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24 de abril de 2024

Responsável: Constantino K. Riemma


  novembro.2018
O Laboratório do Dr. Frankenstein
Rui Sá Silva Barros
Historiador e Astrólogo
Encerrada a contagem de votos, o eleito apareceu para declarações com a Constituição nas mãos. Nos dias seguintes a gritaria nas redes digitais refluiu e baixou o tom, os jornalistas ficaram eufóricos, as ameaças de campanha davam lugar à normalidade, agora eles poderiam narrar a montagem do ministério e os planos do governo como numa novela com seus golpes, contragolpes, traições etc. Jornalismo político no país, com raras exceções, tem nível intelectual de novelas, um grande esporte nacional.
Torre de Babel e a vitória régia amazônica
Vitória régia amazônica
Do site I love flores
Infelizmente os indicadores astrológicos apontam noutra direção, agora em dezembro Júpiter ingressa em Sagitário opondo-se à conjunção Lua/Júpiter do mapa natal e Marte faz conjunção com Netuno em oposição ao Sol brasileiro. Em janeiro, Marte ingressa em Áries, Júpiter faz quadratura e Saturno trino ao Sol do país, Urano fica direto e ocorre um eclipse lunar total com o Sol próximo a Plutão. Em fevereiro, Marte faz conjunção com Urano e ingressa em Touro. Em março, o ingresso solar em Áries está tenso e Urano ingressa em Touro, onde estimulará a oposição Marte/Saturno natal por dois anos. Em abril Saturno estará próximo a Plutão e retrograda. Tudo isto é muito tenso com tintas de violência. Por óbvio este quadro ocorreria qualquer que fosse o resultado da eleição (veja o mapa do Brasil).
Se algumas preocupações arrefeceram, outras emergiram. Vê-se bem agora que não havia nenhum plano de governo e daí os ditos e não ditos que presenciamos. O bolsonarismo é uma mistura explosiva de fundamentalismo religioso, autoritarismo político e ultraliberalismo econômico. Nem ele nem os assessores têm qualquer experiência de gestão pública. Tudo isto pode resultar numa situação caótica adiante.
Ajuste fiscal — Temer/Meireles deixaram déficits superiores a 120 bi desde 2016, a dívida pública cresceu a 77% do PIB. A proposta de vender estatais e imóveis da União para levantar 2 trilhões é fantasia, levaria anos e arrecadaria um terço do valor mencionado. Ou aumenta a receita (elevando impostos e reduzindo subsídios) ou corta na despesa (congelando salários e cortando na Educação e Saúde). Usar parte dos US 380 bi de reservas pode ser imprudente diante do cenário econômico mundial adiante, mas seria razoável usar 10% deste valor para concluir obras como a Comperj e a ferrovia Transnordestina, por exemplo.
Se a situação da União é grave, a dos estados e municípios é pior. Atrasos no pagamento de funcionários, aposentados e fornecedores, falta material e medicamento na Saúde e o estado das polícias é precário. Vinte anos atrás, por ocasião da Lei da Responsabilidade Fiscal, as dívidas dos estados e municípios foram refinanciadas, em vão, estão novamente encalacrados e vão à Brasília para espetar a conta no Tesouro, no BB e na Caixa.
E temos a questão do Congresso. Desde que Cunha assumiu a presidência da Câmara o baixo clero descobriu a força que tem. De 2015 para cá os deputados e senadores trataram de criar despesas para o Tesouro e barrar os projetos de lei que recuperavam as receitas. Para finalizar a festa deram aumentos ao Judiciário e subsídios às multinacionais automobilistas. O novo governo terá uma trégua inicial com o Congresso, mas sem reciprocidade a coisa tende a engrossar.
Paulo Guedes chefiará o grande ministério da economia, alguns analistas já apontaram os problemas da fusão de três ministérios. Aparentemente ele não sabe que o orçamento é debatido e votado para vigorar no ano seguinte; está sendo indiciado por fraude de investimento de recursos do Funcef (Fundo de pensão da CEF) e já deu algumas declarações bombásticas sendo desmentido pelo chefe. A economia está com grande margem de ociosidade e pode crescer em 2019, mas em abril Júpiter retrograda, ele rege a casa 2. Ganhará muito dinheiro quem se dedicar a produzir alfafa.
