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19 de abril de 2024

Responsável: Constantino K. Riemma


  outubro.2019
Luz no porão:
a tríplice conjunção na casa 12 do Brasil
Rui Sá Silva Barros
Historiador e Astrólogo
O ano de 2020 será marcado pela tríplice conjunção Júpiter/Saturno/Plutão no último decanato de Capricórnio e início de Aquário, com dominância de Saturno que abre o ano com Plutão. Como os planetas estão diretos e retrogradam, Júpiter terá 3 encontros com Plutão e no final do ano Júpiter se encontra com Saturno em Aquário abrindo um ciclo de conjunções destes planetas em signos de ar. Em março Marte passa pela conjunção e no segundo semestre ele estará em Áries fazendo quadratura aos planetas em Capricórnio. Mercúrio do mapa da Independência será estimulado por trino na casa 8, segurança pública, e para acentuar a pressão, Urano passará o ano todo rondando o Saturno natal.
Os três planetas estiveram próximos em 1981/2 em Libra, signo de exaltação de Saturno. O andamento foi diferente, iniciando com Júpiter/Saturno. Disto resultaram a globalização, o neoliberalismo, o pós-modernismo e a terceira fase da revolução industrial (informatização e automação). Ainda estamos lidando com estes temas.
Conjunção Saturno-Plutaão - janeiro.2020
Conjunção Saturno-Plutão em 12.01.2020
Nesta primeira conjunção o Ascendente cai em Touro próximo à posição de Saturno (veja o mapa do Brasil) e com Vênus no final de Aquário fracamente integrada ao tema. O Sol e Mercúrio cercam a conjunção Saturno/Plutão na casa 9, (judiciário, atuação internacional), mas afeta também o executivo, casa 10 Aquário, regida por Saturno neste mapa. É de notar que a conjunção Mercúrio/Plutão repete a configuração dos dois planetas em oposição no mapa natal, o que indica uma esfera cognitiva comprometida por pulsões intensas. Marte ingressa na casa 8 (segurança) e Urano está próximo ao Ascendente.
A casa 12 do mapa de um país tem muitos significados, mas elegi 4 temas principais: eles estão aí há muito tempo, foram empurrados com a barriga, e  agora a tríplice conjunção cria uma situação crítica que não pode ser postergada.
Crime e encarceramento
O Brasil tem 1465 presídios com 368 mil vagas e 726 mil presos (a terceira do mundo).  40% estão presos sem julgamento.  A maioria é jovem (18 a 29 anos):  60% são negros, 28% estão presos por tráfico de drogas, 37% por roubo e furto e 11% por homicídio. 75% não têm ensino médio.
Superlotação, maus-tratos e rebeliões.  O agravamento das penas e combate ostensivo ao narcotráfico pode detonar uma grande crise nos presídios com espraiamento nas ruas.  A criação de novos presídios esbarra na falta de vontade e de dinheiro por parte dos governadores. É de lembrar que nos últimos anos ocorreram diversos motins em presídios do Norte e Nordeste.
Este tema tem uma relação direta com a casa 8, Segurança Pública, e a polícia está estimulada a disparar primeiro e perguntar depois,  e com a casa 9, Justiça, cuja lentidão e burocracia prende sem necessidade e preventivamente em escala massiva, há presos que já cumpriram as penas, mas ainda estão na cadeia. O país é o primeiro em consumo de crack e o segundo em cocaína.
Assistência social
O Brasil tem 55 milhões de pessoas abaixo da linha da pobreza, sendo que 15 milhões estão em situação de extrema pobreza.  Dos 30 milhões de beneficiários do INSS, 22,5 milhões recebem salário mínimo, bem como os 2 milhões de idosos precários e 2,6 milhões de deficientes do BPC.
O programa Bolsa Família cobre 50 milhões de pessoas com benefícios variados dependendo da renda familiar, quantidade de filhos e outros quesitos. A média dos benefícios foi de 176 reais por família. O contingente de pobres pode crescer se a economia continuar estagnada. A recente pesquisa de orçamentos familiares do IBGE detectou uma imensa concentração de renda e um acréscimo de pobreza.
Este tema está relacionado com a casa 6, mercado de trabalho, e envolve o problema do desalento e da informalidade, e com a casa 11, orçamento.
Macas em Hospital de São Paulo
Macas no corredor do Hospital São Paulo
Do site saude.estadao.com.br
Hospitais e doenças crônicas
A Organização Mundial de Saúde estima a existência de 3 leitos para mil habitantes, no Brasil a proporção atual é de 2 por mil.
São aproximadamente 6 mil hospitais, sendo 1600 públicos com 302 mil leitos e 4400 privados e filantrópicos com 135 mil leitos. Nos públicos predomina o grande hospital, enquanto nos privados a maioria tem 50 leitos. Há grande taxa de mortalidade de hospitais privados, quer dizer, muitas falências e aberturas de novos.
