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25 de abril de 2024

Responsável: Constantino K. Riemma


Que tristeza!
Rui Sá Silva Barros
Historiador e Astrólogo
Getúlio, Tancredo e agora Eduardo Campos, todos 3 em atividade política e mortos durante a passagem de Saturno em Escorpião. Tinha completado 49 anos dia 10, foi sabatinado no Jornal Nacional no dia anterior, estava cheio de esperança. Trouxe oxigênio à política brasileira e teria um futuro nela. Governou Pernambuco por dois mandatos e saiu com alta popularidade e era corajoso, cinco filhos nesta época de dois no máximo. A morte de Getúlio adiou o golpe militar por 10 anos, a de Tancredo jogou a presidência nas mãos de Sarney da Arena, partido dos governos militares. Espero que a de Eduardo sirva como desinfetante no atual cenário brasileiro. Ele morreu com Saturno em quadratura ao Sol natal.
Os rumos da campanha mudam. O PSB tem 10 dias para uma decisão e pode optar por não lançar candidato, indicar outro nome do partido com Marina na vice, pode indicá-la para a cabeça de chapa e ela não aceitar. Caso aceite tem pouquíssimo tempo para tocar a campanha e nada garante que tenha 20 milhões de votos como em 2010. Se o PSB decidir não apresentar candidato, os votos de Eduardo migrarão para Dilma (a maioria) e a eleição termina no primeiro turno. Há muita resistência na direção do PSB à candidatura de Marina, mas se a coisa for adiante o segundo turno será uma certeza.
Eduardo Campos e Marina Silva
Eduardo Campos e Marina Silva
Foto em www.colegioweb.com.br
A campanha eleitoral ainda não decolou. Por enquanto algumas sabatinas promovidas por jornais e Confederações da Indústria e Agricultura. Os jornalistas perguntam e os candidatos respondem o que querem, não há aperto nenhum, exceto no Jornal Nacional. O tema da reforma tributária apareceu, mas ainda sem profundidade porque ninguém é besta de criar contrariedades nestas alturas. Daqui a pouco começam os programas na TV e a campanha deve esquentar um pouco com Marte se aproximando de Saturno, perto do MC do mapa natal do país. As pesquisas de intenção de voto dão os mesmos resultados desde maio, daqui para frente o número de indecisos, brancos e nulos, deve cair e os oposicionistas subir com Vênus e Júpiter se aproximando de Vênus natal, mas eles ainda não encontraram temas e propostas que entusiasmem. Dilma lidera fortemente no Norte, Nordeste e Centro-Oeste, um empate no Sudeste garantiria a vitória.
 
Adendo em 19/8/2014:
Nosso colega e amigo João R. Acuio postou em sua página no Facebook um comentário sobre minha participação no Simpósio do SINARJ de 2013. Outros colegas também comentaram. Há um vídeo desse o evento no Youtube, mas é mais fácil consultar a crônica de março sobre o ingresso solar em Áries. Resumidamente eu insisti em 3 prognósticos: 1. os candidatos poderiam ser substituídos, 2. o governo enfrentaria sérios obstáculos (economia, conflitos na coalizão, greves e manifestações) em consequência do que 3. seria uma disputa acirrada com segundo turno.
Ainda pode ocorrer troca de candidatos até 15/9. Desgraçadamente o prognóstico 1 ocorreu com a brutal morte de Eduardo Campos, o que nunca imaginei. Os prognósticos 2 e 3 se confirmaram; isto é o resultado de Astrologia básica, acompanhamento da política corrente, um pouco de bom senso e conhecimento do Brasil através dos clássicos Raymundo Faoro, Sérgio Buarque e Caio Prado Jr, para enumerar os principais.
Marina é uma pessoa notável, cuja biografia parece saída  de um grande romancista. As hipóteses lançadas no início do texto já estão resolvidas com o início da propaganda na TV: é a candidata pelo PSB e já empata com Aécio.  No entanto, a situação é complicada, concorre por um partido que não é o dela e dividido com alianças antagônicas nos estados. Sua intenção de voto capturou os indecisos, brancos e nulos como previsto acima, o clima emocional criado a favorece. Mais detalhes na próxima crônica.
 
