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20 de abril de 2024

Responsável: Constantino K. Riemma


  agosto.2018
Mulheres decisivas e a corrida eleitoral
Rui Sá Silva Barros
Historiador e Astrólogo
Elas já são maioria no eleitorado e a grande maioria nos indecisos, brancos e nulos. Elas decidirão a eleição. Nos debates os candidatos citaram aborto e desigualdade salarial, ninguém ainda teve coragem para mencionar a violência cotidiana a que são expostas. A maioria delas não  denuncia porque é dependente econômica, quer resguardar os filhos ou tem vergonha; nisto o Estado pouco pode fazer além de campanhas públicas para apoiá-las. Aqui é necessária uma revolução cultural, pois as mulheres e crianças acabam apanhando pelo senso de fracasso, impotência ou patologia de seus companheiros; e numa época de crise isto tende a acontecer com frequência.
Mulheres decisivas e corrida eleitoral
Foto de www.mulheresnegrasdandaranocerrado.blogspot.com
A promoção da pobreza São 28 milhões de pessoas desempregadas, fazendo bicos ou desalentadas, cresceram o trabalho intermitente e o MEI, 63 milhões pendurados no SPC sem acesso ao crédito, a inadimplência entre aposentados subiu, bem como a mortalidade infantil, doenças infecto erradicadas dão novamente o ar da graça. Enquanto isto, sobem os preços dos combustíveis, eletricidade, plano de saúde e alguns alimentos. Se alguém quer promover uma revolta no país está no caminho certo, com uma observação: revolta organizada é bem difícil na atual situação, mais provável que isto se materialize em saques, depredações e aumento da violência. Com Urano oposto a Marte do mapa do país e se aproximando de Saturno, os próximos anos prometem.
A corrida eleitoral — Com o tempo disponível na TV e rádio, Alckmin deverá subir nas pesquisas, mas não é certo que vá para o segundo turno. O mesmo vale para Haddad, ele herdará parte dos votos em Lula, mas não é garantido que seja suficiente para levá-lo adiante. Bolsonaro consolidou eleitores suficientes para isto, se não cometer uma besteira monumental deve chegar ao segundo turno.  As recentes pesquisas comprovam isto: Lula cresceu para 37%, Bolsonaro está em 18,8%, Ciro, Marina e Alckmin ao redor de 5%. Quando perguntam aos eleitores de Lula se votariam em Haddad em caso de inelegibilidade, só 17% confirmam, o que dá líquido 5% dos eleitores totais. Muitas reviravoltas são possíveis nestes 40 dias de campanha.
Debates Já passou do tempo de mudar o formato. É possível explicar propostas para a economia, educação, saúde ou segurança pública em um minuto e meio? Só pode sair generalidades, frases feitas, piadas e nonsense. Participar e não perder votos é a preocupação fundamental. Marina e Ciro dependem completamente de tais debates, pois o tempo de campanha na TV/rádio dos dois é pequeno.
Debate eleitoral na TV Bandeirantes
Recente debate na TV Bandeirantes
Foto do site UOL Notícias.
Incultura políticaGrassa no país. A responsabilidade primeira é dos partidos, uma busca nos sites deles mostra uma pobreza avassaladora. Nenhuma atividade de rua, nenhuma campanha de filiação, mesmo agora em plena campanha eleitoral ninguém montou um canal no Youtube. Os canais de TV também têm responsabilidade, os raros programas de debates políticos vão ao ar a partir das 11 da noite quando a maioria já dormiu para pegar o batente cedo no dia seguinte. A ideia que política e economia são complicadas, e o público não entende, é falsa, bastar expor em linguagem corrente que as pessoas entendem sim.  Dois debates sobre Previdência com meia hora cada, com exposição corrente e números, seria essencial para levar a reforma adiante, mas não; notícias com números desencontrados e exposições técnicas sem direito a contraditório foi tudo que levaram ao ar.
