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19 de abril de 2024

Responsável: Constantino K. Riemma


 
Princípios de Astronumerologia
 
Astrologia, Numerologia e Tarô
numa abordagem integrada (2)
 
Por
Raul V. Martinez
Original pubicado em
www.constelar.com.br
 
Em 3 partes:
2. As letras
    
Alfabetos e Letras
    Os alfabetos fenício e aramaico estão entre os mais antigos que se conhecem. Cada um deles é constituído por 22 letras, o mesmo número dos arcanos maiores do tarot. O fenício deu origem ao alfabeto jônico, com 24 letras. O aramaico, do arameu, língua semítica, deu origem a vários outros alfabetos, entre eles o hebraico antigo, também com 22 letras. Com esse alfabeto foi escrito o Pentateuco, os primeiros cinco livros do Velho Testamento, atribuídos a Moisés. O alfabeto hebraico quadrado, posterior, igualmente tem 22 letras, assim como o hebraico moderno, que continua com 22 letras consoantes, mais 14 sinais diacríticos, para sons vocálicos e marcas de sonorização.
    O alfabeto latino surgiu com 21 letras, como adaptação da escrita etrusca ao latim, por volta do século VII a.C. Em torno do século I a.C. incorporou as letras Y e Z. Depois, atualizando valores do V e do I, foi acrescido do U, do W e do J.
    
    As letras do alfabeto latino e a quadruplicidade
    Introduzindo na tabela anterior as 12 primeiras letras do alfabeto latino, constata-se que na primeira linha, a dos Signos de Fogo, estão as vogais A, E e I. Mais adiante se verá que outra vogal, o U, também está nessa linha, na célula ocupada pelo I.
    É interessante notar que, em vários estudos numerológicos existentes, as vogais são associadas a motivações, a aspirações profundas e a atributos da alma ou do espírito. Essas qualidades, na astrologia, são atribuídas aos signos de Fogo.    
Tabela 5: Sílabas e vogais no quadro dos elementos
A
1
E
5
I
9
Signos de Fogo
B
2
F
6
J
10
Signos de Terra
C
3
G
7
K
11
Signos de Ar
D
4
H
8
L
12
Signos de Água
    
    As vogais, combinadas com consoantes, em unidades estruturadas, formam as sílabas das palavras. Sem vogais basicamente não há sílabas. São elas que dão vida às sílabas e às palavras, em processo que faz lembrar o arcano maior n° 5 e o versículo citado do Gênesis. Nessa associação, as consoantes, como um todo, representam o pó da terra, que recebe o sopro (as vogais) da Divindade.
A  -  A primeira letra, a vogal A, ligada ao número 1, considerada com valor 1, tem formato triangular, com um vértice acima, lembrando a Trindade na Unidade, o Primeiro Princípio da Divindade, Masculino, Fecundante.
B  -  A segunda letra, a consoante B, de valor 2, é composta por duas partes iguais ou simétricas. Pode ser associada ao Segundo Elemento da Divindade - Feminino, Receptivo, Procriador, Duplicador.
C  -  A atração entre o A e o B, o movimento necessário para que se realizasse a Fecundação Inicial, pode ser associado ao C, de valor 3, que completa a Trindade Divina, enlaçando, unindo, abraçando os Dois Primeiros Elementos.
D  -  Como resultado da ação do A sobre o B, com intervenção do C, surge o D. Primeiro elemento criado. Palpável, concreto, o Líquido Primordial, básico, que irá nutrir o desenvolvimento da vida. Ao D está associado o número 4 e o quadrado
E  -  Da ação do "1", Primeiro Princípio da Trindade Divina, sobre o D, surge o E – de valor 5. Surge o ser vivo. Em particular, surge o homem. A letra E concorda com isso, pois é composta por três traços horizontais (receptivos) unidos, fecundados, por quarto traço vertical (ativo).
F  -  Na vida, as ações fundamentais e obrigatórias, de criar e de procriar, podem ser associadas ao F, de valor 6 - letra que tem dois traços horizontais unidos por um traço vertical. Para o ser humano, o traço horizontal superior representa as faculdades criativas intelectuais e o segundo traço horizontal as faculdades sexuais, de procriação
G  -  A vida tem seu curso de forma contínua, desde o nascimento, crescimento, apogeu, declínio e morte, à semelhança do Sol em seu movimento diurno e anual. A lâmina sete do tarot se associa a isso. Curiosamente, o G maiúsculo pode ser decomposto em um C (movimento) e em um "7" (o número da criação).
H  -   As conseqüências das ações executadas no transcorrer da vida são avaliadas e ponderadas. Os pratos dessa balança concordam com a simetria do H, de valor 8 (algarismo também composto por duas partes iguais).
I  -  Dessas avaliações e conseqüências, surgem com o transcorrer do Tempo as experiências individuais. A letra I, de valor 9, concorda com isso. É o bastão, onde o Ermitão (lâmina 9 do tarot) se apóia em sua trajetória.
J  -  A lâmina 10 do tarot, a Roda da Fortuna, a do processo cíclico da vida, graficamente pode ser associada ao J, pois a parte superior da letra lembra o eixo da roda e a inferior, a própria roda.
K  -  A lâmina 11 do tarot, a Força, mostra a Natureza Superior dominando a Natureza Inferior, mostra uma mulher abrindo a goela de um leão com as mãos. A letra K, ou K, lembra graficamente essa imagem.
L  -  Na lâmina 12 do tarot há um homem pendurado por um dos pés, com a perna livre cruzada sobre a outra. Embora tenha um pé e os braços livres, sua liberdade é relativa, concordando com significados da casa 12 e com limitações impostas pelos 12 signos de sua carta astrológica. A letra L lembra essa figura. Em sua forma minúscula e manual lembra o laço que prende o pé do homem pendurado.
    