A situação toda é mais um paradoxo brasileiro, pois dois terços dos entrevistados clamam por mudanças, mas a continuidade é forte. Trapalhadas políticas, persistência da inflação, baixo crescimento econômico, demissões em setores críticos, tudo isto poderia ter minado a candidatura do governo federal, mas não aconteceu. Racionamento de água, negócios nebulosos nos trens e metrô poderiam ter abalado a candidatura Alckmin, mas nas pesquisas ele pode se reeleger no primeiro turno. No Rio, PT e PMDB travaram um duelo áspero por meses para ver Garotinho e Crivela liderando a corrida pelo governo do estado. Tudo isto coloca mais um ponto de interrogação no significado das manifestações de junho do ano passado. A insatisfação coexiste com a continuidade. A primeira vem da quadratura que Netuno exerce sobre a Lua/Júpiter natal (mapa do Brasil), a continuidade vem com a passagem de Saturno em Escorpião que sempre traz crises, mas não reverte totalmente a situação como mostram as passagens de 54/55 e 84/85, e do trino que Netuno faz ao Marte natal, é o que segura Dilma.
Todas as intervenções do governo ressaltaram as realizações passadas, algumas inegáveis, e omitem os problemas presentes. O pior é que não desenham futuro nenhum e pensar em mais 4 anos de estagnação econômica, críticas virulentas da imprensa e violência social num crescendo será de amargar.
Que a agropecuária é próspera e ajuda na balança comercial, nem se discute, mas isto é motivo para deixar a indústria naufragar? Se este declínio continuar veremos o nível salarial baixar com a estabilização da população ocupada. Os baixos salários pagos no comércio e serviços, é mais encrenca à vista. Podemos continuar com regiões metropolitanas abrigando milhões de habitantes com infraestrutura e serviços públicos precários, até quando?
Júpiter vai em direção à Vênus natal e a balança comercial poderia melhorar, as compras russas anunciadas vão dar um tico de fôlego. O BC está gastando muito para manter o dólar em 2,30 para não pressionar a inflação, mas isto não pode ser mantido por muito tempo.
 
Indústria em queda
Indústria em queda
Foto da www.www.folhadecampinas.com.br
Há boatos de um tarifaço para logo depois das eleições, quer dizer reajuste de combustíveis, transportes públicos, eletricidade e câmbio a 3 reais. Não creio que ninguém embarque nisto, seria um transtorno horrível. O reajuste deve ser parcelado e com algum controle sobre as despesas do Orçamento federal, este é o cenário mais provável, qualquer que seja o vencedor. Frequentemente o céu cria algum estímulo benéfico, mas se a situação é de degringolada não se pode esperar milagre.
Por que o Brasil precisa de um crescimento maior? Porque ainda há muita miséria e a renda per capita de 12 mil dólares é insuficiente.
Oriente Médio — Ainda reverberam as ondas da Primeira Guerra, cujo centenário acabamos de comemorar. Ingleses e franceses em guerra contra o Império Otomano prometeram mundos e fundos aos beduínos árabes. Mas em 1916 já estavam fazendo um acordo para dividir o espólio no final, petróleo fora encontrado no Irã. O ressentimento árabe começou aí e só cresceu. Diante disto, os colonizadores começaram a desenhar fronteiras artificiais e inaugurar governos fantoches no Egito, Jordânia, Iraque e Síria, sem levar em consideração as diferenças religiosas entre sunitas e xiitas e desprezando povos como os curdos. Os judeus foram introduzidos nesta bagunça com as idas e vindas do mandato inglês para a região, veja a trajetória completa na crônica Israel: o povo sacerdotal em armas. A fundação de Israel, discutida na ONU em 1947 sem a participação dos palestinos, incendiou o cenário e deflagrou a primeira das guerras no ano seguinte, levando ao surgimento do nacionalismo árabe na década de 1950 que acabou por deixar um rastro de ditaduras militares na região, vivendo de petróleo e turismo, e nenhuma realização cultural de monta. O passo seguinte veio com os ataques terroristas da OLP na década de 1970 e é de notar que o apoio político e financeiro da Liga Árabe foi pífio.
Criança vítima de bombardeio em Gaza
Vítima de ataque a uma escola da ONU em Gaza.
Foto do site Época/Globo.
 