Há muitos leitos inativos por falta de equipamentos, manutenção e profissionais. Os leitos nas UTIs somam 21 mil. Superlotação nos hospitais, faltam: material cirúrgico, clínico, diagnóstico; médicos e enfermeiros.
Os doentes crônicos somam 57 milhões de pessoas portando hipertensão, diabetes, colesterol, problemas de coluna e depressão. Remédios para estes quadros são obtidos de forma mais barata pela Farmácia Popular, mas de maneira geral os gastos com medicamentos pesam nos orçamentos de pessoas idosas. Doenças infectocontagiosas estão novamente aparecendo como é o caso do sarampo e se ocorrer uma pandemia não será surpresa.
Este tema tem relação com a casa 11, orçamento e com a casa 6, medicina preventiva.
Política
Complôs, vazamentos e boataria são esperados bem como  reversão de alianças e conflitos entre poderes. A casa 12 é a terceira a contar da décima, o Executivo, é a comunicação do governo e a relação com a imprensa, os conflitos, que já estão acesos, podem escalar.
Qualquer dos temas descritos pode criar uma situação de emergência dando lugar a um estado de exceção, que o núcleo do atual governo deseja, pois assim poderia governar por decretos e realizar as políticas econômicas e públicas que tanto deseja. Tal projeto pode ser detido por 3 meios: um escândalo na família do presidente (ele já existe, mas está abafado); os empresários se cansam e começam a pressionar os deputados para iniciarem um impeachment ou através de grandes reações populares.
Manifstação  indígena contida por policiais
Manifestação indígena contida por policiais
Do site outras palavras.net
Por enquanto, isto está fora do radar. Vimos ao longo deste ano algumas reações de estudantes e artistas, no Carnaval e no Rock in Rio ocorreram muitos protestos com ‘Fora Bolsonaro’, mas o movimento sindical ainda não deu sinal de vida, ele tem que lidar com a própria sobrevivência econômica. Assim mesmo podem ocorrer manifestações sem organização nas portas de hospitais, saques em supermercados e depredações. Protestos contra desalojamentos e contra violência policial, também entre feministas, negros gays e índios.
No momento o PSL está sob inquérito e escândalo por conta de grana do Fundo Partidário e das próximas eleições municipais.
Economia —A reforma da previdência consumiu o ano inteiro e a tributária será ainda mais difícil. Economistas liberais, exasperados com a lentidão da economia, começam a pensar em alternativas heterodoxas, casos de Lara Resende e Armínio Fraga. E o governo lança balões de ensaio estapafúrdios como a possibilidade de abrir conta com moeda estrangeira, os argentinos praticam este esporte há muito tempo com os mais tristes resultados. A inflação está comportada e o país tem uma grande reserva internacional, não há qualquer necessidade de estocar dólar ou euro.
Qualquer índice melhorzinho é comemorado, mas se tudo correr bem o PIB cresce 1,5% no ano que vem, o orçamento continua deficitário e a dívida pública crescendo. O desemprego ainda alto bem como o endividamento das classes populares não permitem investimentos privados de monta, investir para que se o consumo rasteja? Talvez as privatizações sejam aceleradas e o governo consiga diminuir o déficit fiscal.
A Lava Jato roçou nos bancos prendendo alguns funcionários que ajudaram doleiros a esconder dinheiro de gente graúda, mas é difícil que avancem neste setor. Conseguiram identificar alguns auditores da Receita Federal que extorquiam acusados de corrupção. Se as investigações fossem a fundo chegariam ao judiciário onde há tabelas de preços para liminares e habeas corpus. Sobre isso o jornalismo pátrio cala-se pudicamente.
Meio ambiente e clima — Há certa confusão entre os termos, que é fácil desfazer: os problemas ambientais são provocados pela ação humana. Sujeira nas calçadas, instalações abandonadas, poluição sonora e visual, gases nocivos e aterros sanitários expostos. Florestas: desmatamento e incêndios descontrolados. Água corrente e subterrânea: despejo de esgoto, produtos químicos nocivos. Oceanos: plástico e vazamento de óleo. E assim por diante, podemos evitar tudo isto com leis e mudança de comportamento.
Poluição no Rio Tietê
Poluição no rio Tietê
Do site br.noticias.yahoo.com
A climatologia é uma ciência recente e complexa, o clima depende de variáveis físicas, químicas e biológicas. Está fora de dúvida que nosso planeta já passou por extremos climáticos muito antes do aparecimento da humanidade. Há evidências que apontam para 600 milhões de anos atrás quando a Terra esteve quase totalmente coberta de gelo e neve. Quando o degelo ocorreu e a temperatura subiu houve a explosão cambriana, os mares estavam repletos de seres pluricelulares pela primeira vez. Ainda há grandes debates sobre os mecanismos que levaram ao resfriamento brutal e posterior explosão de vida.
Mas há grande polêmica sobre o aquecimento decorrente da Revolução Industrial. Alguns climatólogos argumentam que a quantidade de CO2 e metano na atmosfera é pequena para provocar maiores perturbações. Outros não confiam muito nas medições e apontam as oscilações anuais da temperatura e da quantidade de gelo.