Trapalhadas judiciaisA Justiça é cega, mas no caso de Lula parece ter os olhos bem abertos. A entrevista  do diretor-geral da PF relatando o caso do habeas corpus é de arrepiar. O desembargador de plantão mandou soltá-lo e 3 juízes e 1 procuradora telefonaram ao diretor mandando não cumprir o despacho. Com toda a inocência ou cinismo o diretor relatou algo totalmente fora dos procedimentos normais. A PF precisa cumprir despachos escritos e não atender solicitações telefônicas, mesmo que de juízes. O rito normal seria soltar Lula e mandar prendê-lo novamente. O pavor que ele impõe ao sistema político é cômico, mesmo nos debates ninguém tem coragem de nomeá-lo e mesmo assim lidera a intenção de votos.
Agora querem dificultar o acesso de Gleisi e Haddad ao preso, mesmo que ambos sejam advogados. Dezenas de congressistas americanos assinaram uma carta em defesa da liberdade de Lula e o embaixador brasileiro nos EUA minimiza. A comissão de Direitos Humanos da ONU defendeu a possibilidade do preso concorrer, a grande mídia mal noticiou e um ministro disse que era irrelevante! Naturalmente vão torná-lo inelegível, mas se não fizerem o trabalho rapidamente a confusão será imensa.
Nesta altura do campeonato está evidente que a Lava Jato abalou o sistema político, mas este resiste e sonha com restauração. Entre as candidaturas nomes bem conhecidos, as direções partidárias regulam a distribuição do dinheiro para as campanhas e privilegiam a reeleição e foro especial. No Ocidente a política tornou-se um negócio, especialmente em países de grande carga tributária. No Brasil, um terço de tudo que é produzido vai parar nas mãos do Estado que paga fornecedores de material e obras, a tentação para fazer negócios e aumentar o patrimônio pessoal ou o caixa dos partidos é irrefreável. Baixando a poeira, a luta pelos cargos e verbas voltará. Talvez precisemos de uma crise ainda maior, a conjunção Saturno/Plutão em 2020 vem aí e cai na casa 12: os miseráveis, o crime organizado, presídios e hospitais.
No mundão
O recente eclipse lunar total, com uma quadratura Marte/Urano ao fundo, resultou em vários acidentes (terremotos, aviões e pontes) e um calor infernal no Norte. Os incêndios foram amplamente noticiados, mas não deram o devido destaque a algo mais desastroso ainda, o calor prejudicou as culturas de cereais. Eventos climáticos extremos ocorrem todo ano agora e os governos não se mexem, será preciso ocorrer uma catástrofe, que não está longe, para que corram atrás do prejuízo.
Economia — Os efeitos da crise de 2008 ainda não se dissiparam e as Trumpetadas podem levar a uma nova crise. Devido à política econômica americana, as moedas de vários países se desvalorizaram: Argentina foi à lona e agora a Turquia, caso agravado pela geopolítica. O apoio dado pelos ianques aos curdos aborreceu o governo turco que debitou aos EUA a tentativa de golpe dois anos atrás e se aproximou dos russos. A tentativa de golpe deu ensejo a uma repressão brutal com prisões e demissões de milhares de militares, policiais, professores, jornalistas e funcionários públicos. Para amenizar as coisas, o governo soltou o crédito no ano passado e incentivou as empresas a tomar empréstimos no exterior. Bastou o anúncio de alta nas tarifas do aço e alumínio turcos para que o mundo viesse abaixo. Netuno está em cima de Urano natal e MC, Saturno na casa 7 (diplomacia e balança comercial), Marte na casa 8 (dívidas) faz quadratura ao Sol que recebe uma oposição de Urano no céu (veja o mapa da República Turca). E outros países estão na fila; por aqui o real também desvalorizou, mas as reservas brasileiras são altas e aguentam o tranco.
Trump e Erdogan na OTAN
Trump e Erdogan em cúpula da OTAN, junho, Bruxelas.