A OLP era uma organização laica e o jihadismo islâmico começa na década de 1980 com o atentado que matou Sadat (Egito) que negociara a paz com Israel, e com a luta islâmica no Afeganistão contra os soviéticos, luta esta apoiada pelo governo norte-americano que criou Bin Laden, puro humor negro.
O Hamas nasceu em 1987 por ocasião da primeira Intifada, provocada pela política israelense na Cisjordânia e a corrupção do Fatah. É um ramo da Irmandade mulçumana que praticava filantropia entre os palestinos.
O nome da organização significa entusiasmo em árabe e nasceu para reconquistar o território de Israel e implantar um estado islâmico ortodoxo, apelando para atentados terroristas, foguetes sobre o território israelense e usando sua população civil como mártir para propaganda internacional.
Não consegui o horário preciso do mapa do Hamas, mas o gráfico acima revela um stellium poderoso e uma cruz em T para ninguém botar defeito. Os 4 planetas em Sagitário indicam a islamização da luta (o Fatah é laico), a conjunção Marte/Plutão indica a violência empregada e sofrida, a Lua em Libra sinaliza a dependência econômica: a Faixa de Gaza vive de doações internacionais, seu comércio e eletricidade dependem do bloqueio israelense. A conjuntura atual está marcada pela passagem de Saturno sobre a conjunção Marte/Plutão e a progressão solar sobre Vênus natal em quadratura a Júpiter em Áries já sob pressão de Urano. A passagem de Plutão sobre os planetas em Sagitário foi marcante: em 2005 os israelenses se retiraram da Faixa de Gaza, no ano seguinte o Hamas venceu a eleição palestina e em 2007 começou a governar Gaza, um lugar sitiado. Atualmente o Hamas perdeu apoio da Síria e do Irã, contando apenas com os donativos das monarquias petroleiras. É uma questão em aberto se poderá sobreviver, em todo caso o retorno de Saturno está chegando.
Mapa do Hamas
Mapa da fundação do Hamás
Desta organização não há muito a esperar, mas os bombardeios em Gaza isolam Israel internacionalmente e o antissemitismo recrudesce na Europa. Os governos liderados pelo Likud estão militarizando a sociedade que vive num estado de paranoia rumando para uma guerra permanente. A chantagem emocional chegou ao ponto que se alguém critica a política da coalizão liderada pelo Likud é antissemita. A recente conjunção Sol/Júpiter fez seu papel: trégua e negociações.
Enquanto isto em Bagdá, Al Maliki queria um terceiro mandato e ameaçou dar um golpe de estado, pensando que o Iraque só pode sobreviver com um novo Saddam, agora xiita. Não é surpresa que a milícia do EIIL, com 15 mil combatentes, tenha desbaratado o exército iraquiano e investido contra os curdos, o que provocou a atual ofensiva americana aérea para salvar yazidis (ver Encontro com homens notáveis de Gurdjieff) e outras minorias. Vai ser uma trabalheira desalojar as milícias do califado, onde elas estão entrincheiradas. Se você quer ter esperança pule o Oriente Médio. Em 30 anos o petróleo e a água escasseiam, teremos um novo Saara, geográfico e espiritual.
Religião — A disputa entre israelenses e palestinos é por terra e poder estatal, mas a religião está fortemente presente na ligação entre Israel e o governo americano. A colônia judaica é próspera e influente nos EUA, mas não a ponto de fazer o governo se aliar incondicionalmente com Israel desde 1948. Parte dos dirigentes yankees acredita piamente que são ‘o povo escolhido’ e, portanto, precisa amparar os antigos escolhidos. Quando uma religião entra em crise sempre aparecem grupos propondo uma volta às origens: foi assim com os franciscanos e os primeiros protestantes que foram aos EUA para criar a nova Jerusalém. Os mórmons foram ao ponto de voltar ao tempo da religião verdadeira do deserto (Moises/Sinai), indo colonizar o Utah e Colorado e restabelecendo a poligamia. Os neopentecostais televisivos adoram o Antigo Testamento, especialmente no que se refere ao olho por olho e a ira do Senhor; é o ódio racionalizado por passagens bíblicas.
Sob a conjunção Sol/Júpiter em Leão foi inaugurado o templo de Salomão da Igreja Universal, com a presença de Dilma e Alckmin. Os pastores trajavam mantos e a quipá, daqui a pouco estarão ensinando teologia judaica aos judeus. O trânsito nas imediações foi interrompido, visitas ao templo serão cobradas e como a situação em Israel está complicada quem sabe o Messias não dá as caras por aqui.
Estes ramos cristãos, além da teologia da prosperidade, vendem a ilusão de que podemos voltar a viver com os valores sociais da época de Salomão, é claro que sim, basta exterminar 90% da humanidade e abandonar a industrialização e a tecnologia moderna.
 
