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  | Os Arcanos Menores |  
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    | Sarani Barrios |  
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    | Considero a leitura dos Arcanos Menores a parte mais  complicada do aprendizado, não pela quantidade de arcanos, mas porque eles  trazem significados opostos nas mesmas cartas. A leitura do significado vai  depender, então, da companhia da carta. Nunca iremos fazer uma leitura isolada. Alguns tarólogos fazem leituras sem os arcanos menores por  causa da dificuldade de interpretação. Mas se usarmos apenas os maiores perderemos os detalhes. 
        Com os Arcanos Maiores tem-se o quadro geral, enquanto que o detalhamento é  dado pelos Menores.
 O jogo com o baralho comum, de cinqüenta e duas cartas – que  não tem o Cavaleiro – não é tipicamente cigano. Existem algumas linhagens de  ciganos que utilizam apenas esse baralho comum, mas os cartomantes do povo Dohm  lêem ou só com os arcanos maiores ou com estes e os menores em conjunto, mas  nunca só os menores, em razão dessa complexidade das cartas numeradas.
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    | Referências gerais |  
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    | Orientação e confirmação: A função principal dos arcanos  menores é a de direcionar, complementar e confirmar os arcanos maiores. O  arcano maior é a pessoa, e os arcanos menores situam, confirmam ou mudam a  direção de um arcano maior, dependendo do conjunto e das combinações. |  
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          |     Detalhamento: Os arcanos menores detalham, trazem sempre  mais elementos para a leitura. Se a tiragem não está clara, eu começo a tirar  mais cartas. Haverá um melhor detalhamento quando se tiver os arcanos menores  em maior número. Isso vai enriquecendo a leitura. Fugacidade: Os arcanos menores são cartas que dão maior  velocidade à leitura. Quando há uma quantidade maior de arcanos menores, entendemos  como uma situação muito rápida e passível de mudança, enquanto que, aparecendo  mais arcanos maiores, a situação deverá durar um pouco mais, indo geralmente  além dos vinte e um dias. Aparecendo mais arcanos menores, lê-se uma profusão  de acontecimentos que são muito mais momentâneos; eles servem para podermos  regular e para responder às perguntas: “vai demorar?”, “isso passa depressa?”
 Leitura de base só com menores. Quando na tiragem das cartas  saem apenas arcanos menores, indica que a pessoa em questão está tratando o  problema de forma imatura. Às vezes o consulente faz uma pergunta, por exemplo,  se seu trabalho vai dar certo. Se no jogo que eu tirar para uma questão desse  tipo noventa por cento dos arcanos forem menores, interpreto que a pessoa ainda  não absorveu completamente o problema, que ela não está preparada para a
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                | A cartomante |  
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                | Tela de Fabio Fabbi (1861-1946) |  |  |  |  
    | situação.  São possíveis duas leituras: ou a pessoa ainda não absorveu aquilo que é  preciso para que ela tome uma decisão, ou o foco do que ela está perguntando é  outra coisa, e pode-se ver isso quando os naipes não têm muita relação entre si.  Isso acontece muito: a pessoa pergunta uma coisa, mas quer saber outra, o que  se dá com freqüência em relação a perguntas referentes a amor; o consulente  chega perguntando do trabalho e, no momento que tira a abertura, você questiona  se é mesmo a respeito do trabalho que ele quer perguntar. |  
    |     Naipes contraditórios: Se estudarmos a natureza de cada  naipe, poderemos saber se um consulente está mesmo querendo saber exatamente  aquilo que está perguntando. Se a pessoa faz uma pergunta relacionada a uma  determinada área e tem respostas com arcanos voltados a outra, não está  perguntando o que realmente quer saber. Uma boa maneira de agir da cartomante  seria dizer que saiu uma carta referente a “tal” assunto, e que isso, que veio  de graça, vai ser abordado primeiro, e depois outra carta será tirada, para o  primeiro assunto. Geralmente a pessoa, depois, nem quer as outras cartas,  porque o que desejava saber já foi elucidado. As Figuras da corte: Com relação a elas há um grande  mito. Pensa-se que um Rei é sempre um homem, a rainha é uma mulher loira, etc.,  mas a gente não lê assim, de modo algum. Não colocamos nas figuras de dama, rei  e cavaleiro a representação de pessoas. O único com essa função específica é o  mensageiro (Valete) que não representa a pessoa em si e sim notícias  relacionadas a uma nova presença. As outras vão estar relacionadas com o tipo da  notícia, da novidade.
