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29 de março de 2024

Responsável: Constantino K. Riemma


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Manifesto para o futuro do tarô
Nei Naiff
Tarólogo e escritor
    Gostaria de ter relatado de uma outra forma a história do tarô no primeiro volume da trilogia sobre os estudos completos do tarô — Tarô, Ocultismo & Modernidade, Editora Elevação, São Paulo, 2000 —, mas havia tantos dados a serem registrados que optei por mostrar a seqüência dos principais fatos, fazendo pequenos comentários no capítulo de "Gênese do Tarô". Também, preferi deixar o leitor pensar por si, tirar suas próprias conclusões, aceitar ou não o que os registros históricos revelam.
    Os dados históricos que descreverei abaixo não foram omitidos do livro, mas expostos de outra forma. Minha saga (odisséia ou desbravamento, como queiram os nobres leitores) se iniciou em 1987 quando estava tentando entender o conturbado passado do tarô e comecei a ler o que sempre não lia — o prefácio, as menções de terceiros nos textos e, principalmente, a bibliografia das obras consultadas. Depois, pesquisava a biografia do autor. Foi exatamente nesses pontos que mudei sensivelmente minha concepção sobre o tarô.
    
Papus e seus preconceitos
    
    Tudo começou com o livro Tarô dos Boêmios (Paris, 1889) que seguramente é o primeiro na história do tarô a abordar os arcanos, tanto sob a ótica da metafísica cabalística quanto dos jogos adivinhatórios em uma única obra, pois os outros autores de sua época ou se reportavam a um ou a outro aspecto. O livro em questão foi escrito pelo médico espanhol, radicado na França, Gérard Anaclet Vincent Encausse (1865-1917), conhecido como Papus. Encontrei, em suas próprias palavras escritas, toda sua vaidade e arrogância espiritual explicitada nas páginas 273/275 e depois no fim da página 309, da edição brasileira.
    Resumindo o conteúdo: Papus dizia que as mulheres eram todas burras o suficiente para não entenderem sua obra cheia de números, letras hebraicas e deduções abstratas, que pertencia aos homens da ciência, mas como era tradição delas jogarem cartas, ele escreveria algumas páginas para não se aborrecerem; esclarece às ignorantes leitoras que o homem tem a razão e a mulher a intuição. Pensei — Homens não jogavam cartas?! Por que ele exultou a cabala e desdenhou a cartomancia? 
    Tal fato foi uma luz no fim do túnel para começar o que desejava: entender um pouco do passado do tarô. Igual a um detetive segui os passos de Papus para entender seu machismo; observei a bibliografia do Tarô dos Boêmios e percebi que, de lógico sobre o estudo das cartas de tarô, ele citava os autores de sua época até, no máximo, um século antes, precisamente, até 1775, sobre as idéias de Antoine Court de Gebelin. Li, então, algumas obras possíveis: Etteilla (1787), Claude de Saint Martin (1790), Saint Yves d’Alveydre (1830), J.A.Vaillant (1850), Eliphas Lévi (1854), Stanislas Guaita (1886), Mac Gregor Mathers (1888), Piobb (1890), mas não cheguei a lugar algum porque notei que todos citavam uns aos outros e todos possuiam como ponto de apoio Gebelin e Lévi, só. Até ai nenhuma novidade, pois todos os estudantes de tarô já ouviram falar que eles escreveram vasta literatura sobre as origens das cartas. Bem, então o melhor era iniciar pelo mais antigo. Vamos lá.
    
Court de Gebelin e o tarô “egípcio”
    
