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  | Justiça - Arcano 8 |  
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            | O texto a seguir é a reprodução integral da seção Justiça - Arcano 8 do Capítulo 2 - Arcanos Maiores, de autoria de Nei Naiff, Tarô, vida e destino, volume 2 da série  Estudos Completo do Tarô, págs. 123-8. |  
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            | A obra,  publicada pela editora Best Seller, foi lançada no primeiro semestre de 2013 e se  encontra disponível nas livrarias e na loja virtual Simbólika, especializada em tarô. |  |  |  |  
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	| Tarologia |  
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    | Ornamento comum |  
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    | Uma mulher sentada em um trono.  
      Uma balança na mão esquerda.
      Uma espada na  mão direita. |  
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    | Signo |  
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    | Justiça — evoca situações bem familiares à nossa rotina: justiça pessoal, social, divina. Esse signo define o valor do próprio arcano, tais  como, responsabilidade, limite, cautela, atenção. Interessante observar que perante toda forma de justiça não há direitos garantidos se não houver rígidas normas de  conduta e dever pessoal bem  equacionados. |  
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            | Tarô Nei Naiff - Ilustração de Thais Linhares |  |  | 
          
            | A justiça terrena se diz cega, a social se faz pela honra e a divina pelos atos cármicos; nesse arcano, a  justiça é, antes de tudo, um ajustamento, a lei de causa e efeito, à qual também podemos atribuir um antigo provérbio "olho por olho, dente por dente". Variações em língua portuguesa: Ajustamento,  Balança. Denominação em outros idiomas: Justice (inglês), Justice (francês), Gerechtigkeit (alemão), Giustizia (italiano), Justicia (espanhol). |  
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            | [Nos baralhos ilustrados com o padrão Rider-Waite (1910), esse arcano é  marcado com  o número 11; contudo, a análise oracular (taromancia) permanecerá idêntica.  Para detalhes veja pág. 233, volume 1, Tarô, simbolismo e ocultismo.] |  
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            | Simbolismo clássico |  
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            | A mulher, também símbolo de reflexão e  passividade, está sentada e ereta, denotando muita  paciência e precaução. A mão esquerda segura  uma balança (símbolo de justiça e equilíbrio da ordem social) e, a mão direita, uma espada com a lâmina para cima (símbolo de decisão, palavra, poder e morte) — esse ornamento representa a ponderação antes de uma resolução, o julgamento dos fatos. Ao contrário do arcano 2, no qual a figura feminina com o livro no colo se traduz em inação/ interiorização, no arcano 8, o elemento feminino com a espada  e balança em punho, revela ação/ exteriorização. |  
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            | Os adereços contribuem para que o símbolo do feminino  se  transforme  de   yin  para  yang,  de |  |  |  
    | passivo para ativo, mudando por completo a interpretação. A alegoria da justiça está  ornamentada sentada em um trono, indicando que tem o poder de  administração e gerenciamento; o corpo  voltado para frente e os olhos bem abertos sinalizam total atenção para  qualquer atitude errada; sua pose indica frieza, imparcialidade e advertência. Uma observação mais acurada deve ser feita no ornamento dos tarôs clássicos com  relação à balança: o simbolismo dos pratos vazios — qualquer peso, no caso, um ato, uma atitude  além do expectado, poderia alterar esse equilíbrio; seria, então, a mediação entre duas realidades, dois  comportamentos, duas atitudes. A  harmonia será sempre o objetivo final dessa carta, pois esse conjunto alegórico representa mais uma  advertência do que uma previsão  fatídica. |  
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    | Analogia |  
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    | Esse arcano sugere ponderação e reavaliação,  é um momento de extrema  cautela para as atitudes, deve reorganizar a vida e ter muita atenção com a  conduta pessoal; também indica processos cíclicos, mudanças e, principalmente,  uma nova ordem moral e social que deverá ser aplicada (pelo próprio  consulente). A Justiça não nega qualquer  realização, pode-se comprar, vender, casar, viajar, mudar ou o que  desejar; contudo, adverte para o conteúdo dos projetos, dos ideais, das  promessas, pois existirão normas e condutas a serem assumidas — lembra a famosa frase materna: "Cuidado com o que irá fazer!". Esse símbolo é sumariamente um  lembrete (sério!) sobre os deveres  assumidos anteriormente em uma determinada situação (trabalho, casamento, namoro, sociedade, negócios), na  qual o ego, o poder, a ansiedade não  cabem. O cuidado é extremo, pois discutir ou fazer-se valer dos direitos pessoais é o pior caminho, a intolerância é  desastrosa na área em que essa carta estiver em um lançamento. Frieza,  razão e planejamento ainda serão o melhor caminho para buscar um ponto de equilíbrio nas situações. Em sua  imagética ou em ambos os sintomas percebemos que os limites de atuação  dessa carta são bastante delicados tanto no  acautelamento quanto nos princípios da verdade;  andar sob os eflúvios desses aspectos é a única forma de não perder as  conquistas realizadas. Resumindo: lei  de causa e efeito — você sabe o  que é isso? Não? Então, pesquise urgentemente. Podemos extrair uma  reflexão: observar  os deveres é a única forma de passar ileso pela vida. |  
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    | Sintoma |  
