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26 de abril de 2024

Responsável: Constantino K. Riemma


Festa na rua e desastre no gramado
Rui Sá Silva Barros
Historiador e Astrólogo
Os aeroviários e a Polícia Federal não fizeram greves, as manifestações refluíram e a Copa saiu com os contratempos esperados, mas nenhum desastre. Enquanto isto os partidos homologaram suas chapas e promoveram um carnaval de coligações estaduais para demônio nenhum botar defeito. Em agosto Marte ingressa em Escorpião e encontra Saturno, a temperatura da campanha vai subir, Aécio e Eduardo devem ganhar alguns pontos nas intenções de voto prenunciado um segundo turno. A economia apresentou mais sinais de desaceleração com PIB magro, crédito ralentando, poupança e investimento em baixa, inflação incomodando, receita orçamentária caindo, contas externas em déficit crescente, e até agora silêncio sepulcral dos candidatos sobre o roteiro do ajuste. Alguns não têm nada a
Símbolo do BRICS
Símbolo do BRICS
 
dizer, outros se calam porque planejam medidas impopulares: alta de juros, atualização de preços represados, um pouco de recessão, desemprego e queda salarial. Se alguém puser um programa destes em prática as manifestações escalam imediatamente.
Os BRICS se reúnem no Brasil. O acrônimo criado pelo economista Jim O’Neil, apontava grandes países em crescimento acelerado (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). Agora eles se consolidam como grupo criando um Banco de Desenvolvimento e uma Câmara de Ajustes para problemas eventuais nos Balanços de Pagamentos. O capital inicial é modesto (100 bi de dólares), apenas um começo. A coisa ficará mais interessante quando eles tomarem coragem e começarem a comerciar em suas próprias moedas abandonando o dólar.
Copa – O mapa astrológico para o início da Copa (veja) publicado na crônica anterior deu algumas indicações interessantes. A dupla Lua/Júpiter em mútua recepção de fato funcionou. Na primeira fase (classificatória) os jogos foram vibrantes e com muitos gols. Chile e Costa Rica surpreenderam positivamente e Itália, Inglaterra, Espanha e Portugal foram despachadas. Quando a Lua cruzou Júpiter em Câncer começou o mata-mata e o cenário mudou completamente, os jogos foram faltosos, defensivos e decididos nos últimos minutos, prorrogação ou pênaltis; mesmo Brasil, Argentina, Alemanha e Holanda penaram. Com a Lua em Libra, o Brasil venceu a Colômbia com esforço e perdeu Neymar com fratura numa vértebra da região lombar (Libra).
Criança chora na derrota da seleção brasileira de futebol
Criança chora pelo ufanismo geral e irrestrito.
Foto do www.divercidade.com
O que estava fora de qualquer palpite foi a goleada sofrida contra a Alemanha com a Lua em Escorpião trino a Júpiter. Todas as explicações oferecidas não foram suficientes para avaliar o que ocorreu. O Brasil estava se arrastando durante o torneio, mas a defesa funcionava; a Alemanha jogava bem, mas empatara com Gana e tivera sérios problemas com a Argélia e a França. Com a Lua cheia em Capricórnio oposta a Júpiter, a seleção despediu-se melancolicamente contra a Holanda repetindo os mesmo erros cometidos na partida anterior. A surpresa foi que com uma seleção fraca e muitas falhas táticas, ainda assim conseguiu chegar às semifinais. Havia estímulos astrológicos para isto, veja na crônica anterior.
Na final, dois países com Ascendente em Libra e Marte atravessando. A Argentina também se arrastou pelo torneio, vencendo apertado seleções fracas nos últimos minutos, mas com uma defesa boa e disciplina tática. A Alemanha penou no jogo final, além de Marte contou também com um trânsito de Júpiter pelo MC natal e Mercúrio natal estimulado pelo Sol do início do torneio. O exercício que fiz apresentou indicações úteis, os três favoritos que apontei estavam nas semifinais. Mas é preciso muito mais pesquisa.
Gol da alemanha contra a Argentina
O gol decisivo de Götze
www.mg.superesportes.com.br
 
