionais externos, lateriais; é também chamado de
coluna central da consciência.
    Keter-Coroa, simboliza o princípio unificador, ponto de origem e de contato com o Divino.
    As duas sefirot superiores e externas, Hokmah-Sabedoria, à direita, e Binah-Compreensão, à esquerda, representam o princípio do Intelecto Divino.
    Já Hesed-Misericórdia e Gevurah-Julgamento são a expressão do Divino Sentimento.
    O par das sefirot laterais inferiores, Nezah-Eternidade e Hod-Reverberação, traduz o princípio da Ação Divina.
    As seis sefirot externas atuam como aspectos funcionais, tais como braços e pernas, cérebro, coração e mãos que servem o eixo central da consciência e da vontade.
    Da Coroa (1. Keter, topo do pilar central do Equilíbrio) jorra a trindade divina, composta do princípio ativo da Sabedoria (2. Hokmah, o Pai, topo do pilar direito da Força) e do seu complemento passivo, a Compreensão (3. Binah, a Mãe, topo do pilar esquerdo da Forma).
    "As dez Sefirot surgem do Nada como Um Relâmpago e não têm começo nem fim. O Nome de Deus está com eles enquanto vão e quando voltam" (Sefer Yezirah).

    O impulso da Vontade que se manifesta em Keter passa em progressão alternada do pilar ativo para o passivo ao descer por todos os Sefirot e Mundos.
  Árvore da Vida e o Raio da Criação
As colunas ou pilares e as tríades
    Na coluna central, Keter supervisiona o conjunto. A sefirah central, Tiferet, a Beleza, age como intermediário para cada sefirot, exceto para Malkhut, o Reino. Yesod, Fundação, está no centro da tríade inferior, é a base da consciência na metade inferior da Árvore. Malkhut é o corpo da Árvore e o lugar de manifestação material de tudo o que se encontra acima.
    Finalmente, participa do pilar central a não-sefirah, ou sefirah invisível, Daat, Conhecimento, lugar onde o Divino pode intervir, ou pelo qual é possível um ser humano entrar no mundo superior e retornar.
    Para estudarmos o princípio das polaridades ou a  Lei de Três, na Árvore da Vida, dispomos de duas referências. Em primeiro lugar, as tríades de sefirot que definem cada mundo e, em segundo, os três pilares:
     Forma (3, 5, e 8): pilar passivo, do rigor e da estrutura.
    Força (2, 4 e 7): pilar ativo, da compaixão e da dinâmica.
    Equilíbrio (1, 6, 9 e 10): pilar central, da consciência e da vontade.
    Todas as sefirot do pilar passivo são receptivas e têm, as qualidades da Forma, no sentido de que a Compreensão é a formulação de idéias, o Julgamento é empregado em resposta a alguma coisa e a Reverberação é o eco a um impulso proveniente de qualquer uma das outras sefirot.
    O mesmo acontece com o pilar ativo. Nele o impacto da revelação é observado na Sabedoria, enquanto o poder que deve estar por trás da Misericórdia é enorme. A Eternidade é o princípio da repetição, a carga incessante necessária para fazer o mundo girar.
    O pilar central se ocupa da Vontade e da Graça, que descem da Coroa, através do Conhecimento, indo até a Beleza, a sefirah que reflete o topo para a base da Árvore. A Fundação e o Reino são, respectivamente, a manifestação de um plano de imagens e sua realização na substância Divina.
    
Os Mundos
     A questão dos níveis de realidade, pode ser estudada pela Árvore da Vida a partir do conceito de Mundos, como acabamos de ver. Outra forma de representar os quatro mundos, utilizado por Patrick Paul seus trabalhos, define cada nível por uma tríade.
Árvore da Vida e os Mundos
    O impulso da Vontade que se manifesta em Keter passar em progressão alternada do pilar ativo para o passivo ao descer por todos os Sefirot e Mundos.
    Os principais atributos de cada mundo podem ser assim sintetizados:
    1. Azilut (1, 2 e 3) - Mundo da Emanação: Centelha Divina. Adão Kadmon. Radiante. Si-Mesmo Divino. Fogo. Intuição.
    2. Beriah (4, 5 e 6) - Mundo da Criação: Céu. Espíritos. Arcanjos. Gasoso. Veículo espiritual. Ar. Pensamento.
    3. Yetzirah (7, 8 e 9) - Mundo da Formação: Paraíso/Purgatório. Alma. Anjos. Psicológico. Líquido. Psiquismo. Água. Emoção.    4. Assiah (10) - Mundo da Ação: Natureza. Corpo. Animais. Vegetais. Minerais. Sólido. Corpo físico. Terra. Sensação.
    Adão Kadmon, na cabala judaica, representa o Homem Arquetípico, o Homem Primordial. É considerado como a síntese da Árvore da Vida, que emana de Ain Soph. Ele se estende entre o maior e o menor; sua cabeça toca o Absoluto e seus pés, a relatividade da Existência. Ele expressa os dez atributos primordiais do Divino e suas quatro leis maiores que governam o Universo.
    A primeira dessas leis é que Tudo é Um; a segunda se refere à ação da Trindade Divina de forças passivas e ativas, mediadas pela Vontade e Consciência de Deus; a terceira é a lei da seqüência, da Grande Oitava, que vai da cabeça até os dedos dos pés do homem universal; e a quarta é que entre do Dó superior da Coroa e do Dó inferior do Reino existem quatro mundos, cada um deles contendo uma Árvore secundária. (O esquema que superpõe as quatro árvores, denominado Escada de Jacó, é muito utilizado por Halevi em seus livros).
    A Árvore da Vida, na tradição judaica, é um dos instrumentos para se compreender os princípios eternos, presentes no Um e no Adão Kadmon.
    Adão Kadmon e a Árvore da Vida foram concebidos pelo mesmo modelo. Adão Kadmon é o Universo feito à semelhança de Deus.
  Adam Kadmon
    
Paralelos
 
    O diagrama da Árvore da Vida, para fazer uma comparação, é muito mais simples visualmente que um horóscopo. No entanto, o trabalho sobre ele revela incontáveis combinações e arranjos, que permitem correlações com as diferentes fontes de Ensinamento. Para isso, evidentemente, existe um longo caminho de aprofundamento a ser percorrido.
Árvore da Vida e a Crucificação de Cisto
Um antigo desenho que coloca em relação as sefirot da Árvore da Vida
com o Cristo cruxificado, sua coroa de espinhos e chagas.
    O esquema abstrato da Árvore da Vida permite estabelecer paralelos com outros universos simbólicos e planos de energia. E exemplos, como acima, não faltam.
fevereiro.09
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Outros trabalhos seus no Clube do Tarô: Autores
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