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    | Os naipes |  
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    | Na tradição cigana os naipes têm ascendência uns em relação  a outros. O primeiro é Copas, que traz tudo que é relacionado à  emoção; não necessariamente relacionado a problemas ou questões amorosas, mas  tudo o que se passa no coração.
 O segundo é Paus, que vem para falar de trabalho, saúde,  formação de personalidade, batalhas físicas. E aí as percepções podem ser muito  variáveis. Com relação aos critérios de beleza, por exemplo, os ciganos  não pensam em cirurgia plástica: a correção da face não existe na cultura Dohm,  a não ser que seja para correção de um problema de saúde. Nós admiramos o rosto  que vai ficando semelhante à superfície do tronco de uma árvore. A árvore, para  nós, é o símbolo da sabedoria máxima. As árvores velhas têm “rugas”. E o naipe  de Paus tem a ver com a formação da personalidade no sentido desse envelhecimento,  do mesmo modo que as árvores. E as batalhas físicas também marcam o corpo.
 O terceiro é Espadas, que representa as batalhas emocionais,  as batalhas de culpa, de agressão, de palavras. O símbolo do naipe é um coração  invertido, com uma empunhadura – é quando se usa o coração para machucar, para  ferir, é a batalha emocional. Espadas: batalhas e conquistas ligadas à emoção e  barreiras psicológicas, tudo aquilo que a gente se impõe para ficar preso –  sendo a prisão, aqui, emocional.
 O quarto é Ouros e está ligado às conclusões e ao  cumprimento de alguma coisa. Ouros fala do que foi feito de certo ou errado, e  quanto foi recebido por isso. Se meu trabalho não foi bom, eu recebo pouco; se  meu trabalho foi bom, eu recebo muito – essa é a função do dinheiro, e daí é  que vem a idéia de riqueza. Há uma ligação com escolhas. E tem relação com  finanças porque, logicamente, é daquilo que a gente faz que vem nossa  sobrevivência. Mas o significado do naipe de ouros está muito ligado ao que se  fez de certo ou errado.
 Esta é, em resumo, a estrutura dos naipes: começamos com   assuntos do coração, vamos para o trabalho, passamos pelas batalhas internas e  daí ganhamos o prêmio, tenhamos aprendido ou não. Se não aprendemos, voltamos  para o coração.
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    | Signficados das cartas |  
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    | Vejamos agora o significado das cartas, de 1 (Ás) a 14  (Cavaleiro). Iniciamos pela chave, pelo conceito básico, e depois apresentamos  o significado específico de cada número conforme o naipe. |  
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    | Ás: Conclusão,  realização máxima do desejo questionado. |  
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                  | Áses (Copas, Paus, Espadas e Ouros) no Tarot Visconti |  
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                  | Lo Scarabeo, Torino, Itália |  |  |  |  
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    | Ás de Copas – A conclusão é a realização daquilo que está em  seu coração, e que o deixa profundamente feliz. São coisas que você sonhou e  até coisas que não imaginava, mas foi agraciado com elas. Ás de Paus – A conclusão está no fato de você ter realizado  um trabalho e esperar tirar frutos, para sua sobrevivência. É fazer dar certo.  É ter uma idéia de um negócio e querer saber se aquilo vai dar certo. Ou, no  caso de um problema de saúde, querer saber se vai superar. Essa é a conclusão:  o ás de Paus diz que tudo dá certo.
 Ás de Espadas – Fala da conclusão de um problema que você  tem há muito tempo, que incomoda, não deixa dormir, ou de uma batalha em que  você precisa vencer a si mesmo. Pode referir-se a uma dieta muito rigorosa ou à  tentativa de largar o cigarro ou de terminar um relacionamento destrutivo de  longa data – coisas que criamos para nós mesmos, uma limitação difícil de  transpor. Os outros naipes trazem coisas que dependem mais de terceiros, mas o  de Espadas fala de você consigo mesmo, de transpor os próprios limites, e isso  às vezes dói.
 Ás de Ouros – O ás de Ouros está relacionado à solução de um  problema econômico. Ás vezes você tem uma dívida e quer saber se vai poder  saldar, ou está apostando todas as fichas num negócio novo e envolveu todo o  seu dinheiro, e tem a conclusão.
