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24 de abril de 2024

Responsável: Constantino K. Riemma


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Jung e o Tarô – Uma jornada arquetípica
O livro de Sallie Nichols
Resenha de
 
  João Henrique Bianco  
Muitos de nós, seres humanos modernos, simplesmente passamos pela vida sem olharmos para nós mesmos por negligência ou por medo do que vamos encontrar. Nosso processo de individuação e autodescoberta é esquecido em detrimento de nossos compromissos diários que se repetem em uma rotina sem fim, afinal temos que sobreviver e não há tempo para “baboseiras” como essa história de autoconhecimento.
Felizmente nem todos pensam dessa maneira e ainda existem pessoas interessadas no intrigante processo de construção do eu.
Sobre esse assunto fascinante gostaria de apresentar uma obra que poderá ser muito útil para todos aqueles que querem empreender uma jornada ao centro de si mesmos e descobrir
Jung e o Tarô de Sallie Nichols
 
a maravilha que somos enquanto humanos. Falo do livro de Sallie Nichols, Jung e o Tarô, uma jornada arquetípica (9ª edição, São Paulo, Editora Cultrix, 2000). A autora foi aluna de Jung em Zurique e, nas páginas de seu livro, demonstra-se hábil conhecedora do pensamento do mestre tomando os Arcanos do Tarô como arquétipos universais e exemplares do nosso processo de individuação.
A obra constitui-se em um verdadeiro mapa para a realização dessa jornada, empreendendo desde uma explicação sobre o Tarô e seus símbolos que traduzem arquétipos do inconsciente coletivo nos dois primeiros capítulos, até o ato de colocar as cartas e sua interpretação no último capítulo do livro, com exemplos muito claros de colocação do Tarô.
A autora procura demonstrar que no processo de autoconhecimento nós somos responsáveis por aquilo que somos, vivenciamos e fazemos de nossa existência, Nichols, nos compara com o Louco do Tarô, os errantes que procuram por si mesmos nas brumas do inconsciente.
Dessa maneira, a autora nos convida a viajar pelos Arcanos do Tarô descobrindo lições valiosas em seus símbolos. A jornada começa, efetivamente, no capítulo três do livro, com o Louco e depois passando por todos os demais Arcanos Maiores, termina no capítulo vinte e quatro com o Mundo. E para nossa surpresa, o personagem enigmático do início da viagem, o Louco, está lá espiando o nascimento do EU, no mundo como um dançarino que paira sobre a consciência.
A estrutura de cada capítulo, que fala dos vinte e dois Arcanos do Tarô, é uma fonte de entendimento sobre os arquétipos que estes representam. Discorrendo sobre cada carta, a autora utiliza inúmeros conceitos junguianos para explicar sua simbologia, além de se valer de exemplos dos mais diversos desde obras literárias, mitos, lendas, contos até personagens históricos e do cinema que ajudam a entender a riqueza ali representada para nos encontramos e nos espelharmos. A cada Arcano trabalhado é como se mais um fio da grande teia do EU fosse tecido e ligado aos demais formando a grande sincronicidade vital entre o inconsciente e nossa consciência.
O livro é um convite para iniciar uma jornada arquetípica rumo à descoberta de nós mesmos, mas também pode ser uma importante referência para terapeutas e tarólogos em seus campos de atuação.
Então, vamos começar essa aventura? Vamos libertar o louco que vive em cada um de nós para essa jornada? Se a resposta for sim, aconselho a leitura dessa obra antes, a caminhada ficará mais fácil e mais interessante.
março.10

Contato com o autor da resenha:
João Henrique Bianco - jh.bianco@uol.com.br
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