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28 de março de 2024

Responsável: Constantino K. Riemma


Café Literário – Alberoni
[Tiragens] [Café Literário] [Esquema da Árvore]
 
    
 
Coletânea de tiragens por Flávio Alberoni voltadas
ao grupo de poetas e participantes do Café Literário
 
 
Tarô do Café Literário. Ano 6
 
    As cartas retiradas para falar do 6º ano do Café Literário foram os arcanos 10 (inv.), 14 e 21. Arcano síntese: 10 + 14 + 21 = 45 => 9 (O Eremita).
    O Eremita (9) chegou ao fim de uma jornada e descansa. É noite sem Lua. Observa bem próximo uma especie de dólmen e abaixo dele visualiza uma luz intensa. Rasteja buscando essa luz, pois sente que há muito a fazer. Do outro lado do dólmen descortina um grande horizonte e novos desafios.
    Embora a jornada seja aparentemente fragmentada é única, vista pelo ângulo correto. Há que saber equilibrar a energia (14), há que se ter uma meta bem definida (21), é necessário confiar nos sinais do mundo (10), mesmo que aparentemente absurdos.
    Bem além, se souber ser humilde e constante (9), nunca parar (6) é mais que uma recompensa: é uma dádiva conquistada por mérito (8). Mas, cuidado, sua sombra se esconde na confiança exagerada em caminhar sem planejamento (14).
 
[Tarot Wirth]
 
    Esclarecimento adicional: Arcano 6 – impulsos. Arcanos 8 – recolhimento, recompensa, razão consentida. Arcano 14 – a sombra.
jan.08
    Abel Fernandes – Arcanos 17, 7 e 4. Síntese: 10 (Roda da Fortuna) – Uma vagem aberta, mostra suas sementes que parecem não ter limites em quantidade. Quanto mais se tira, mais existe dentro dela. Um processo criativo imenso,cujo limite é dado apenas por si, e por uma notável capacidade de obedecer ao ritmo que a vida impõe, sem jugos. Onde buscar o que deseja a não ser em si mesmo? Os cardos solitários refulgem na noite. E, por isso, apesar de serem como são, ainda assim são vigias alcançados na própria noite.  
  Anete Antunes – Arcanos 6, 21 e 14. Síntese 5 (O Papa) – Uma árvore grande que está se descascando (como se fosse a árvore da cortiça), as folhas caem, os ramos caem, e se prepara para um certo renascimento. Observa-se um momento de conflito e a necessidade de se buscar síntese através de poucas iniciativa, além de uma circulação da energia e dos elementos que já possui. Suas ferramentas já foram escolhidas e estão trabalhadas. Não as empreste a ninguém. São suas, apenas suas.    
    Camaleoa – Arcanos 18, 11 e 10. Síntese 13 (A Morte). A seta é lançada e atinge o seu alvo diretamente e com muita força. E se despedaça. E também não deixa, no alvo, sinal de sua chegada. O arqueiro lança uma nova seta e ela se perde, atingindo – e ficando – em outro alvo bem distante. Observa-se um processo de contenção de seus impulsos e uma tendência marcante em buscar a si mesmo e aproveitar o momento para isso. Algo espreita, no entanto, exigindo modificação profunda e permanente. O arqueiro talvez precise vendar os olhos, para que a seta seja certeira e com a força correta. Eliminar a ilusão da certeza... será esta a solução?  
  Camille M. – Arcanos 20, 9 e 10. Síntese 12 (O Enforcado). A sua única arma é um cajado velho e de muito uso. Nota-se sangue em seu punho. Seu próprio sangue, após usá-lo mais como cajado de peregrino. Muito andou doando sua palavra aos que o procuram. O desdobramento de si, e feito com cuidado e lentidão, reflete o desejo de aproveitar o que a vida lhe dá, em ilusões. Por que buscar longe o que é seu e já está em suas mãos? Cuide-se em não desperdiçar sua (muita) energia para quem pede e nada devolve, nem em mera gratidão. A única solução é (talvez) doar. Simplesmente.    
    Camila Rondon – Arcanos 15, 21 e 6. Síntese 6 (O Namorado). O momento passional estimula a vida. Por isso, o jovem carrega em seus braços o que é talvez inútil para muitos. Mas, não para ele que carrega a sacola com um cuidado extremo. Aberta, mostra coisas de valor puramente sentimental. O jovem olha tudo com imenso agrado. A importância das coisas, apenas nós damos, e por isso são tão elevadas. Pena que por serem nossas e devam ser compartilhadas gerem tanta dúvida, tanto conflito. Soltar as amarras e confiar na corrente da vida... talvez o único segredo.