 Ouros está muito mais ligado ao dinheiro do que à idéia,  enquanto em Paus a questão está muito mais relacionada à idéia: você pode não investir  nem um único tostão e realizar um projeto muito bem sucedido.
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    | Dois: Parceria, coisas funcionando aos pares. |  
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                | 2 (Copas, Paus, Espadas e Ouros) no baralho comum |  
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                | COPAG, Brasil, 1960. |  |  |  |  
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    | 2 de Copas – Casais acertando o passo, pode ser o indício de  um novo relacionamento ou o término, dependendo das cartas conjuntas. O Dois  sempre traz situações que envolvem duas pessoas, que podem se reunir. Quando se  tira o Dois de Copas, e as pessoas estão juntas, dependendo do que vem, pode  ser para uma separação; mas se eu tiramos um Dois de Copas e um ás de Copas, trata-se  de um relacionamento que vai perdurar. 2 de Paus – Início da recuperação de um problema de saúde,  indicação de boa parceria para negócios, trabalhos que obterão ajuda alheia.  São idéias que começam a se juntar, ou indica seu corpo encontrando a sua alma,  a alma sadia. No trabalho promete o encontro de bons parceiros. Sempre uma  coisa se juntando a outra.
 2 de Espadas – Pessoas entram com recursos que não temos,  para nos ajudar a superar obstáculos. Não se trata de recursos financeiros, mas  contatos, influências, etc.
 2 de Ouros – Empréstimos de pessoas que nos querem bem,  indicação de sociedades frutíferas, parceiros confiáveis financeiramente. Algumas  vezes o dinheiro vem, mas não é bem intencionado, ou seja, a pessoa te dá  esperando algo em troca, que você nem sempre consegue retribuir. Mas aqui, no  Dois de Ouros, a pessoa está sempre torcendo por você; é uma carta boa de se  ver quando a pessoa está procurando um sócio. Tirou o Dois De Ouros pode  confiar.
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    | Três: Estabilização |  
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    | O Três é o número da estabilização em todas as culturas. É a  estrutura estável para tudo. Na cultura cigana, as mesas e os bancos têm três  pés. |  
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                | Três (Copas, Paus, Espadas e Ouros) no Tarot Visconti |  
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                | Lo Scarabeo, Torino, Itália |  |  |  |  
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    | 3 de Copas – Calmaria depois de crise amorosa, coração  tranquilo, mesmo em momentos de solidão. Quer dizer que a pessoa estabilizou,  não necessariamente como um casal, mas há uma tranqüilidade que vem de dentro. 3  de Paus – Problema de saúde sem risco de vida,  trabalho  seguro mas sem grandes emoções.  Pessoa reconhecendo limites e tomando decisões de forma mais equilibrada. Ás  vezes a pessoa passa por um turbilhão e aí vem o Três de Paus, que diz que  agora as coisas vão começar a se acalmar. Aí ela começa a pensar do jeito apropriado,  de uma forma racional, equilibrada... Tudo isso é o Três de Paus.
 3 de Espadas – Vencer uma batalha contra si mesmo. Superação  de medos, ultrapassar barreias invisíveis. Porque quando não sentimos a  necessidade de transpor os problemas, tudo é conflito; mas quando dispomos de  intenção para transpor, seguimos tranqüilos, porque conseguimos vencer o medo.
 3 de Ouros – O dinheiro suprindo uma necessidade sem  gerar dívidas, o negócio aberto se estabilizando no mercado, rendimentos  garantidos para pessoas que trabalham de forma autônoma. Aqui o dinheiro surge  sem preocupação, sem precisar ficar fazendo conta. É o dinheiro que dá a  segurança de poder sonhar.
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    | Quatro: Interferência  de outras pessoas |  
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    | O Quatro indica a interferência de outras pessoas. A visão  que temos do Quatro é a de dois casais no mesmo espaço, o que vai gerar  conflito, porque sempre tem o lado forte e o lado fraco. |  
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            | Quatro (Copas, Paus, Espadas e Ouros) no baralho comum |  
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            | COPAG, Brasil, 1960. |  |  |  |  
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    | 4 de Copas – Possibilidade de uma terceira pessoa  interferindo na vida de um casal: outro par ou familiar. A interferência pode  ser positiva ou negativa. Às vezes é positiva: existe sogra boa, que dá uma  força para o casal permanecer; existe aquele amigo que diz para pensar bem etc.  Mas também pode ser negativa. Todo casal tem um amigo, ou parente, que ajuda,  mas quando entra um quarto, é muito difícil vibrar em sintonia. 4 de Paus – Necessidade de troca de tratamento de saúde, ou  confusão de diagnóstico; atenção com colegas de trabalho; deixar-se influenciar  por opiniões alheias que não correspondem aos próprios desejos. É necessário tomar  cuidado com o que você fala na empresa ou em casa. Você não está bem, precisa  de ajuda, e ainda encontra alguém que começa a atrapalhar. O Quatro de Paus  indica muita confusão mental.