Do site www.istoedinheiro.com.br
A União Europeia se acovardou diante de Trump. No pós-guerra os americanos deixaram várias bases militares na Europa, isto deu folga financeira e os europeus puderam construir uma seguridade social invejável. Desde a campanha Trump alertava que não iria financiar a OTAN sem que os países europeus dessem sua parte, o que foi constrangedor. Agora querendo acuar o Irã ele impôs novas sanções econômicas e ameaçou empresas europeias que persistissem em negócios com os iranianos. Com medo de represálias os europeus recuaram abrindo mais espaço para russos e chineses no Oriente Médio. A construção da União ficou paralisada no meio do caminho, os países continuam a atuar com autonomia nos fóruns internacionais, nem uma política de relações exteriores conseguem articular. Urano está no MC (veja o mapa da União) e cobrará uma atitude, no ano que vem Saturno percorrerá os planetas em Capricórnio.
América Latina Os argentinos resolveram nos copiar e estão usando o Judiciário para fazer política. Toda a equipe de Cristina Kirchner está sob escrutínio judicial baseado em notas tomadas por um chofer. Ano que vem tem eleição e a situação só se complica, o FMI liberou 50 bi US, os ricos trocam seus pesos por dólares e os remetem para paraísos fiscais, a inflação e a taxa de juros sobem, mais cortes no orçamento social são anunciados.  Greves e panelaços à vista, Plutão na Lua natal e Netuno quadrado aos nós lunares (veja o mapa).
O Uruguai sofre com a crise na Turquia que importa muita carne do país. O Equador está com o ex-presidente Rafael Correa exilado e com ordem de prisão, muitos programas sociais estão sendo desfeitos e Lenin Moreno, o atual presidente, foi vice de Rafael, que reviravolta! Na Colômbia o novo presidente parece querer desfazer o acordo com as FARCS que consumiu três anos de negociação e a luta pelo controle da cocaína está feia. Na Venezuela, um obscuro ataque com drone contra Maduro turva ainda país o cenário do desditado país. Autoridades americanas têm visitado a América do Sul, preocupadas que estão com a grande presença econômica chinesa na região.
China — A coisa é toda irônica. Em 1972, para surpresa geral, Nixon e Kissinger desembarcaram em Pequim e restabeleceram relações diplomáticas. A iniciativa visava acuar a URSS, Saturno em Gêmeos fazia trino ao Sol natal e Urano percorria o stelium em Libra. Seis anos depois Deng  promovia a abertura econômica e permitia um capitalismo estatal com Plutão percorrendo o stelium em Libra (veja o mapa). Empresas americanas e europeias se instalaram nas Zonas Especiais com tributos e salários baixos e exportavam para o Ocidente. Com o saldo em dólares e outras moedas, o governo chinês comprava títulos da dívida dos EUA e países europeus. A China tornou-se a fábrica do planeta produzindo vestuário, calçados, brinquedos e outros itens a preços imbatíveis. O país crescia numa média superior a 9% ao ano.
Rota da seda
A rota da seda: em vermelho a ferrovia, em amarelo a marítima.
Do site www.emsnews.wordpress.com
A simbiose funcionou muito bem até 2008. Até então os governos ocidentais cobravam dos chineses câmbio flutuante e abertura financeira. O governo manteve sua política econômica, investia maciçamente em infraestrutura e começou a pesquisar tecnologia de ponta, tornando-se assim um rival. Obama propôs o Tratado Transpacífico para isolar a China e deslocou parte da frota naval para o Pacífico; Trump voltou atrás no tratado e deu início a guerra comercial acusando os chineses de concorrência desleal e um superávit comercial gigantesco.