 
  Débora Aligieri – Arcanos 8, 1 e 3 (inv.). Síntese 12 (O Enforcado). Uma atitude firme com relação aos fatos da vida, pode frustrar violentamente, pois o jogo político é real. A árvore, sob a ação da tempestade verga e verga muito. Nem sempre consegue voltar ao normal, tão logo a intempérie desapareça. O processo criativo busca atenção, pois algo aparece para perturbar e será breve. Como lutar sem saber para quê e por onde? O guerreiro simplesmente se prepara, pois o soberano bate a porta e. .. quer repouso, mesmo com a batalha a meio.    
    Eduardo Barrox – Arcanos 3 (inv.), 14 e 21. Síntese 11 (A Força). A árvore é grande e com copa avantajada. Pena que as raízes não estejam bem. Algo proliferou sem que o todo percebesse. Por sorte a capacidade de manipular a própria energia é imensa e o sonho espreita de tal maneira que é sólido, é vivo, toca-se com as mãos e estimula a seiva da árvore mesmo esta não sendo apenas sua.. Algo o destino exige para se conhecer. O óbolo para a travessia é exigido, não há como fugir. E o dinheiro é o eu.  
  Flávio Alberoni – Arcanos 7, 10 e 5. Síntese 22 (O Louco). O arqueiro se prepara para lançar a sua seta e busca se acomodar bem no solo, para seu trabalho. Mas, está no ar! Isso não o assusta nem um pouco, mas perde a noção da distância e perde o alvo. Isso sim, o angustia e o desassossega. Fica à sua procura (do alvo) pacientemente. Mesmo com a meta definida, importante a base bem fixada para se lançar ao destino com conforto e segurança. Perca uma vida, buscando seu grouding, mas o faça!    
   
Jader – Arcanos 17 (inv.), 18 e 5. Síntese 4 (O Imperador). A imagem refletida no espelho não é dele, mas o homem idoso, a aceita como se fosse sua. E trabalha com ela sem se importar com o que dizem, ou com o que ele próprio faz não de acordo com o que a imagem revela. Há um processo de aceitação e desprendimento que se revela em tom pragmático. Por achar que não é seu e agir como se fosse seu, como fugir da própria impressão de que é real e muito sua a vida que talvez finja não ser vivida... como sua?
 
  Ligia Piola – Arcanos 6, 13 e 1. Síntese 20 (O Julgamento) – Uma criança tenta pular um muro e não o consegue, sem ajuda. Quem a ajuda é uma senhora cigana, que lhe cobra – da criança – um dízimo. Coisa impossível, pois a garota sequer entende o que ela pede. E se extasia com a paisagem maravilhosa que descortina ao longe. Mesmo que a vida cobre algo de você por sentir um prazer profundo em viver, use sua perfeita inocência e sinta-a por completo. Tudo se encerra em um pequeno e puro olhar amigo.    
    Lilian Alves – Arcanos 7, 10 e 6 (inv.). Síntese 5 (O Papa). A freira lê seu livro místico e ri (disfarçadamente) do que lê. Não concorda com muito e nem se preocupa em não concordar e participar mesmo assim da comunidade, pois a conhecem e a aceitam como é. Sua maneira de expressar leva alegria ao ambiente e não consegue, debalde, modificar a opinião de ninguém. Isso acha ela. Não percebe que quem é afetada por si mesma é ela própria. E a cada momento ri mais de si e não do livro que porventura lê e contesta
 
  Marise Pollonio – Arcanos 16, 6 (inv.) e 13 (inv.). Síntese 8 (A Justiça). O cacto suporta os próprios espinhos com alegria, mesmo que eles atrapalhem a aproximação dos pássaros que aprecia. Cede a sua seiva porque não ceder é perecer e aguarda quando renasce ao longe como novo tronco, novo cacto, outra vida. Por considerar muito esquece de si e age de acordo. Talvez por estar próxima, algo que faz gera conflitos, mas nunca à distância quando, observando, acredita seus atos como certos e o bom senso prevalecendo mesmo exigindo renascer, em nova vida.    
    Nara JanuszArcanos 16, 15 e 18. Síntese 13 (A Morte). Desta vez a flor é única na árvore imensa. Esta transformou-se e acompanhou a flor em tamanho, para compensar desta maneira o perfume que entontece e inebria. Alimenta desta maneira os de sua espécie, apesar de não ser da mesma espécie. A transformação completa tornou-se uma meta de vida. Por ver a si mesma com crítica imensa, tornou-se alguém diferente, na imagem de si. Pena que seja apenas um outro engano. Para além das fronteiras que ainda não ousa atingir, sorri. .. da maneira de sempre. E – nem acredita – sorri com muita alegria.
 