 4 de Espadas – Alguém jogando contra, falsas amizades,  inimigos ocultos. Esse Quatro de Espadas é muito perigoso. Geralmente trata-se  de uma pessoa muito próxima; o inimigo está junto e não se tem nem idéia. Se o  consulente citou o nome de alguém que considera de confiança, geralmente é esta  a pessoa.
 4 de Ouros – Receber ajuda de estranhos ou ser  acometido por surpresas que colocam em risco o dinheiro. Uma coisa é alguém nos  ajudar de forma indireta, e aí vai depender da companhia desta carta, e outra  coisa é uma surpresa, uma despesa inesperada, por exemplo, que perturba o ritmo.
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    | Cinco: Mudança de planos |  
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    | O cinco significa dispersão em relação à meta traçada de  início. É sair do centro; algo que desorienta a pessoa e a faz ir para um lugar  que não estava prevendo. É diferente da força do Quatro, que tira você do eixo  e pode levar a fazer um novo caminho, mas que não é durável; o Cinco fala de  uma mudança que perdura. |  
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                | Cinco (Copas, Paus, Espadas e Ouros) no Tarot Visconti |  
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                | Lo Scarabeo, Torino, Itália |  |  |  |  
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    | 5 de Copas – Conhecer alguém de forma inusitada. Decidir  unir-se ou separar-se – pode ser uma união amorosa ou uma sociedade. Conhecer  alguém em um lugar nunca imaginado. O inesperado. 5 de Paus – Mudança de trabalho, de área, de hábitos, com  reflexos de longo prazo. No caso do trabalho, mudança física, de um local para  outro, ou mudança de área, radical. No caso de mudança de hábitos com reflexos  de longo prazo, um exemplo seria alguém sem hábito de exercitar-se que começa  uma rotina e vira maratonista.
 5 de Espadas – Reversão de uma situação incômoda, caminhos que  começam a se abrir. Uma coisa super positiva, uma luz no fim do túnel, e  durável.
 5 de Ouros – Ter que usar o dinheiro reservado para um fim  em outra coisa ou uma decisão espontânea de investir em algo diferente. Pode  ser por necessidade ou por decisão própria. Mudança mesmo.
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    | Seis: Instabilidade |  
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                | Seis (Copas, Paus, Espadas e Ouros) no baralho comum |  
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                | COPAG, Brasil, 1960. |  |  |  |  
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    | 6 de Copas – Relacionamentos instáveis, passando por momento  turbulento. Podem ser relacionamentos entre irmãos, às vezes pais e filhos...  Tudo fica meio nebuloso, mas não é uma coisa duradoura. É um momento de falha  de comunicação, que traz instabilidade. Riscos de não ser entendido, não se  fazer entender. 6 de Paus – Saúde e trabalho oferecendo riscos importantes.  Pessoas com tendência à depressão sucumbindo aos sintomas. É todo um  desequilíbrio, o organismo entrando em choque, um tratamento que não está sendo  efetivo, um remédio que não faz bem. É essa a instabilidade.
 6 de Espadas – Perda de controle da situação, surpresas  negativas, falta de certezas para levar ao caminho da vitória. Tudo é nebuloso.  Situação de não saber: você só sabe que não sabe.
 6 de Ouros – Indica que   é melhor não investir em nada novo, economizar, inteirar-se das contas. O  conselho seria: deixe passar o período nebuloso, para depois fazer alguma  coisa. Não faça nada agora, não é o momento.