    Ao pesquisar Antoine Court de Gebelin (1725-1784) fiquei estarrecido com a descoberta, que foi negligenciada, não sei se propositadamente, por ingenuidade ou falta de maiores informações dos ditos mestres ocultistas do século XIX. Gebelin era filho do famoso pastor evangélico francês Antoine Court (1695-1760) que restaurou a Igreja reformada na França, fundou um importante seminário para a formação de pastores evangélicos, sendo um grande historiador de sua época. Gebelin seguiu os passos de seu pai tornando-se um pastor e, mais tarde, também influenciado, interessou-se por mitologia, história e lingüística.
    Embora alguns livros o citem como um ocultista, talvez, devido a sua obra sobre o tarô, em sua biografia não encontrei qualquer referência a esse respeito. Em todo caso é mister esclarecer que ele não teve uma vida dedicada ao esoterismo. Tinha, sim, uma obsessão como a do pai: descobrir a língua primeva que dera origem a todas as outras e/ou explicaria as várias mitologias conhecidas; também acreditavam que esta língua seriam símbolos, talvez os hieróglifos egípcios. 
    Certo dia, como ele mesmo diz em sua obra (Le Mond Primitif...), citado no Tarô do Boêmios, página 231, foi convidado a conhecer um jogo de cartas que desconhecia e em menos de quinze minutos declarou ser um livro egípcio salvo das chamas, explicando, imediatamente, aos presentes, todas as alegorias das cartas. Escreveu, em sua obra, uma retórica do tarô como sendo a chave dos símbolos da língua primeva e da mitologia; fez uma relação dos arcanos com as letras egípcias e hebraicas e revelou que a tradução egípcia da palavra "tarot" é "tar" = caminho, estrada e "ot" = rei, real.
    Para tornar suas teorias pessoais mais contundentes, lançou mão de seu conhecimento em história, abordando a trajetória do tarô (Tarô dos Boêmios, página 229 e 233), disse que ninguém antes dele desconfiou de sua ilustre origem porque as imagens eram muito comuns e por isso nenhum cientista dignou-se a estudá-las. Também revelou que, durante os primeiros séculos da Igreja, os egípcios, que estavam muito próximos dos romanos (Era Copta, conversão absoluta do Egito ao Cristianismo – 313 a 631 d.C.), ensinaram-lhes o culto de Ísis e os jogos de cartas de seu cerimonial. Assim, o jogo de tarô ficou limitado à Itália e Alemanha (Santo Império Romano); posteriormente, chegou ao sul da França (Provença, Avignon, Marselha) e, ainda desconhecido, no norte (Paris, Lion). 
    A primeira vez que li sobre essa história, não atentei ao fato de que, numa simples olhadela, Gebelin descobre ser o tarô um livro egípcio, que fora ensinado aos romanos pelos próprios egípcios e que ninguém antes dele sabia a respeito. Se aceitarmos esta tese como verdadeira, como é possível os romanos (católicos) aprenderem uma devoção (culto de Ísis) considerada pagã aos moldes da época, passando de geração a geração durante mais de 1.500 anos (de 313 a 1775), incólume pela própria  Inquisição (1230/1834), sendo disseminada nas regiões que ele cita e absolutamente ninguém escreve ou fala nada a respeito de sua origem egípcia? Então, onde estaria a tradição egípcia do tarô tão exultada pelos seus conterrâneos posteriores?
    No período por ele citado, a Itália teve renomados ocultistas, alquimistas, astrólogos, magistas, historiadores, filósofos, arqueólogos, enciclopedistas, todos formadores de opinião e de grande saber — o hermetismo, a gnose e a cabala eram amplamente disseminados —, e Gebelin chama-os de incapazes de observar o que ele, em sua enorme sapiência evangélica, descobriu literalmente em quinze minutos! Observe que Gebelin não descobriu tal fato (a origem egípcia do tarô) em algum livro perdido no tempo, documento antigo, ordem esotérica ou revelado por alguma entidade espiritual. Então, eu me questionava: Tudo o que falamos a respeito da origem egípcia do tarô surgiu de uma simples visita a uma cartomante, em uma tarde de sábado, que nem ela e nem a Europa sabiam nada a respeito?
    Gebelin ficou rico e famoso com suas obras e, a partir de então, o tarô se tornou uma febre parisiense. Todos queriam aprender o jogo egípcio. As ciganas que eram consideradas, à época, de origem egípcia, embarcaram na onda e começaram a ler cartas! Ele publicou um tarô com sua obra, mas não se tem notícias de que tenha jogado ou ensinado, pois não se preocupou com jogos ou métodos em seu livro, somente com o tarô enquanto revelação da escrita egípcia e com os símbolos das cartas como sendo a chave da mitologia. Bem, Gebelin sempre fora uma pessoa respeitada muito antes de falar sobre as origens do tarô. Era filho de um famoso pastor evangélico, historiador reconhecido e amigo de Benjamin Franklin. Com certeza merecia créditos; eu daria, se vivesse naquela época.
    Tenho de revelar mais um fato: Sua obra é voltada para esclarecer a mitologia egípcia e romana e não propriamente o tarô. Embora os ocultistas o citem como tal depois de sua morte, ele era, acima de tudo, um evangélico. Suas obras e idéias percorreram o mundo da ciência, todos os arqueólogos queriam falar com ele, pois era uma febre francesa descobrir as chaves dos hieróglifos egípcios. Nenhum ocultista esteve com ele ou o citou em alguma obra até alguns anos após sua morte. Somente uma pessoa que se tem notícia o procurou, em vida, para conversar sobre a origem egípcia e fins adivinhatórios: o francês Etteilla, anagrama de seu verdadeiro nome Alliette
    
Etteilla, discípulo de Gebelin
    
    Não encontrei muitas referências sobre a vida de Etteilla, nome completo ou datas pessoais, além do que está exposto nas obras dos ocultistas do século XIX; diziam que ele era um peruqueiro da corte francesa, professor de álgebra, amigo íntimo de Mlle Lenormand (famosa cartomante de Napoleão) e de Julia Orsini outra famosa cartomante francesa). Não se tem notícias de que tivesse pertencido a alguma ordem ou fraternidade oculta. Em todas as suas referências é tido como charlatão. Lévi e Papus revelam que ele se apropriou para benefício próprio das idéias da origem egípcia, da relação das letras hebraicas e egípcias feitas por Gebelin, criando seu próprio tarô corrigido, compilando as obras de suas amigas e escrevendo onze livros. Instalou-se em um dos mais luxuosos hotéis de Paris, Hotel de Crillon, e começou a atender e ensinar a nata parisiense! Voilá, cherry! Gebelin e Etteilla devem ter falecido ricos e felizes, um sob a visão da fama científica e o outro do misticismo.
    