"Templo de Salomão" em São Paulo
Templo de Salomão da Igreja Universal
Foto na www1.folha.uol.com.br
Aliás, esta ideia de recriação do passado não se restringe apenas aos cristãos, judeus e mulçumanos fundamentalistas; gente na Inglaterra pretende reviver os druidas celtas e eu mesmo conheci gente que queria viver como os egípcios faraônicos. Estas ideias só podiam prosperar num mundo pós-moderno, onde qualquer coisa vale qualquer coisa e você pode escolher entre diversos estilos de vida disponíveis. Por fim, não é uma boa ideia voltar aos tempos de Salomão, o sábio, seu reinado terminou com brigas entre filhos, uma guerra civil e a divisão do reino, um exemplo nada edificante.
Na Ucrânia um avião civil foi derrubado e até hoje não sabemos o que aconteceu de fato. Putin ficou numa enrascada: se continuar a armar e apoiar os separatistas da bacia do Don, as sanções econômicas do Ocidente podem se ampliar, se deixá-los ao relento os ideólogos russos da grandeza imperial começarão a uivar e ele será acusado de covardia. Dentro de alguns dias Marte e Saturno passarão pela conjunção natal Vênus/Plutão (veja o mapa da Rússia) no setor 4 (povo, oposição, agropecuária e Vênus rege o MC). O governo russo suspendeu importações de carnes e hortifrutis dos EUA e EU, beneficiando indiretamente o Brasil, Espanha, países bálticos e Polônia são afetados por estas medidas. Industriais alemães também reclamam da suspensão de exportações. O aperto mais severo é na esfera financeira com a suspensão do refinanciamento dos bancos russos, fuga de capitais, quedas na bolsa e no rublo, aumentos de impostos e inflação; povo inquieto é a última coisa que Putin quer ver.
O povo da boa vontade desta vez está na África Ocidental. Equipes de saúde ajudam no combate à propagação do Ebola e alguns deles foram contaminados. Nos últimos anos o continente experimentou um forte crescimento econômico com a chegada dos chineses por minérios e cereais: florestas estão vindo abaixo, populações são deslocadas, tudo isto cria condições favoráveis para a disseminação de novas doenças.
Nicolau Sevcenko
Nicolau Sevcenko
www.news.harvard.edu
 
Obama está preocupado com a invasão e chamou os governantes a Washington prometendo uns trocados. As condições de trabalho das equipes de saúde são mais que precárias, eles partiram para o sacrifício.
E ao finalizar esta crônica mais uma notícia triste, morreu o historiador brasileiro Nicolau Sevcenko, no último dia 13 de agosto. Ele foi meu colega na graduação, escreveu importantes livros sobre a cultura na República Velha e lecionava em Harvard. Os livros dele serão usados como referência no segundo volume de A contente mãe gentil rumo ao bicentenário , livro que escrevi com Ciça Bueno, investigando a História brasileira através da astrologia e cujo primeiro volume pode ser encontrado em www.clubedeautores.com.br
Contato com o autor:
Rui Sá Silva Barros é historiador, astrólogo e
estudioso da Cabala: rui.ssbarros@uol.com.br
Outros trabalhos seus no Clube do Tarô: Autores
Edição: CKR – 14/08/2014
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