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    | Sete: Mudanças que  interferem em diversas áreas |  
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    | O Sete é o numero mais mágico: tudo o que muda no naipe  interfere em todas as outras áreas da sua vida. Ou dá tudo certo, ou dá tudo  errado -- mas geralmente o Sete tem uma vibração muito positiva, é muito  celebrado. É sempre uma força benéfica. Quando está faltando tudo, o Sete é a  primeira carta que some do baralho. E dificilmente uma mudança que influencia  tudo é efêmera; trata-se de algo que vai durar, pelo menos uns seis meses. |  
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                | Sete (Copas, Paus, Espadas e Ouros) no Tarot Visconti |  
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                | Lo Scarabeo, Torino, Itália |  |  |  |  
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    | 7 de Copas – Relacionamento surgindo por intermédio de  outras ocorrências na vida (trabalho, saúde, etc). Por exemplo, você vai  procurar trabalho e a pessoa que lhe entrevista é o grande amor da sua vida, e  então você vai arrumar um grande trabalho e melhorar financeiramente. Uma coisa  ligada às outras. 7 de Paus – Trabalho que exige aprender coisas novas,  mudança geográfica, mudança de cargo com salário influenciando nos planos  futuros. Você tem de mudar tudo. Não arrumou só um trabalho, arrumou lugar  novo, casa nova. É sempre uma indicação positiva, uma mudança para melhor.
 7 de Espadas – Ganhar uma batalha que abre caminhos e  favorece a realização em outras áreas. Reconhecimento de terceiros.
 7 de Ouros – Alguém usando o dinheiro de forma  positiva para influenciar a vida das pessoas. Você ganha mais e consegue ajudar  a mãe e o irmão, além de estar bem para você, por exemplo.
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    | Oito: A pessoa  influenciando outras |  
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    | O Quatro é “pessoas a mais”, e o Oito é duas vezes o Quatro.  Trata-se, então, de influenciarmos os outros; passamos a ser o sujeito da  influência. 
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                | Oito (Copas, Paus, Espadas e Ouros) no baralho comum |  
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                | COPAG, Brasil, 1960. |  |  |  |  
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    | 8 de Copas – Conquista de alguém distante e difícil, agir  como cupido. A sua força de conquista é dobrada. 8 de Paus – Ter a opinião fundamental para o sucesso de um  projeto, abrir um negócio que influencia a vida de outros muito positivamente.  É quando a sua opinião faz a diferença.
 8 de Espadas – Influência de bastidores, ardilosa.
 8 de Ouros – Interferir junto a alguém que tem mais  dinheiro, direcionando o valor para uma causa ou pessoa. Aqui, você não precisa  ter o dinheiro, mas consegue convencer alguém que tem a fazer o que você pretende.
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    | Nove: Testes para nos  certificarmos do caminho |  
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    | Lembremos que o Nove é o três vezes três. Quem aguenta três  vezes o tranco e fica estável, é porque realmente está no caminho certo. Ás  vezes a pessoa cisma em fazer o difícil, vai e cai, vai e cai, e precisa que  alguém diga: não é isso que você tem de fazer: o Nove vem para isso. Ou então a  pessoa tem certeza e sofre revezes para testar de fato. O Nove vem para testar  a sua força. Ele normalmente não é uma batalha sofrida, é algo que vai fazer  questionar se aquilo que você está fazendo é o certo. |  
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                | Nove (Copas, Paus, Espadas e Ouros) no Tarot Visconti |  
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                | Lo Scarabeo, Torino, Itália |  |  |  |  
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    | 9 de Copas – O par agindo de forma inesperada, mostrando que  é diferente do que imaginávamos. Ás vezes você tem surpresas, por exemplo, alguma  coisa que o namorado faz leva a perguntar: “Será que é essa a pessoa que eu  quero?”. 9 de Paus – Problema de saúde forçando novos comportamentos,  trabalho colocando a pessoa temporariamente em uma posição indesejada. Algo que  a pessoa esperava não aconteceu, mas, se esperar, pode ser que chegue sua hora.  Não é confortável, mas vai testar o quanto você quer de fato alguma coisa.
 9 de Espadas – Baque, decepção, planos não concluídos.  Entretanto, mostra quase sempre uma situação temporária. Machuca, mas não mata.
 9 de Ouros – Abrir um negócio que não vai para frente, fazer  planos que não se concluem ou não trazem o resultado financeiro esperado.  Suponhamos o caso de uma pessoa que abriu uma loja e fica seis meses rezando  para alguém entrar; no sétimo mês ela questiona se deve continuar. Quando sai  esta carta, eu digo: persista. Se fosse uma carta de estabilidade, não, mas  aqui ela está testando sua persistência.