Champollion decifra os hieróglifos e... a verdade!
    
    Agora, vamos sair do contexto ocultista e voltar aos historiadores e arqueólogos que acreditaram na respeitada figura de Antoine Court de Gebelin até que Jean-François Champollion (1790-1832) decifrasse - verdadeiramente - os hieróglifos por intermédio da Pedra de Roseta. Champollion publicou em 1822 a relação legítima do alfabeto egípcio e seus fonemas. Este trabalho lhe rendeu o disputado cargo de curador do departamento egípcio do Museu do Louvre, em Paris, em 1826.
    Após sua morte, foi publicado, em 1835, seu mais precioso trabalho no qual desvendava toda a gramática e literatura egípcia jamais revelada em toda a história desde o seu desaparecimento na Era Copta. Descobre-se, então, que tudo o que Gebelin escrevera a respeito do tarô como língua primeva e codificação dos hieróglifos egípcios estava absolutamente errado e que em nada poderia se sustentava perante as verdadeiras revelações da história do Egito. Não existe a palavra tarot na língua egípcia (!), muito menos o que supostamente Gebelin disse ter traduzido (!); também, tudo o que ele decifrara de alguns hieróglifos estava simplesmente errado (!). Esta é a parte negligenciada pelos ocultistas, bem como a forma inconsistente da revelação de que precisou de quinze minutos para descobrir a própria origem das cartas de tarô — Por quê? Eu me perguntava freqüentemente. 
 
