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26 de abril de 2024

Responsável: Constantino K. Riemma


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Oito de Espadas
ou
Carta 20 - Jardim, no baralho Petit Lenormand
Geraldo Spacassassi
 
8 de Espadas: mostra uma situação onde estamos impossibilitados de agir por medo das conseqüências. É a servidão do medo, por estarmos profundamente envolvidos na situação, sendo tarde demais para arrependimentos ou retorno. Retrata o difícil e doloroso reconhecimento de nossa parcela de culpa no caso. Uma decisão se faz necessária; contudo, qualquer escolha trará problemas.
Jardim (Oito de Espadas) no baralho Petit Lenormand
O Jardim (Oito de Espadas)
no baralho Petit Lenormand
Editora AGMüller, Suíça
 
Temos clara consciência de que criamos o dilema; sabemos que por medo da confrontação agimos cegamente e com duplicidade, adiando uma decisão para não magoar pessoas. Prenuncia uma situação difícil onde nossos desejos são obstruídos por interferência acidental e, aparentemente, sem saída. A solução existe, mas não é óbvia, o que implica a necessidade de reconhecermos a extensão de nossa desinformação.
Indica opressão, repressão, prisão, submissão, inação, vulnerabilidade. A manifestação sexual é dependente ou submissa ao outro e, em seus aspectos extremos, resulta no masoquismo.
Jardim: representa o meio ambiente que nos cerca; os limites conhecidos. É o lugar onde reinamos, nosso domínio formado pelas coisas e pessoas que nos cercam, e como tal, tudo aquilo que depende única e exclusivamente de nosso esforço e escolha. Aquilo que semeamos em nosso jardim é o que será depois colhido. Pode indicar a necessidade de ampliarmos os horizontes, de refletir para estabelecer novas metas e ações adequadas, caso nosso campo de ação seja muito limitado. Simbolicamente representa o Paraíso, um lugar encantado onde reina a paz e a harmonia. Representa também o esforço, o trabalho do ser humano e, em particular, o seu poder sobre a natureza domesticada.
Em nível mais elevado, o jardim é um símbolo de cultura por oposição à natureza selvagem, de reflexão por oposição à espontaneidade, da ordem e consciência por oposição à desordem e ao inconsciente.
O jardim, retratado na literatura profana ou religiosa, é o sítio do crescimento, do cultivo de fenômenos vitais e interiores; nele o fluxo das estações se cumpre por meio de formas ordenadas. O muro do jardim guarda as forças internas que florescem, e só é possível penetrar nele por uma porta estreita e secreta. Alegoricamente, designa a parte sexual do ser humano: para a mulher, quando no seu centro se encontra uma grande árvore ou fonte; para o homem, o pequeno jardim das delícias.
Somos chamados a refletir sobre nosso comportamento e reações diante das pressões sociais. Em geral encontramos muita dificuldade no gerenciamento harmonioso deste aspecto; vacilamos na hora de estabelecer limites claros, conscientes e bem definidos diante dos ataques e invasões que o meio circundante faz em nossa vida privada. Quando estamos despreparados e inconscientes dessa pressão, ela pode gerar o complexo de inferioridade, a insegurança e o medo de rejeição; pode nos levar a encarnar o papel de vítima e a abrir mão da nossa verdadeira personalidade. A família, em geral, é a primeira dessas fontes de pressão e invasão. Quando crianças, dependemos das decisões de nossos pais quanto à nossa alimentação, roupa, estudos e lazer. Mas, às vezes, continuamos a seguir seus padrões mesmo depois de crescidos, sem questioná-los, porque somos “vítimas indefesas” das suas vontades.
Estar ou sentir-se inadequado, ficar à mercê de protocolos ou dependente da opinião e da conveniência dos outros, são sintomas típicos da síndrome de vítima. Além disso, deixamo-nos vitimar pelo complexo de inferioridade ou pela humildade exacerbada, colocando os outros lá em cima e a nós mesmos lá embaixo, ou sempre nos posicionando no último lugar da fila. Existem coisas imutáveis e incontroláveis em nossa vida, mas não precisamos sempre assumir o papel de mártir – a menos, claro, que estejamos no palco interpretando o papel de Joana D’Arc ou de Tiradentes. Precisamos apenas ser flexíveis para mudar a estratégia sempre que conveniente.
Necessitamos, urgentemente, entender que não precisamos agradar a ninguém a não ser a nós mesmos, nem provar nada a quem quer que seja. Aprender a dizer “não” à vontade alheia e reconhecer nossos direitos e nosso valor são os primeiros passos para nos livrarmos dessa condição. Só assim seremos totalmente responsáveis por nosso jardim.
 
Outros Capítulos de O Baralho Petit Lenormand - Teoria e Prática
de Geraldo Spacassassi, que podem ser acessados no Clube do Tarô:
Carta 7 - Rainha de Paus / Serpente : texto completo
Carta 28 - Ás de Copas / Cavalheiro : texto completo
 
agosto.10
Contato com o autor:
Geraldo Spacassassi - www.spaca.com.br
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