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    | Dez: Marasmo, falta de  empenho, preguiça |  
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                | Dez (Copas, Paus, Espadas e Ouros) no baralho comum |  
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                | COPAG, Brasil, 1960. |  |  |  |  
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    | 10 de Copas – Insatisfação gerada pela rotina. Pensamentos  buscando novos desafios. Geralmente, quando acontece traição, ela começa aqui.  É uma situação quando se esperava mais, ou do parceiro, ou de amizades, ou na  empresa. 10 de Paus – Pessoa acomodada no trabalho, na obesidade, nos  vícios que influenciam a saúde. Essa pessoa que não quer mover uma palha.
 10 de Espadas – A pessoa tem desejos, mas não possui a  vontade de colocá-los em prática. Situação do eterno sonhador.
 10 de Ouros – Não ver possibilidade de melhora, se  conformar com o que tem, não querer sonhar mais alto.
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    | 11. Valete, “J”:  Mensagens importantes, pessoas |  
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    | O Valete é sempre uma carta muito boa, muito leve, e que  sempre dá um novo sopro de vida. Ele tira da rotina. Para nós, o valete é uma  criança, um mensageiro que traz boa notícia. 
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                | Os Valetes (Copas, Paus, Espadas e Ouros) no Tarot Visconti |  
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                | Lo Scarabeo, Torino, Itália |  |  |  |  
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    | No baralho comum, chamamos a carta de valor 11 de Valete ou Pajem; mas, iconograficamente e por estar junto a Rei e Rainha, ele corresponde  na verdade ao Cavaleiro dos arcanos menores, o Jovem. |  
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                | J - Os Valetes  (Copas, Paus, Espadas e Ouros) no baralho comum |  
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                | COPAG, Brasil, 1960. |  |  |  |  
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    | Valete de Copas – Boas noticias: novo par, conclusão de  relacionamentos, novo ímpeto a um relacionamento já iniciado. É o oposto do  Dez. Mesmo que a pessoa já seja casada, por exemplo, ela aprende a ver aquilo  de outro jeito, a respeitar o companheiro de outro modo, descobre um lado que  não conhecia. Valete de Paus – Novo trabalho, nova pessoa influenciando o  surgimento de uma nova vaga ou alterando nossos hábitos. Um novo amigo que o  convida para correr, coisa que você nunca havia pensado em fazer – é um  mensageiro que vai levá-lo a ter um hábito bom.
 Valete de Espadas – Batalhas vencidas, limites  estabelecidos, respeito. Quando sai o Valete de Espadas é uma batalha vencida mesmo, é você novo, num momento de renovação.  Uma boa notícia para você.
 Valete de Ouros – Dinheiro vindo de forma inesperada,  promoção.
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    | 12. Dama ou Rainha: Valores da infância, questionamentos |  
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    | Traz à tona valores da infância e questionamentos quanto à personalidade. Representa a idéia da mãe, dos primeiros anos de que falam  os arcanos maiores, das coisas que estão marcando nossa personalidade. Ás vezes  a pessoa começa a questionar as influências, ou tem comportamentos infantis que  já havia superado. Tem relação com a dinâmica dos anos de formação, ou diz que  não estamos conseguindo nos livrar de coisas lá de trás. 
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                | As Rainhas (Copas, Paus, Espadas e Ouros)  no Tarot Visconti |  
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                | Lo Scarabeo, Torino, Itália |  |  |  |  
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    | Rainha de Copas – Repetir padrões maternos de comportamento,  questionar se estamos no caminho certo. É uma insegurança quase infantil. Rainha de Paus – Redescobrir talentos da infância, quase que  um renascimento. Necessidade de sentir acolhimento, mas não necessariamente no  sentido emocional. Pode ser que numa empresa você tenha desagradado uma pessoa  perigosa por seu grau de influência, e precisa do colo do patrão, que ele lhe  diga que você está no caminho certo. Necessidade de uma pessoa que reconheça seu  trabalho.
 Rainha de Espadas – Agir de forma mimada, querendo impor os  desejos a qualquer custo. Essa é a carta mais infantil de todas, é quando você  usa seu coração invertido para alfinetar, fazer manha.
 Rainha de Ouros – Lidar com o dinheiro de forma  descontrolada, sem a maturidade necessária.
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    | 13. Rei: Força  masculina, imposição. |  
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    | O Rei fala de tudo que é colocado goela abaixo. 
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                | Os Reis (Copas, Paus, Espadas e Ouros) no Tarot Visconti |  
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                | Lo Scarabeo, Torino, Itália |  |  |  |  
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    | Rei de Copas – Querer estar ao lado de alguém que não é  adequado. Não há jogo que mude, quando sai essa carta. Rei de Paus – Colocar a saúde ou o trabalho em risco por  teimosia.