Eliphas Levi, o senhor da cabala
 
    As respostas começaram a surgir quando reli as obras de Eliphas Lévi (1810-1875), pseudônimo de Alphonse Louis Constant, tido como padre por se instalar algum tempo numa ordem franciscana, em Paris, para ter acesso à vasta biblioteca sobre a cabala cristã (variação da cabala judaica surgida no século XV a partir das obras do filósofo e ocultista Giovanni Pico Della Mirandola, Florença, Itália). Na verdade não era um padre oficializado na Igreja Católica Apostólica Romana, como se pressupõe — "A roupa faz o monge", já diz o ditado popular. Um fato incontestável fora que Gebelin e Ettteilla mexeram com o imaginário popular e, conseqüentemente, dos esotéricos e exotéricos; pois fica muito claro nas obras de todos os ocultistas do final do século XVIII e início do XIX que no âmbito tradicional do universo das ciências ocultas nunca se analisou ou questionou o tarô — são palavras do próprio Gebelin e de todas as pessoas posteriores a ele, sem exceção. Este é, sem dúvida, um dos dados mais importantes a serem analisados no que tange à tão exultada (glorificada, alvoroçada, jubilada) expressão "tradição do tarô", pois tradição não é algo que se extingue e depois reaparece. 
    Lévi, em seu primeiro livro (1854), Dogma e Ritual, páginas 405 a 421, e no segundo, História da Magia, páginas 76 e 242 a 252, execra as obras e a conduta de Etteilla, contesta a origem egípcia de Gebelin e repudia a palavra tar=caminho e ot=real. Vai mais além: Introduz o conceito de que Moisés escondeu nos símbolos do tarô a verdadeira cabala e depois ensinou aos egípcios o jogo de carta. Também, pela primeira vez, um ocultista, em toda a história da magia, faz uma acalentada tese de associações das letras hebraicas com os arcanos e diz que a palavra tarot é análoga a palavra sagrada IHVH, sendo também uma variação das palavras Rota / Ot-tara / Hathor / Ator / Tora / Astaroth / Tika.
    Assim como no livro de Papus, numa segunda leitura, igualmente encontrei críticas às mulheres na obra de Lévi, um pouco mais cruéis eu diria — desdenha Mlle Lenormand chamando-a de gorda, feia, ininteligível e louca, e duas outras cartomantes, Madame Bouche e Krudener, de prostitutas (coquetes ou Salomé à época) — História da Magia, páginas 346 e 347. Reparei que tanto Lévi quanto Papus condenavam as práticas femininas de cartomancia, achavam que elas usurpavam o poder do homem na ciência oculta... Indagava-me, por quê? 
    Bem, encontrei duas passagens em seu livro História da Magia, páginas 78 e 251, e uma no Dogma e Ritual, página 420, que me deixaram muito intrigado. Pareceu-me que ele sabia da verdade sobre o passado do tarô, mas não sei se foi por ingenuidade ou se propositalmente, preferiu não dar importância. Primeiro, ele diz que o tarô mais antigo que se conhece é o Tarô de Gringonneur (1392) e que a Biblioteca Imperial tem uma vasta coleção de todas as épocas. Segundo, ele contesta a origem dos ciganos revelada na obra de J.A.VaillantLes Rômes, historie vraie des vrais Bohémiens, 1853; a mesma obra que Papus faria sua apologia do tarô mais tarde. Vaillant diz que os ciganos eram egípcios e entraram na Europa no início do século XV, chegando a Paris em agosto de 1427; e Levi diz que ele estava errado pois os ciganos são originários da Índia, fato revelado historicamente à época. Temos três verdades absolutas: os ciganos são indianos, entraram na Europa no início do século XV, depois do surgimento do tarô no final do século XIV.
    Surgem minhas questões: por que Lévi não questionou o porquê de tanto tempo sem que nenhum renomado ocultista falasse a respeito, visto que as cartas eram amplamente conhecidas? Por que Papus insistiu na idéia de que os ciganos eram egípcios, se já era de conhecimento público a origem indiana? Por que todos sustentaram a história egípcia de Gebelin, tanto na tradução da palavra tarô quanto em sua origem, visto que, com a descoberta de Champollion, nada se descobriu em pergaminhos e papiros que as amparassem? 
    Antes de continuar é importante salientar que todos os conceitos que Lévi descreve sobre o tarô não são dele, pois Gebelin já havia feito a equiparação das letras hebraicas e o ocultista Claude de Saint Martin (1743-1803) publicou em 1792, na obra Table Natural du Rapports..., o restante que Lévi descreve para o tarô. Se você tiver paciência irá reparar em todos os escritos de Lévi que Saint Martin é constantemente citado.
    Outro dado impressionante, que também não havia percebido na primeira vez, é que absolutamente tudo o que Lévi e Papus escrevem sobre a cabala e os sistemas ritualísticos podem ser encontrados nos seguintes livros da mesma época: Magus, de Frances Barret (1801), A língua hebraica restituída, de Fabre D`Olivet (1825) e A ciência cabalística, de Lenan (1825).
    Vamos observar que, da mesma forma que Gebelin, Lévi não se baseou em nenhum escrito antigo, lenda ou fraternidade oculta para estabelecer sua relação entre a cabala e o tarô, foi a partir das idéias do próprio Gebelin e Saint Martin. Portanto, assim como Gebelin inventou a história egípcia, Lévi inventou a história hebraica, pois não há registros de nenhum ocultista — cabalista, magista, alquimista, gnóstico, hermetista — fraternidade ou ordem mística que tenha comentado, escrito ou usado o tarô antes das obras deles. Para se entender o passado do tarô ou o que escreveram sobre ele é mister destacar os dados históricos; a crença e o misticismo pessoal, neste caso, somente levará a equívocos e discussões inúteis. 
    Contudo, verdade seja dita sobre as obras de Éliphas Lévi com relação aos textos de magia, cabala e filosofia: são perfeitos e maravilhosos. O que estou manifestando é a relação histórica do tarô e a maneira que entrou no ocultismo. Por fim, a esta altura já tinha uma noção bem razoável que nem Gebelin e nem Lévi possuíam, ou seja, nada que sustentasse de forma verossímil o passado do tarô como encontramos nas outras ciências: alquimia, hermetismo, astrologia, numerologia, I Ching, magia, cabala. Está absolutamente claro o círculo vicioso de informações, um compilando do outro; talvez eles estivessem disputando quem seria o "pai da criança". Mas tudo possui um lado positivo e o interesse dos ocultistas pelo tarô cresceu. Dessa forma, cada um a seu modo contribuiu para a exploração inesgotável dos arcanos. Tudo é válido no âmbito da pesquisa simbólica do tarô, mas a consciência de seu surgimento é um passo importante para o seu futuro. 
    Eliphas Levi, por ter uma linguagem metafísica muito eloqüente e por sua dissertação dos conceitos cabalísticos em associação ao tarô, chamou a atenção dos ocultistas ingleses, principalmente, Mac Gregor Mathers (1854-1918). Mac Gregor adota o sistema cabalístico de Lévi, mas faz correções segundo seu entendimento pessoal para aplicar, pela primeira vez na história da magia, o tarô como forma de meditação e monografia para atingir os degraus de uma ordem esotérica: a Golden Dawn, 1888. Esta fraternidade mudaria por completo a visão do tarô no mundo (!) por intermédio de seus dissidentes no início do século XX — Arthur Waite, Carl Zain, Israel Regardie, Aleister Crowley. No mesmo ano da fundação dessa ordem, Mac Gregor lança um livro, The Tarot, its occult signification, com base no trabalho de Lévi, Guaita, Etteilla, Gebelin, acrescentando correções que achou necessárias sobre a relação da cabala com o tarô. 
    