    Complementação da tabela das letras
    De forma análoga à anterior, ao introduzir na tabela as letras restantes do alfabeto, constata-se que elas, além de apresentarem correlações com as 12 primeiras letras tabeladas, também apresentam correlações com elementos astrológicos e com significados dos arcanos maiores do tarot correspondentes a elas.
Tabela 6: Sílabas e vogais no quadro dos elementos
A M Y
1
E Q
5
I U
9
Signos de Fogo
B N Z
2
F R
6
J V
10
Signos de Terra
C O
3
G S
7
K W
11
Signos de Ar
D P
4
H T
8
L X
12
Signos de Água
  Na astronumerologia os valores das letras são estabelecidos a partir desta tabela; ou a partir da figura com as letras distribuídas em torno das 12 casas zodiacais – que corresponde a outra forma de apresentação desta seqüência de números e de letras.  
    Nesta tabela se observa que mais uma vogal, o U, também está na primeira linha, a dos Signos de Fogo. Apenas a vogal O não está nessa primeira linha. O O está em casa oposta à casa 9 (importante por conter duas vogais) – oposição que pode funcionar como complementação. Essa oposição é melhor observada na forma de distribuição das letras pela seqüência das 12 casas astrológicas. A letra O está na linha dos signos de Ar, na casa 3, a da respiração e do sopro da vida. Além disso, o O eqüidista do A e do E, está no ponto médio dessas letras.
M  -  A décima-terceira letra, nesse novo ciclo de letras na Tabela de 12 células, ocupa a mesma posição que o A. Conseqüentemente tem o mesmo valor numérico, 1. No tarot o 13 corresponde à lâmina da Morte, da transformação, do início de uma nova vida. O M e o A têm seus começos na parte de baixo (como que germinando da Terra), caminham para o alto e terminam novamente na parte de baixo (voltando à Terra). O A, do primeiro ciclo, tem apenas um sobe e desce, o M, do segundo ciclo, tem dois sobe e desce
N  -  A forma da décima-quarta letra, o N, lembra a lâmina 14 do tarot, a Temperança, onde uma mulher transfere líquido de um vaso para outro. Girando o B, companheiro de célula, no sentido anti-horário, obtém-se figura parecida com o "n minúsculo" da escrita manual.
O  -  No tarot a lâmina 15, o Diabo, significa uma força descendente, de concretização, de realização, de natureza sexual. O Terceiro Princípio da Divindade, associado à letra C, também atua nesse sentido de realização, de concretização. O "O", como figura, mostra algo que especifica, que é receptivo, como um alvo a ser atingido. A letra "O" é a única vogal que não está na linha dos atributos Fogo, da Tabela das Quadruplicidades.
P  -  O P é a décima-sexta letra. A lâmina 16 do tarot se correlaciona com destruição, com desagregação, com a volta de elementos constitutivos a situações anteriores, separados uns dos outros. É um processo contrário à construção. Se à construção pode-se associar início, à demolição pode-se associar fim. Início e fim são atributos da casa 4, onde estão o P e o D. O D, com seu traço vertical prolongado, forma o P, e o P invertido é igual ao D (minúsculo). Finalmente, a forma gráfica do P sugere instabilidade, concordando com atributos da Torre Fulminada.
Q  -  O Q é a décima-sétima letra. A lâmina 17 do tarot se associa ao que expande e liberta, inclusive de forma orgástica. O Q está junto com o E, na casa 5. O E representa, basicamente, o ser humano, e a casa 5 é associada aos filhos, ao que se gosta, ao amor - concordando com a importância desse sentimento para o homem e a continuação da espécie.
R  -  O R é a décima-oitava letra. A lâmina 18 do tarot está associada a características astrológicas lunares. Entre essas estão os processos repetitivos, próprios da casa 6. O R e o F estão juntos na sexta célula.
S  -  O "S", a décima-nona letra, está junto com o G, sétima letra. A lâmina 19 é o Sol, e a sétima lâmina é o Carro, o caminho do Sol. O formato senoidal do "S" lembra uma das formas de representação da eclíptica, o caminho aparente do Sol, no plano.