Com Mercúrio retrógrado comandando a organização era inevitável: jogos marcados para as 13 horas sob calor de 30 graus, atrasos na entrada, invasão dos chilenos no Maracanã etc. Os esperados problemas de transporte e hotelaria não ocorreram. Com Plutão na casa 2 do início dos jogos, a Copa movimentou 30 bilhões, a Fifa ganhou muito oficialmente e seus dirigentes também através do mercado paralelo de venda de ingressos. O esporte já era um negócio na década de 1939, agora é coisa de mafiosos profissionais.
Uma conjunção Lua/Júpiter está no mapa natal do Brasil. Entre muitos significados genéricos desta configuração é possível destacar a emotividade exagerada e o patriotismo de chuteiras. Era obrigação ganhar
em casa depois de tantos sacrifícios e investimentos, deu no que deu: jogadores e torcedores chorando descontroladamente.
Desde o início muitos problemas: meio campo inoperante e ligações diretas, ataque bisonho com Fred e Hulk. Depois da derrota acachapante chegou a hora das propostas: contratar técnicos estrangeiros, sanear os clubes e a CBF, impedir a exportação de jogadores, intervenção estatal e muitas outras. Antes de tudo, é preciso mudar a mentalidade, menos improviso e espontaneidade e mais disciplina e planejamento. Tirar do futebol a missão de carregar o ufanismo nas costas.
De todas as previsões feitas para a Copa a mais impressionante foi a do I Ching publicada pelo Constantino no painel do Clube do Tarô: a desintegração. Eu fiquei perplexo quando li, mas foi a que melhor descreveu a goleada de 7X1.
No Oriente Médio mais uma complicação. Tempos atrás escrevi que uma fragmentação do Iraque seria uma saída plausível, se chegassem a um acordo sobre a distribuição da receita do petróleo. O EIIL (Exército islâmico do Iraque e Levante) acaba de dominar áreas do leste da Síria e oeste do Iraque e proclamou o Califado, um novo estado. Como uma milícia de 15 mil combatentes desbaratou o exército iraquiano? Devido ao sectarismo do governo Maliki que desagradou sunitas e curdos. Agora todos os países pedem um governo de coalizão para combater os jihadistas que se separaram da Al Qaeda. A questão afeta diretamente o Irã, Turquia, Israel e Arábia que financiou o EIIL, mas está perplexa com o desenrolar do caso.
As fronteiras dos países desta região são artificiais, traçadas que foram por ingleses e franceses em 1916, obedecendo a suas próprias conveniências. Os curdos ficaram de fora da organização estatal e têm populações no norte do Iraque, Irã, leste da Turquia e Síria. Com a atual crise ensaiam a independência no Iraque e seu território tem petróleo e uma refinaria importante.
Os sunitas são majoritários no centro-oeste do país e foi onde o EIIL se encastelou, mas não tem nenhum petróleo. Os xiitas, maioria da população, estão ao sul rico em óleo. O domínio dos jihadistas sunitas é problema para o Irã e Síria, também para a Turquia com os curdos pressionando pela emancipação e mais um foco de tensão para Israel.
Com tantos adversários ao redor os dias de domínio do EIIL estariam contados, mas Maliki obstina-se em formar um governo sectário e dificulta qualquer acordo. Tudo isto ainda é consequência da invasão americana de 20/03/2003 que destruiu o exército e a burocracia do governo de Saddam Hussein, com oposições fortes entre Saturno e Plutão e Júpiter e Netuno. Os países ocidentais assistiram passivamente os massacres da guerra síria que fomentaram o crescimento do jihadismo.
 