Papus e o círculo vicioso
    
    Voltemos a Papus. Depois de estudar os autores citados até o momento, reli o Tarô dos Boêmios (já era a quinta vez!) e finalmente descobri que o livro é uma fonte arqueológica do tarô! Tudo está absolutamente lá, só não vê quem não quer! Em cada título de seu livro há subtítulos se referindo a todos os demais. Dentre as obras de tarô que ele possuía em sua biblioteca, Gebelin era o autor mais antigo e Mac Gregor o mais atual. Então, vamos observar a principal cadeia viciosa sobre as origens do tarô: Gebelin (1775) – Etteilla (1783) - Saint Martin (1792) – Vaillant (1853) – Lévi (1854) – Christian (1854) – d´Alveydre (1884) – Guaita (1886) – Mathers (1888) - Barlet (1889) – Papus (1889) e ponto final! Um se baseou no outro, cada qual colocou sua teoria (achismo), fez suas próprias correções e ninguém questionou nada — ingenuidade, manipulação, arrogância, vaidade, eloqüência? Não saberia responder.
    A verdade dói, em mim também doeu (muito). E, uma realidade bem cruel é que todos eles não sabiam absolutamente nada sobre o tarô e suas origens; no entanto, algo considero interessante: Por mais que fizessem a retórica cabalística e a verborréia para provar seus pontos de vistas, as explicações práticas sobre os jogos do tarô terminavam nas cartilhas de Etteilla e das cartomantes. Por quê? Eu continuava a me indagar. Sinceramente, independentemente das falhas históricas grotescas que estou questionando em suas obras, eu os indicaria como os patronos do tarô — Gebelin, Etteilla, Lévi, Mac Gregor e Papus; foi graças a estes cinco personagens que o tarô é o que é atualmente. 
 
E a origem sagrada?!
 
    A essa altura, sentia-me como um órfão, abandonado de pai e mãe! Eu estava quase jogando para o alto minhas convicções de que o tarô era sagrado, intocável pelo tempo, guardado a sete chaves por homens eruditos e que escondia toda ciência antiga. Mas eu podia estar errado. Queria acreditar em seu aspecto intocável pela profanidade! A forma como chegou a pseudo-história egípcia, cigana ou hebraica do tarô aos nossos ouvidos já havia descoberto: a idéia de Antoine Court de Gebelin foi ampliada por Etteilla, Lévi e Mac Gregor; depois, Papus fez uma amálgama de todos. Assim, chegou ao século XX pelas mãos dos dissidentes da Golden Dawn, que mantiveram as mesmas histórias, também acrescentando outras, todos corrigindo as imagens do tarô, todos querendo os louros da vitória, e assim por diante... Mas e antes? Estaria, o tarô, numa arca sagrada aos pés dos guardiões da verdade? Sendo escondido, noite após noite, do famigerado Santo Ofício?...
    Durante anos bisbilhotei várias obras internacionais, referências históricas, bibliotecas e museus da Europa e Estados Unidos, inclusive descobri dois exclusivos de tarô (Museu Fournier, Vitória, Espanha, e Museu da Cidade, Marselha, França) — tudo está detalhado em meu livro —, fiz um mapa do tempo de tudo o que havia sobre o tarô.
    Confesso que ri muito quando comecei a conhecer os verdadeiros fatos. É uma pena o século XIX ter sido desprovido do telefone, fax, computador, e-mail, internet, avião, pois não estaríamos dois séculos atrasados nos estudos do tarô, inventando histórias e distorcendo a potencialidade do uso dos arcanos! Os dados históricos destronam qualquer idéia mais romântica a respeito do tarô, mas em nada invalidam seu potencial. Para continuar este manifesto do futuro do tarô, vamos separar o que é o tarô do que querem que o tarô seja! 
    
A função lúdica do tarô e o papel comercial
    
    Minhas convicções sobre a "tradição" do tarô começaram a ruir quando eu soube que entre 1583 e 1811 na Espanha, e entre 1769 e 1832 em Portugal, houve empresas estatais na produção de cartas de tarô que produziam em média 250 mil pacotes por mês para consumo interno e colônias ao redor do mundo! Para jogar adivinhação com o tarô?! Não, para os jogos lúdicos! Sim, o tarô é usado até os dias atuais na Europa como uma jogatina, principalmente, na França, onde há campeonatos anuais. Eu mesmo, já tive a oportunidade de observar um em 1998, em Avignon.
    O ofício de artesão de tarô era uma profissão (!) em toda a Europa desde 1455 até o fim do século XIX. As cartas pintadas à mão (valiosíssimas) constavam do espólio de famílias nobres, com clérigos! O tarô teve altas tributações ficais em todos os países desde o século XVI até o início do século XX. Uma particularidade que achei fantástica (para acabar de vez com meu romantismo com o tarô) foi que em 1751, o rei da França, Luiz XV, ordenou que as taxas provenientes do tarô de todo território fossem para o fundo monetário da Academia Militar. E mais: os primeiros registros oficiais de cartomancia datam por volta de 1540(!).
    — Meu Deus! Onde estava a Inquisição que todos dizem ter perseguido o tarô? Dormindo? O arcano 15, O Diabo, que possivelmente condenaria o tarô aos olhos da Igreja, sempre esteve presente em todas as mesas da Europa, desde as primeiras cartas que se tem notícia no fim do século XIV até os dias atuais! Como as cartomantes passaram incólumes pela fogueira? Por que Gebelin disse desconhecer as cartas de tarô se havia alta produção de cartas em Paris e por toda Europa? Por que nenhum ocultista renomado da Europa, anterior a Gebelin, nunca prestou atenção na cartomancia ou nos símbolos das cartas? Por quê??? Por que o tarô não fazia parte do círculo ocultista?
    