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    | Força simbólica: evolucional,  conclusivo, cármico. A Justiça (arcano emissor) tem como sintoma principal o arcano Eremita (arcano sucessor). Nesse limite simbólico, a tônica é prudência, cautela, ponderação,  superação de obstáculos; portanto, devemos deixar o tempo passar,  analisar todas as possibilidades, uma vez que nada é rápido e tudo dependente de uma ordem social, jamais  pessoal (8 → 9). Quando todos  reivindicam os direitos, onde estarão os deveres? É comum  no momento em que nos sentimos traídos ou desajustados com as propostas estabelecidas procurarmos uma saída que mais nos agrade; mas, será que a parte envolvida também não terá suas razões? É im;portante  saber que nesse arcano (8) todos poderão estar errados, indicando que a serenidade é  necessária para a condução dos fatos, que a situação  demorará a ser esclarecida. O sintoma secundário é a Estrela (arcano  ressoante), arcano da harmonia, esperança, libertação, verdade; assim, a Justiça se revela imparcial em sua conduta, sem a necessidade de favoritismo. Tudo deve ser resolvido de uma forma superior ao ego e à vaidade, aceitando os obstáculos e tentando solucioná-los sem radicalismo (8 → 17). Não raro encontramos pais  que não aceitam  ocultar erros dos filhos, pois temem por um futuro de  caráter duvidoso; assim, são imparciais em sua conduta, não se sensibilizando,  nem ofertando carinho ou atenção devida. Terminam por serem rígidos e intransigentes, acreditando estarem no caminho da perfeição, mas não estão. A correção termina por ser um ideal de vida. |  
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    | Taromancia |  
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    | Núcleo |  
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    | Essência: reavaliar, arbitrar, resolver, equilibrar. |  
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    | Definição: cautela é a melhor palavra para essa carta, pois  a busca do equilíbrio é sua tônica, com alterações  feitas pelo consulente. O sucesso é possível, mas ele solicita  a reavaliação dos planos para que  não haja qualquer dissabor no resultado. |  
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    | Advertência: ter cautela, observar  todos os prós e contras, não se precipitar e ponderar  todas as opções (algo que o próprio consulente está fazendo); importante momento para  reavaliar a conduta, rever os projetos,  eliminar os excessos. |  
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    | Atributo básico |  
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    | Material: reavaliação  e cuidado devem ser a tônica; definição de situações pendentes há muito tempo; aconselha-se estar em alerta nas realizações e buscar o justo e o verdadeiro para to;dos;  possibilidade de mudança por decisão própria. |  
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    | Mental: racionalidade,  organização e rigor como meta principal; pragmatismo, imparcialidade  ou busca da verdade que re;sulta em intransigência; expressão severa e  corretiva; oralidade sem emoção, lacônica e sempre questionadora. |  
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    | Sentimental: distanciamento ou frieza afetiva; retidão que resulta em isolamento;  redefinição e avaliação da relação; não deseja se envolver mais que o  necessário; sem libido. Para solteiros: forte amizade; para casados: falta de  carinho e atenção. |  
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    | Espiritual: proteção de entidades de luz; busca de harmonia, equilíbrio ou  verdade; disciplina da fé ou do avanço em estudos místicos; todas as energias negativas são eliminadas, todos os obstáculos astrais são desfeitos para o avanço da vida. |  
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    | Atributo diverso |  
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    | Negativo/invertido: abuso de poder, injustiça, acusações falsas; forte emoção causando brigas e rupturas; tendência  ao fracasso, perdas ou prejuízos; inimigos estão com força para  bloquear os desejos do consulente, deve-se ter muito cuidado. |  
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    | Obstáculo/oposição: falta de organização, de metas ou de discernimento do que se deseja  atingir; falta de capacidade de autoanálise,  medo de opinar e se posicionar diante do próprio desejo; falta de ponderação e  cautela diante dos obstáculos. |  
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    | Orientação/conselho: ser  mais racional e adotar uma linha de conduta  imparcial; determinar ou revalidar os projetos de forma mais clara; honrar a palavra dada, cumprir os acordos ver;bais ou contratuais; rever cada passo do objetivo final. |  
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    | Note e anote |  
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    | 1. A lei e a  ordem promulgadas no Papa estão concentradas na Justiça; um sugere e adverte  e, o outro, corrige e aplica; ambos indicam certo cuidado quanto à moralidade,  à honra da palavra ou qualquer tipo de contrato, tais como casamento, trabalho,  sociedade, compra, venda — os resultados positivos serão determinados quanto  aos direitos e deveres judicialmente instituídos. Tam;bém se assemelham muito no plano mental cuja formação está baseada em retidão e verdade moral; porém, com resultados diferentes: o Papa tende ao sectarismo e, a Justiça, à imparcialidade dos fatos. |  
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    | 2. Temos o  primeiro arcano cármico (8, 10, 14, 16, 20): lei de causa e efeito. Essencialmente é o carma que geramos nesta vida por livre-arbítrio, ele é um alerta do destino com relação à conduta e à palavra dada em nossas realizações. Esse arcano não nega qualquer desejo pessoal,  contudo, estabelece que os resultados, bons ou maus, dependerão da retidão ou  da coerência entre a triangulação desejo/planejamento/ ação. O arcano sugere que não brigue, não discuta. Mesmo que se te;nha a verdade absoluta é bom lembrar que a lei  protege a todos igua;mente; assim,  diplomacia e ponderação sempre serão o melhor caminho. |  
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    | 3. No método europeu, a Justiça acrescida de uma carta da  corte pode identificar uma pessoa. Por exemplo: Justiça + Rainha de  Copas = uma pessoa (mulher) mais velha que o consulente, dedicada e afetuosa. Maiores detalhes na página 421 deste volume. |  
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