Domínio de território do Califado Islâmico
Domínio de território do Califado
www.sempreguerra.blogspot.com.br
Somados os dois eventos são mais de 5 milhões de mortos, feridos e desalojados. Ao contrário dos iranianos, a maioria xiita do Iraque parece incapaz de formar um governo estável e durante 25 anos foram governados pelo sunita Saddam, sob ditadura.
Dentro em breve Júpiter retornará a Leão, onde esteve por ocasião da invasão do Iraque em 2003. Eleições recentes deram maioria ao partido de Maliki, mas está difícil fazer uma coalizão para formar um novo governo. Enquanto isto não for decidido, o califado continuará por lá a assombrar o Ocidente. O que era uma ideia de aloprados da Al Qaeda transformou-se em realidade temporária, pois os dirigentes sírios e iraquianos não vão abrir mão de seus estados, benesses e territórios. É uma oportunidade de ouro para os curdos. Com a próxima conjunção Sol e Júpiter em Leão a situação começa a clarear.
Como se isto não bastasse, Israel está com novo imbróglio. Em abril, Hamas e Fatah se reconciliaram, o governo israelense declarou o fim das negociações de paz e assentou mais colonos na Cisjordânia. Depois veio o sequestro e morte de 3 jovens judeus seguido pela morte de um jovem palestino queimado vivo. O governo responsabilizou o Hamas que refutou a autoria do sequestro, a Faixa de Gaza lança morteiros sobre Israel e é bombardeada em represália e há ameaça de invasão terrestre. A paz está cada vez mais distante e Israel se prepara para viver em permanente estado de guerra, Deus os tenha. Saturno fustiga o Sol natal e um stellium de planetas em Leão, Marte está cruzando o Ascendente e em breve reúne-se a Saturno (veja o mapa de Israel. Tudo isto ainda é reverberação da grande cruz planetária de abril, estimulada pela passagem do Sol em Câncer, onde estava Júpiter na ocasião.
Na Ucrânia aconteceu o previsto em crônicas anteriores: os russos estão na defensiva, cortaram o gás e assistem o governo de Kiev destroçar a resistência na bacia do Don. Acham que devem esperar e dar tempo, pois os ucranianos estão em péssima situação econômica que pode piorar com os ajustes propostos pelo FMI. Com isto, Dugin está furioso, ele é um delirante russo que quer reconstruir as glórias czaristas e é apontado como mentor intelectual de Putin. A realidade atual mostra que não é o caso, mas para ideólogos a realidade não conta. Putin tem que fazer contas onde entram os investimentos europeus, a bacia do Don não vale uma encrenca com fuga de capitais, desvalorização do rublo e outras misérias. Já para Kiev a região do Don é vital, pois promete gás de xisto e precisa ser reconquistada para ser explorada. Os alemães sabem que os chineses estão atraindo os russos e devem decidir se vale ou não a pena estreitar relações com Moscou. Ainda na Europa, depois de Berlusconi chegou a vez de Sarkozy e do porta voz de Cameron serem processados. Se a moda pega! E Merkel continua com problemas com os EUA, descobriu que 2 funcionários da Segurança eram agentes duplos
Mortos em combate em Donetsk, Ucrânia. Do site Lavanguardia.
Mortos em combate em Donetsk, Ucrânia.
Foto em www.lavanguardia.com/index.html
Engenharia social – Está causando ira o experimento do Facebook com o contágio emocional. Eles selecionaram 700 mil usuários e expuseram material ‘positivo’ para a metade e ‘negativo’ para a outra. Como esperado, tanto a positividade como a negatividade se expandiram velozmente. Nem precisam fazer o experimento, pois desde o final do século 19 a publicidade, o jornalismo e o cinema manipulam emoções com total eficiência. Muito cedo os publicitários aprenderam que argumentos não vendem nada, os jornalistas aprenderam a manejar o sensacionalismo e a histeria; enquanto os roteiros cinematográficos já vinham com indicações: hora do choro, dos risos, da ternura, da adrenalina, tudo minuciosamente programado. Naturalmente o impacto político disto é incalculável. Orwell se enganou redondamente no romance ‘1984’, quando imaginou que seria necessário uma ditadura para implementar o pensamento único e emoções apropriadas. E Gramsci se enganou também ao imaginar a necessidade de intelectuais para consolidar uma psicologia social: depois da Segunda Guerra bastavam publicitários e economistas, eles se transformaram no sal da terra devastada.
Os publicitários descobriram para que serve a música de Bach: para vender sabonetes. Uma recente propaganda da Shell resolveu destruir a  Rêverie  de  Debussy, a maravilhosa fluidez
Experimebntos secretosdo FaceBook
Foto do www.tarcoteca.blogspot.com.br
 
da música, composta em 1890, é transformada em momentos mecânicos congelados, parodiando a desastrada movimentação de um robô precário. A existência da publicidade destroça a ideia do consumidor autônomo como base da teoria econômica da escola austríaca, mas coloca outra questão interessante: por que uma empresa de cerveja que domina o mercado tem ainda necessidade de propaganda? Por dois motivos, expandir a quantidade conquistando novos consumidores e ajudar a manter a televisão funcionando, aparelho imprescindível em nosso mundo.
Tome-se o caso dos programas vespertinos sobre crimes e as infindáveis séries policiais. Os policiais recebem baixos salários para o risco que correm, então são estimulados a fazer bicos e receber propinas do crime organizado. Ora, como isto pega muito mal, a imagem precisa ser refeita e a TV cuida disto. Os governos sabem perfeitamente que não eliminarão o crime organizado, então por que não tirar proveito da situação? Assim vários problemas são resolvidos: dinheiro flui do crime para policiais e políticos, de vez em quando uma grande apreensão de drogas é feita e exibida nos programas, todos ficam satisfeitos, inclusive o público que pensa que a solução é mais polícia na rua. Naturalmente este esquema corrói profundamente os fundamentos da democracia.
Às vezes a engenharia falha miseravelmente, como agora na Copa. O roteiro básico no jornalismo era: será um desastre de organização, mas seremos hexa. Deu no que deu.
O povo da boa vontade – Os japoneses que limparam os estádios, o comportamento dos alemães fora dos gramados que cativaram Cabrália e a hospitalidade do povo brasileiro que honrou seu Ascendente Aquário e acolheu todo mundo gerando uma onda de simpatia pelo mundo afora.
Astrológica – Robson Papaleo e equipe oferecem mais uma edição da Astrológica, de 1 a 3 de agosto, com palestras para todos os gostos. Preços, endereço e lista das palestras vocês encontram em www.gaiaescoladeastrologia.com.br
Contato com o autor:
Rui Sá Silva Barros é historiador, astrólogo e
estudioso da Cabala: rui.ssbarros@uol.com.br
Outros trabalhos seus no Clube do Tarô: Autores
Edição: CKR – 15/07/2014
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