O "tarô" e seus diferentes nomes
    
    Por fim soube que o tarô não se chamava tarô (!) e nem as cartas se chamavam arcanos (!). Aí foi demais para o meu pobre coração místico e romântico!
    — Onde está a tão exaltada tradição milenar dita por Lévi e Papus sobre o nome "Tarot"? Foi a última coisa que me lembro perguntar sobre o passado do tarô, antes de aterrissar meus pés no chão (como aquelas figuras do arcano 16, A Torre) e ver que o tarô ainda é um bebê se comparado à astrologia, numerologia, cabala, sem nenhum passado extraordinário...
    Os primeiros registros datam por volta de 1377/1430, o que denominamos de tarô era chamado de Ludus Cartarum (cartas lúdicas) ou Naibis. Depois, por volta de 1440/1500, passou a se chamar Trunfos (mais usual à época), Tarocco ou Tarochino. Por volta de 1550/1600 de Trunfos do Tarocco, na Itália, e Trunfos do Tarot, na França; também outras variações chamadas de Minchiatte ou Florentino.
    Somente por volta de 1850/1900 surge o termo Arcano do Tarot. No século XX cada país passa a nacionalizar a palavra: tarocco (Itália); taroc (países germânicos); tarok (leste europeu); tarô (língua portuguesa) e tarot (na maioria dos países).
    
Observe os espaços de datas, não são meses, são em média de um século. Imagine se eu lhe dissesse que você iria se casar daqui a cem anos? Sim, esse é o tempo de uma nominação para outra! Uma média de um século! Cadê a tradição? Onde está a base histórica de Gebelin e de todos os outros que o seguiram? A palavra "tarot" surge na França por volta de 1590/95 nos estatutos da Associação de Fabricantes de Cartas Parisienses!
    
O tarô e a frágil face de sua história
    
    As descobertas subseqüentes não me aborreceram mais, muito pelo contrário: comecei a vibrar por ter certeza de que absolutamente ninguém sabe nada além do que está escrito (de certo ou errado) nos livros! Não tive nenhum trauma quando procurei referências dos grandes ocultistas, formadores de opiniões, cátedras das ciências ocultas e não achei nada que tivessem dito sobre o tarô ou algo que se assemelhasse a ele. Para dizer a verdade, encontrei somente um único ocultista sem grande expressão que fez uma referência aos quatro elementos em relação ao tarô — Guilleume de Postel (1510-1581) —, mas ninguém deu ouvido a sua teoria até Lévi e Papus fazerem sua apologia do passado longínquo do tarô e citá-lo como destaque.
    Em 400 anos de existência do tarô, desde os primeiros registros oficiais até a história egípcia de Gebelin (~1370/~1770), somente uma única pessoa fez referências esotéricas!? Este fato corrobora ainda mais o desinteresse da classe ocultista dos séculos 14 ao 18 pelo tarô e sua cartomancia. 
    Porém, encontrei algo surpreendente fora dos círculos esotéricos sobre as cartas do tarô: crônicas questionando o que seriam aquelas imagens enigmáticas, poesias líricas, óperas, romances, murais, quadros, uma vasta expressão artística a partir do século XV. Assim, as cartas do tarô estavam inseridas no contexto social, sim, sendo conhecidas por todos!
    Repito: um fato muito curioso é que as cartilhas sobre a taromancia começaram a surgir por volta de 1530-50 e o tarô passou a ser visto também como algo para predizer a sorte e o futuro. Por que nenhum renomado ocultista sequer comentou sobre isso — Basílio Valentin (1398-1450), Picco della Mirandola (1463-1494), Paracelso (1493-1541), Cornelius Agrippa (1486-1535), John Dee (1527-1608) —, principalmente, Robert Fludd (1574-1637) e Jacob Boehme (1575-1624) que resumiram todos os oráculos de sua época? Os aspectos de jogos lúdicos e adivinhatórios andaram lado a lado e, estes, paralelos com a astrologia, numerologia, cabala, mitologia, hermetismo, alquimia, magia até se juntarem nas obras de Gebelin, Levi, Mac Gregor e Papus.
    Outro dado curioso que percebi: somente mulheres jogavam o tarô (ditas cartomantes)!... Comecei a pensar sobre a sociedade até o fim do século XIX: era patriarcal e misógina! Será que houve uma descrença no sistema de cartas por causa do contexto feminino? Ou será que pelo fato do tarô expressar símbolos comuns de sua época não teria nenhum valor ocultista? Neste caso, eu acredito que foram ambos os fatores! 
    