  Nilson Minantti – Arcanos 19, 1 (inv.) e 2. Síntese 22 (O Louco) – A árvore é grande, mas está invertida. A copa está por baixo da terra e as raízes expostas. Apenas sua imagem está correta, refletindo-se como num espelho (mas, não é espelho, é uma névoa!). Ou. .. seria, justamente o contrário? Os atos muitas vezes parecem um retrocesso na meta abraçada. Ou seriam os atos intermediários a própria meta, e a que consideramos como meta, apenas outra ilusão?    
    Rebecca Navarro Frassetto – Arcanos 5, 2 (inv.) e 9. Síntese 16 (Casa de Deus). O peregrino sobe uma montanha por estreita trilha. Sobe muito e pára no primeiro patamar que encontra para descansar. Observa que ele é igualzinho ao ponto de origem da caminhada. A sensação de estar se repetindo é enorme! No entanto, avançou muito no seu percurso!! A mudança da paisagem não indica uma real mudança da paisagem. Apenas uma reorientação de si, pelo processo do caminho. Antes da meta, há que se observar com clareza que a cada passo somos diferentes do passo anterior e que o percurso em si pode ser a própria meta. Façamos com o coração!
 
  Roberto Stavale – Arcanos 16 (inv.), 10 (inv.) e 7. Síntese 6 (O Namorado). O jardineiro (?), com uma ferramenta tenta podar um arbusto de seu jardim, encostado no muro. O faz até com impaciência após demorar em escolher qual arbusto e quando deve trabalhar. Tão logo termina de fazê-lo, cresce novamente. Imediatamente. Não há porque escolher o momento, o local e a maneira de trabalho. Somos meras testemunhas de um processo maior. Aceitar isso, é ser eterno.    
    Rosalina Marcondes – Arcanos 18, 13 (inv.) e 14. Síntese 9 (O Eremita). Um quadro interessante. Como pintá-lo tantas vezes e ser sempre igual, apesar do processo de confecção variar a cada momento? Um alerta: Que o transcorrer de sua vida ocorra com cautela (9), pois a perda de energia (13 inv.) é algo presente, e o processo criativo pode ser bloqueado por uma severidade exagerada (18) em princípios por demais arraigados e na luta absurda em enfrentá-los. Talvez inglória. Observe que há uma possível agressão um tanto exagerada a seus próprios limites. O quadro que eu pinto é a verdade que eu possuo. Vou fazer várias vezes para que de maneira alquímica sublime o que a razão coíbe.  
  Sandra Falcone – Arcanos 12, 20 (inv.) e 21 (inv.).Síntese 8 (A Justiça). Doce ilusão buscar novos valores sempre novos valores sem que os primeiros tenham sido alimentados, retroalimentados, satisfeitos. Reaparecem de maneira diferente, mas sempre presentes. O lenhador corta a árvore pelo meio (20). No sentido longitudinal. Mas, não é uma árvore, é um mero arbusto, e as partes separadas (12) adquirem nova vida – com aparência igual ao anterior. Voltando outro dia, o lenhador não sabe (21)qual árvore (ou arbusto?) cortou, nem o que é novo. E muito menos o que é velho.
   
    Valdete Pereira – Arcanos 2, 21 e 20. Síntese 7 (O Carro). O andarilho corre fugindo de algo que o persegue há muito. E o faz durante muito tempo. Fica surpreso, logo após uma curva, que ele persegue agora esse "algo" que o perseguia. A ansiedade marca o processo de busca, quando não há um lago calmo dentro de si. como tornar claro o que é obscuro. Como perseguir algo e não ser perseguido? A resposta sem resposta talvez esteja no lago calmo dentro de si (2)  
jan.08
    
Contato com o autor
Flávio Alberoni alberoni@uol.com.br
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