O governo chinês não tem alternativa, apesar de ser a segunda potência econômica, sua renda per capita é baixa, há uma imensa população ainda relativamente pobre. Eles têm planos traçados para 2050, têm reservas trilionárias em moedas estrangeiras, investimentos na Ásia, África, América Latina. Recentemente o Pentágono se alarmou com o investimento militar chinês quando o dele é três vezes maior. A recriação da Rota da Seda é um grande tormento para o governo americano, a linha ferroviária principal atravessará o Irã e Turquia integrando estes países ao sistema euroasiático.  Foram 40 anos de esforços e sacrifícios para chegar até aqui e não creio que o governo abandone seus projetos, mas o céu está nublado, Plutão se aproxima de Júpiter natal que rege a casa 2 (PIB) e Netuno logo ingressará neste setor. As primeiras batalhas já deram trepidações fortes mundo afora.
A confusão espiritual
Wim Wenders dirigiu Asas do desejo (1987) e Tão longe, tão perto (1994), dois filmes muito bonitos visualmente, com diálogos estimulantes. Dois anjos se rendem a tentação de experimentar a condição humana: sensações, emoções, dúvidas, incertezas, o senso de mortalidade etc.
Confusãso espiritual - Anjo e Lucifer
O anjo observa o mundo humano no ombro da grande estátua berlinense. E o cartaz da série Lúcifer na TV.
Imagens do site www.obvius.com e da www.pt.wikipedia.org/wiki/Lucifer
Agora temos um seriado de TV bastante engraçado, Lucífer. O rei dos demônios se cansou de punir humanos no inferno e resolveu tirar férias em Los Angeles,  onde as coisas horrendas e vergonhosas de todas as partes do mundo encontram seu centro e se tornam populares  (cortesia de Tácito falando de Roma e os cristãos). Agora o pai da mentira odeia a mentira, sente-se perplexo com os relacionamentos humanos e recorre a uma psicoterapeuta, ajuda uma detetive em casos policiais porque ela é imune a sua sedução. As férias de Lucífer causam transtornos e Deus manda um anjo, que toma a forma de homem negro, para tentar convencê-lo a retomar seus domínios. Lucífer resiste, pois não suporta o tédio da vida infernal e se incomoda com a acusação de causar os males humanos. Há diálogos hilariantes e os atores são bons.
Anjos e demônios não têm mente, não estão sujeitos a estes paroxismos humanos, mas eles têm um conhecimento direto, imediato e detalhado de qualquer ser ou evento. A mente é necessária para lidar com o mundo sensorial, tateamos eternamente e balbuciamos com a linguagem verbal. A capacidade de anjos e demônios reside no que na cultura védica é nomeada como Budhi, o equivalente ao intelecto divino ou a Chokmah dos cabalistas judeus. Seres humanos também têm tal atributo, mas ele está ofuscado e só se torna o centro de gravidade do ser depois de muito trabalho, quando isto acontece temos os iluminados e santos.
Pelo que foi dito acima, anjos e demônios não precisam ter uma experiência humana para nos conhecer em detalhe, sabem perfeitamente o que ocorre conosco, mas não são afetados por isto. Reduzimos tudo ao humano e a nossas experiências atuais, apresentar Deus como Pai ou Soberano é apenas uma projeção nossa, com isto perdemos de vista o que é a Divindade, mas tal estado de coisas é natural durante a atual era, a Kali Yuga: materialismo progressivo, ignorância adensada, emoções e sensações na direção do mundo humano, mas isto também terá um fim. Segundo o Vedanta qualquer esforço espiritual feito na atual era tem muito mais mérito do que o que foi feito anteriormente, as condições atuais são muito adversas. Sendo assim, ao trabalho.
Seminários de Astrologia Mundial
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Assim no mundo como no céu - com RTui Sá Silva Barros
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Rui Sá Silva Barros é historiador, astrólogo.
Mestre em História social (USP) e autor de textos sobre simbologia
(Esoterismo, ciência e sociedade). Pesquisador em Kaballa (Tarô e Qabbalah).
Oferece consultas astrológicas com ênfase nas soluções para todos os temas.
Contatos e informações: rui.ssbarros@uol.com.br ou fone: 11 23679179.
Outros trabalhos seus noClube do Tarô: Autores
Edição: CKR – 22/08/2018
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