Intuição feminina e cartomancia
    
    Lembram-se como iniciei minha pesquisa que durou dez anos (1987/97)? Sim, voltemos ao cavalo de Tróia: Gebelin, Lévi e Papus. Eles me forneceram as peças de todo o quebra-cabeça. A partir da bizarra história egípcia sobre o tarô criada por Gebelin, os ocultistas viram uma possibilidade de abarcarem as técnicas de cartomancia, sem caírem no ridículo de usarem "uma arte feminina nos vôos da imaginação", como disse Papus, ou usaram a arte das "loucas e coquetes", segundo Lévi. Como? Fizeram uma retórica metafísica impossível de elas compreenderem.
    Se reparar na história do ocultismo, da magia, da cabala e da alquimia observará que não há uma única mulher (eram todas consideradas bruxas, ignorantes e maldosas!) que anteceda a Helena Blavatsky (1831-1891)! Ela foi muito "macho" em peitar todos os ocultistas eruditos. Assim, não foi difícil começarem a estudar uma arte feminina, que estava ao lado de todos eles por tantos séculos, mas que nunca ousaram tocar por puro preconceito machista.
    Os homens (ocultistas eruditos ou não) sempre tiveram a mulher como burra e incapaz, um ser inferior; como eles iriam admitir que o poder feminino tivesse descoberto uma arte oracular que somente pertenciam às sábias mentes masculinas? 
    Afinal, nada melhor do que a imaginação e a intuição feminina para desvendar o significado simbólico das cartas em vez da razão e da lógica dos eruditos que necessitavam de fórmulas complicadas para tudo.
    Para mim ficou muito claro o porquê da ausência do estudo do tarô entre os renomados ocultistas até o século XVIII e, principalmente, o porquê de tanto escárnio nas obras de Lévi e Papus sobre as cartomantes ou, no caso de Etteilla, um homem que se atreveu a jogar cartas como elas, denegrindo a imagem do "macho esotérico que conjura demônios"... Coisas do século passado...
    Hoje, homens e mulheres jogam o tarô; mas você deve ter percebido que ainda temos uma resistência em aceitar os jogos adivinhatórios e tentamos sempre lucubrá-lo com a mais alta metafísica — talvez seja o ranço herdado das obras de Levi, Papus, Mac Gregor e seus dissidentes.
    Vamos falar a verdade? Não conheço um só estudante de tarô, em qualquer lugar do mundo, que se diga "cabalista da tradição em busca do sagrado", ou que diga "o tarô é uma arte do autoconhecimento", que não esteja diariamente se profanando, jogando o tarô, querendo saber dos acontecimentos e das causas! 
    Vamos ser honestos? No fundo, todos querem aprender a abrir o tarô como qualquer cartomante antiga! Pode falar que é orientação, autoconhecimento, espiritualidade ou tradição, não importa. Terminamos onde Etteilla começou; aliás, aperfeiçoamos primorosamente as suas cartilhas e de todas as cartomantes! Assim como os ocultistas do século XIX, também estamos nos escondendo atrás dos estudos da cabala, mitologia, astrologia, psicologia, para encontrarmos a dignidade e o direito de jogarmos cartas! Estaremos nos enganando, complicando uma arte que poderia ser simples? 
    Embora o tarô fosse conhecido e utilizado há séculos na Itália, Alemanha, Suíça, Espanha e França, foi precisamente em Paris que ele criou sua própria luz espiritual, tanto no surgimento de seu nome (tarot), quanto em sua centrifugação com o ocultismo. Observe que todos os autores que descrevemos são franceses e publicaram suas obras na Cidade Luz.
    Bem, no início do século XX, principalmente depois da Primeira Guerra Mundial, tudo mudou para a imagem feminina: elas conquistaram o direito de trabalhar, votar, viver sozinha, escolher sua família e, finalmente, começaram a desenhar o tarô... Ôps.
    Esqueci de dizer, somente homens podiam ser artesãos de tarô até o início do século XX. A primeira mulher a pintar um tarô foi Pamela Smith que desenhou o Rider-Waite Tarot, publicado em 1910. Hoje elas tomam seu lugar glorioso no pódio das sibilas e pitonisas parisienses, italianas, americanas, espanholas, brasileiras. Avante mulheres! Tomem as rédeas do tarô: ele pertence a vocês — agora posso usar a palavra — por tradição! 
    