T  -  O T, a vigésima letra, está junto do H, a oitava letra. Os pratos da balança, que concordam com a simetria do H e do número 8, também concordam com a simetria do T. Lembrando que a lâmina 20 é o Julgamento, e a oitava é a Justiça. São concordâncias extraordinárias.
U  -  O U, a vigésima-primeira letra, está junto com o I na nona posição. A casa 9 é a da religião, da re-ligação com a Divindade, da volta do homem ao Criador. A letra U começa na parte superior, desce (para adquirir experiência e individualização) e volta para a parte superior. O U surgiu como forma diferenciada do V, que também inicia na parte superior e volta para ela. A trajetória do U é mais suave que a do V - sem que haja alteração abrupta no sentido do movimento.
V  -  O V, a vigésima-segunda letra, está junto com o J na décima célula. A lâmina 10 do tarot está associada ao subir e ao descer, assim como o V, graficamente, desce e sobe. Esse descer e subir, esse voltar à Divindade, ao Poder, também concorda com o final de um grande ciclo, ou seja, com significados da lâmina 22, ou 0 (zero) - o último arcano maior.
W  -  O W, a vigésima-terceira letra, está junto com o K na célula 11 - cujo número é formado por dois algarismos 1. Graficamente, com seu duplo desce e sobe, lembra uma parte de Aquário, o décimo primeiro signo. O W é a primeira letra do novo ciclo de base 22, assim como o M é a primeira letra de novo ciclo de base 12. Envolvendo essa situação de primeiras letras, se observa que cada uma delas, W e M, é igual à outra ao contrário. Sendo que o M começa na terra e volta para a terra, e o W começa no céu e volta para o céu. Como primeiras letras de ciclos, também se correlacionam com o primeiro arcano - representado por um homem que tem uma das mãos voltada para a terra e a outra para o céu.
X  -  O X, a vigésima-quarta letra, está junto com o L na décima-segunda célula. Com essa letra se encerra o segundo ciclo de base 12. Ao X é associado o que falta conhecer ou descobrir; a resposta ou solução desconhecida, a incógnita de um problema, a parte principal ou mais difícil de uma questão. O X é a segunda letra do novo ciclo de base 22. Formado por duas retas que se cortam, permite ser associado à analogia da Fecundação Divina (ver parte inicial dos significados básicos dos arcanos maiores) e, conseqüentemente, à segunda lâmina do tarot. A cruz, símbolo do cristianismo, e o símbolo do décimo-segundo signo, Peixes, também lembram o formato da letra X.
Y  -  O Y, a vigésima-quinta letra, está junto com o A e o M na primeira célula. O Y (além de parecer com a parte central do M), é composto por 3 segmentos de reta, que se unem em um ponto, lembrando a Trindade na Unidade, a Tríade Divina. O Y é a terceira letra do segundo ciclo de base 22.
Z  -  O Z, a vigésima-sexta e última letra, está junto com o B e o N na segunda célula. O Z e o N possuem a mesma forma; um se transforma no outro quando girado de 90 graus, independentemente do sentido em que for feita essa rotação. O Z é a quarta letra desse ciclo de base 22.
2. As letras
Para seguir em frente, clique o ítem 3 .
março.08
Dados sobre o autor
  Raul V. Martinez nasceu em 1926, em São Carlos, SP. Formado em Engenharia Civil pela USP em 1951, pesquisa na Área Astrológica desde 1968. Em 1979 auxiliou Juan Alfredo Cesar Muller a ministrar o primeiro Curso de Extensão Universitária de Astrologia Aplicada no Brasil, na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Entre 1986 e 1994 ministrou e foi professor responsável por cursos anuais de Extensão Universitária, em Astrologia, no Instituto de Artes da Universidade Estadual Paulista.
Seus artigos para Constelar – um site brasileiro de conteúdo sobre Astrologia – podem ser livremente acessados: www.constelar.com.br em Índice por autor (R).
 
 
 
 
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