 Rei de Espadas – Tirania. O Rei de Espadas é um tirano, a  pior carta do baralho. Aquele que passa por cima de tudo e de todos, não quer  saber o que está acontecendo. Quando esse tirano aqui sai para uma mulher, aí  ninguém segura, porque juntou o lado masculino e o lado feminino. É a bruxa,  mesmo, no sentido negativo da palavra. Uma pessoa muito negativa, muito  egoísta, que quer fazer valer sua vontade a qualquer custo.
 Rei de Ouros – Usar o dinheiro para fins diferentes do  combinado. Falta de vergonha na cara. Pessoas que se envolvem em fraudes.
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    | 14. Cavaleiro: Impulsividade excessiva, imaturidade |  
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    | Esta é a carta que não existe no baralho comum. É o jovem,  aquele que acredita que vai ganhar o mundo. Ele é muito impulsivo e toma  atitudes desmedidas. A gente o vê como um homem de dezessete anos. |  
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                | Os Cavaleiros (Copas, Paus, Espadas e Ouros)  no Tarot Visconti |  
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                | Lo Scarabeo, Torino, Itália |  |  |  |  
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    | Cavaleiro de Copas – Não querer compromissos, tendência para  parceiros múltiplos, querer o mundo. Cavaleiro de Paus – Trocar muito de trabalho, não se fixar  em lugar algum, ser leviano em relação à própria saúde.
 Cavaleiro de Espadas – Fazer uso de contatos de forma  negativa, expor pessoas de confiança a situações complicadas – por não pensar  nas consequências.
 Cavaleiro de Ouros – Gastar mais do que deveria, ter pouca  responsabilidade no trato com o dinheiro e dívidas. Trata-se de alguém que não  pensa no amanhã, “pega o cavalo e sai”.
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    | Conclusão |  
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    | Na verdade, os significados são bem mais complexos do que o  resumo que fizemos. O importante, porém, é partir dessas referências básicas e  desenvolver os questionamentos na prática. A vibração de cada carta está aí. O  que podemos agora fazer a partir dessas indicações  é cruzar a vibração da carta com a vibração  do naipe e ir construindo a própria leitura. É por essa razão que consideramos  muito importante a jogar para ai mesmo. Quando estamos aprendendo, começamos  com os maiores e, depois, quando começamos com os menores, é bom deixar os  arcanos maiores e os menores em dois grupos separados. Tiramos um arcano maior  e depois um menor, para confirmação. É uma forma de praticar e de jogar. A melhor maneira de aprender é tirar cartas todo dia, para  si mesmo ou alguém que lhe pede, e tirar sempre 3 cartas: passado, presente e  futuro. Tirar uma carta para representar o passado dá um toque de confiança, pois  ela vai confirmar a sitsuação. Se você não se vir naquele passado – e eu reafirmo:  a carta não erra, a gente é que erra a interpretação dela – se não bateu com o  que percebemos da situação, vá procurar o sentido. Procure em livros, vá  buscando, o que vale não é uma verdade absoluta, mas o sentido que vale para  você. Cada um de nós cria seu próprio oráculo.
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    | Escolha do baralho |  
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    | É importante, na escolha de um baralho bom, uma clara diferença  entre os naipes (principalmente paus e espadas) e a facilidade de identificação  do número, para não ser necessário ficar contando os elementos. Uma coisa que funciona bem no inicio é ter um tarô de  Marselha para os arcanos maiores e um baralho convencional, para os menores. Como  o baralho convencional não tem o mensageiro, consideramos o Valete como  Cavaleiro e, para o lugar do Mensageiro, pegamos o coringa de cada naipe. Há  até alguns baralhos em que o coringa vem com uma corneta, como um arauto –  porque é essa a função dele, na nossa leitura.
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                  | As reproduções  de cartas utilizadas neste texto são do Tarot Visconti-Sforza (Milão, ca. 1450), restauradas por A. A. Atanassov e editadas por Lo Scarabeo (Turim, Itália, 2005); e de um baralho COPAG (Companhia Paulista de Artes Gráficas), Brasil, ca. 1960
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                  | As transcrições das gravações das aulas dadas por Sarani Barrios, no segundo semestre de 2008, foram editoradas por Bete Torii.
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    | março.09 |  
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