Imagem arquetípica
    
    Em todo caso é compreensível o fato dos antigos ocultistas não aceitarem o tarô no âmbito esotérico, não pelo seu aspecto de pertencer às mulheres, mas pela falta de conhecimento do conceito de arquétipo — padrão de comportamento que é intrínseco na vida humana, desenvolvido na metade do século 20. Hoje, tentamos nos transportar além de sua figura para atingir um sentido de significações. Assim, o tarô se tornou um conjunto de modelo comportamental humano, adapta-se a qualquer sistema que se queira trabalhar ou estudar.
    Talvez algum iluminado, um sábio ocultista, realmente o tenha criado, pois sua estrutura não deixa dúvidas de que há elementos bem significativos de toda ciência oculta. Porém acredito que não tenha sido inventado para a finalidade que utilizamos atualmente... Coisas do destino...
    Observe que se aceitarmos a associação do tarô-cabala que Levi desenvolveu, o sistema criado por Mac Gregor ou Waite estarão errados; se aceitarmos o sistema cabalístico de Crowley, o de Mac Gregor, Waite e Levi estarão errados; se aceitarmos o de Mac Gregor e Waite, o de Levi e Crowley, também, estarão errados — o mesmo ocorre com os trabalhos de Juliet S.Burk (mitologia grega), Clive Barret (mitologia nórdica), Falconnier (mitologia egípcia), Anna Franklin (mitologia céltica), que se negam um ao outro em analogias!
    — Quem está com a razão? Todos! Qualquer sistema se adapta ao tarô porque ele é um conjunto arquetípico! Um modelo da vida humana! Isto é que faz o tarô tão rico em sua expressão e, talvez, confuso à primeira vista. 
    Como escrevi no livro Tarô, Ocultismo & Modernidade, tenho lutado para que todos desenvolvam uma elaboração estrutural do tarô, sem ego pessoal ou assimilação de outras doutrinas, que escrevam ou conceituam mais do que apenas desenhar "seu próprio tarô", porque fica evidente sua deformação simbólica à medida que todos querem ter a "revelação mágica dos símbolos". Mas para tal, não podemos nos negar nada, nem que seja o absurdo de começarmos do nada, de inutilizarmos tudo, fazermos uma deliciosa fogueira exorcizando todo devaneio romântico do que foi aprendido sobre os arcanos e recomeçarmos fortes, verdadeiros, rumo a análises confiáveis e livres de dogmas pessoais.
    Se não partirmos da premissa básica que é o reconhecimento de seu verdadeiro passado, seja ele bom ou mau, mundano ou divino, falso ou real, lazer ou oracular, não será possível termos certeza do que temos nas mãos, nem a convicção do que poderemos fazer com o tarô.
    Sei que formulei mais questionamentos, deixei muito mais perguntas do que evidenciei respostas. Também vamos ser práticos, as respostas do passado não existem, somente as do futuro: como vamos estruturar e conceituar definitivamente seus arcanos e, assim, garantir a continuidade do tarô para futuras gerações?
 
Pense, analise, reflita...
1) Desenhe o tarô que desejar, expresse sua criatividade, mas nunca deforme sua fonte original simbólica, nominativa, quantitativa e os atributos essenciais das 78 cartas; todos os parâmetros figurativos devem ser análogos ou por cadeia simbólica aos tarôs clássicos.
2) Escreva e associe o tarô com qualquer coisa em nosso universo, mas nunca se esqueça de que é do tarô que está falando ou explicando — sempre deixe essa "outra associação" em segundo plano;
3) Tenha mais consciência do tarô enquanto significado de seus arcanos e não do significado da cabala, astrologia, mitologia, numerologia, pois cada uma destas ciências tem sua própria história, estrutura e utilização; todas as associações feitas até hoje ainda são muito discutíveis;
4) Vamos descobrir novas estruturas, explicações e análises para o tarô, de uma forma mais pura, mais direta, menos abstrata, como ocorre na astrologia ou numerologia: longe dos devaneios místicos;
5) Sem leituras, cursos ou autodidatismo é impossível interpretar o tarô; não confunda o vidente com o tarólogo, pois o tarô não é intuição ou mediunidade, é conhecimento e estudo como qualquer ciência oculta;
6) O tarô não está ligado a nenhuma ordem, fraternidade ou religião, não pertence a nenhum segmento em particular; ele é livre e aberto a qualquer um que desejar aprender.
7) Estude e pratique por muito tempo os 78 arcanos antes de ministrar aulas; o ensino incompleto deturpa o conhecimento e desfragmenta a real utilização do tarô; se não souber responder a seus alunos, reavalie seu conhecimento;
8) Atenda seus clientes com descrição, todos são iguais e merecem o devido respeito; não revele nem a seu melhor amigo o teor de uma consulta ou quem atendeu;
9) Esqueça do passado tradicional do tarô, ele não existe; pense em seu futuro!
10) Diga não a tudo o que não comporte a significação simbólica dos 78 arcanos.
11) Tarô é tarô...
 
Este texto do tarólogo e escritor Nei Naiff é reproduzido com sua autorização.
Para contato com o autor:
Caixa Postal 40.096 - 20272-970 Rio de Janeiro (RJ)
Academia Virtual do Autoconhecimento: http://www.neinaiff.com
    
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