Mas, está ocorrendo algo além de qualquer controvérsia, nos anos recentes os eventos climáticos extremos estão maiores e numerosos: secas, desertificação, tempestades, furacões, tornados etc. Os refugiados climáticos já se contam aos milhões e é preciso preparo para lidar com o fenômeno. O CO2 e o metano são às vezes chamados de gases poluentes,  o que não verdade: são absolutamente necessários para a vegetação e na atmosfera mantém o planeta numa temperatura que suporta a vida. A questão é se a subida da concentração pode acabar numa catástrofe.
A outra questão vital é que o carvão e o petróleo (duas fontes dos gases) são baratos e eficientes para geração de energia elétrica, a China e os EUA não podem ainda dispensá-los.  Aqui o problema é negociação e prazo. Quanto tempo para baratear as energias renováveis e cobrir toda a necessidade energética atual. Estaríamos dispostos a abrir mão de certos confortos até fazer a transição?
Os governos  não gostam de tomar medidas impopulares e empurram os problemas adiante, neste sentido as recentes manifestações populares clamando por controle na queima dos gases é salutar, ao menos o assunto começa a ser debatido. A proposta de pagar para ver o que acontece, sem fazer nada, pode ser mortal.
A conjunção Saturno/Plutão em Capricórnio é propícia a atividades geológicas: terremotos, vulcanismo, tsunamis. Saturno tem ligação com a crosta terrestre e Plutão com as profundezas. O recente petróleo nas praias nordestinas que ainda não foi elucidado, é efeito da aproximação dos dois planetas.
Amazônia — Os acontecimentos se precipitam e os incêndios e desmatamento na floresta já saíram de cartaz. Quanta confusão foi provocada pela cobertura do jornalismo sobre o ‘pulmão do planeta’. A floresta absorve o oxigênio que cria, a importância dela é outro: absorve CO2, protege as nascentes de água portável e cria um regime de chuvas, sem elas a agricultura brasileira definha.
Quem quiser se informar sobre o assunto há bastante material nos sites da Embrapa, Esalq (Agronomia USP, Piracicaba) e Universidade Federal do Pará. Encontrei diversos artigos que mencionam a tese de Ronaldo Prates O desmatamento desigual na Amazônia brasileira, disponível na internet, onde ele conta brevemente a história da ocupação da região e o início do desmatamento a partir da construção da rodovia Belém/Brasília.
São vários os fatores que levam ao desmatamento e o autor tenta mensurar as variáveis com modelagem matemática  chegando à conclusão que o crescimento populacional, o crédito bancário e a pecuária são os principais responsáveis. Até agora 18% da floresta foi posta abaixo e alguns biólogos e botânicos asseveram que se passar de 20% o processo se tornará crítico e irreversível com consequências dramáticas. É melhor não correr riscos.
A posse ilegal de terras, e sua utilização, já provocou inúmeras mortes na região que continua em estado de faroeste. Muitos reclamam da excessiva intervenção estatal na vida do país, mas na Amazônia ela quase inexiste. Retirar os poucos funcionários do IBAMA não vai pacificar a região.
Mundo afora — Fica para a próxima crônica, mas vale registrar o que se passa no Equador. Rafael Correa governou o país por dois mandatos com uma política nacional-popular. Lenin Moreno foi seu vice e depois eleito presidente pelo mesmo partido. Ao assumir deu um giro de 180 graus e Rafael está exilado e sendo processado no Equador. Lenin alinhou-se ao governo americano que lhe recomendou o FMI que se saiu com suas sugestões habituais de cortes sociais, trabalhistas e de subsídios, resultado: a população reagiu e o país está em convulsão, agora o governo cedeu. Na Ucrânia e Argentina aconteceu o mesmo.
Lançamento
Saiu o  Volume 2: A busca do nacional (1889/1945), Astrologia e História do Brasil. Tem capítulos sobre política, economia, educação, literatura, teatro, música e artes plásticas. Tabelas de trânsito e progressões secundárias.
Livro - A Contente Mãe Gentil
O livro facilita a pesquisa de quem quiser testar o impacto de eclipses, pontos médios, retornos de planetas e outras variáveis, pois as datas, eventos e processos estão organizados.  Disponível em www.riemmaeditora.com.br  e  www.lojasimbolika.com.br   
Boa leitura.
Rui Sá Silva Barros é historiador, astrólogo.
Mestre em História social (USP) e autor de textos sobre simbologia
(Esoterismo, ciência e sociedade). Pesquisador em Kaballa (Tarô e Qabbalah).
Oferece consultas astrológicas com ênfase nas soluções para todos os temas.
Contatos e informações: rui.ssbarros@uol.com.br ou fone: 11 2367-9179.
Outros trabalhos seus no Clube do Tarô: Autores
Edição: CKR – 13/09/2019
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