Rui - crônica da Torre de Babel: parque eolico no Ceara
Parque eólico no Ceará
Do site Jornal O Tempo
PrevidênciaA reforma trabalhista de Temer promove a informalidade o que diminui a receita do INSS. A continuar nesse ritmo qualquer reforma da Previdência terá vida curta. A reforma foi pouco debatida e esclarecida, para melhor ilustrar a urgência, matérias somaram os déficits do INSS e dos servidores públicos, minimizaram a imensa sonegação e as receitas em atraso, desconsideraram que alguns impostos destinados à Seguridade Social estavam alocados em outros setores etc.
Se olharmos os resultados de 2017 emitidos pela Secretaria de Previdência teremos uma surpresa. Até 2014 o setor urbano estava superavitário em 31 bilhões, com a recessão registrou déficit de 72 bilhões no ano passado para atender 20 milhões de pessoas.  Já o  déficit do setor rural foi de 111 bilhões (9 milhões de pessoas) e é aí que mora o grande problema, pois misturaram os dois setores sendo que o rural arrecada apenas 9 bilhões. No final do ano o INSS pagou 34,4 milhões de benefícios, mas 4,6 milhões eram do Loas (assistência social) e incluíam também auxílio-doença, salário maternidade e outras despesas. A média das aposentadorias ficou em 1.470 reais.
Já o setor público registra problema maior. Só o déficit federal  foi de 86 bi em 2017 para um milhão de pessoas. Não encontrei o total de estados e municípios que deve ser enorme. Os parlamentares têm grande resistência a alterar as regras do setor público, a pequena reforma de 2003 ainda não foi regulamentada. Se a economia crescer bem como o trabalho formal, o setor urbano do INSS poderia se equilibrar. Como se vê a questão requer uma fina engenharia e até agora não há nada definido.
O projeto de capitalização já era no Chile, milhares de idosos voltaram a viver com os filhos e alguns se suicidaram. Esta ideia é apenas um mimo de um banqueiro a seus colegas.
Relações exterioresAté agora Bolsonaro e assessores conseguiram hostilizar a China (nosso principal parceiro econômico), o mundo árabe (a mudança da embaixada em Israel), a Argentina (nossa maior exportação de manufaturados) e a Noruega que já doou 1 bilhão de dólares para a preservação da Amazônia. Além disto, proclama-se em alto e bom som um alinhamento com os EUA que já taxaram aço e alumínio brasileiros e reclamam de nossas tarifas de importação. Se alinhar a uma grande potência não é bom negócio e pior ainda se dirigida por Trump que torpedeia todos os tratados de comércio multilaterais. Correram muitos boatos sobre a intervenção na Venezuela que foram depois desmentidos, era só o que faltava.  A escolha do ministro recaiu sobre alguém que nunca dirigiu uma embaixada, mas mantem um blog onde pontifica sobre religião, critica o PT, se declara fã do Trump e afirma que a globalização é dirigida pelo marxismo natural, uma estupidez completa.  Tudo isto transmite uma imagem de despreparo, amadorismo e histeria. Eles já voltaram atrás em muitas declarações.
Babel- 1811: Jalapão: dunas, água, cerrado e montes na mesma paisagem
Jalapão: dunas, água, cerrado e montes na mesma paisagem
Do blog Rentcars.com
Segurança pública Os principais temas devem passar no Congresso: facilitar o porte de arma, autorizar execuções policiais, baixar a idade penal etc. O problema é que nada disto resolve a questão, para ser curto e grosso a ‘guerra às drogas’ é um grande engodo. Foi declarada há 50 anos e o consumo só cresceu. Gerando um grande lucro os traficantes presenteiam gordas propinas aos políticos e policiais e isto é o motivo de continuar a estratégia fracassada. Uma blitz aos narcotraficantes será respondida à altura nas ruas (com muitas mortes) e levantes nos presídios. Saturno vai em direção a Plutão na casa 12 (crime organizado, presídios, hospitais etc.). Seria muito mais prático, barato e sem mortes passar um pente fino nos bancos por onde transita a grana, os bancos fariam um grande escândalo, pois este sigilo é ainda mais sagrado que o de médico/paciente.
O Brasil atingiu a marca de 63 mil homicídios anuais, é primeiro país em consumo de crack e o segundo em cocaína. Tudo isto denota um profundo mal-estar social, não é à toa que as maiores taxas de homicídios por habitante estão no Nordeste onde o trabalho informal  e a baixa remuneração prosperam.  Todas as medidas prenunciam mais um ato da ‘sociedade do espetáculo’ (gratia Guy Debord), com substância mínima.
Houve grande receio que hordas fossem às ruas com porretes acuando mulheres, negros e gays. Para isto acontecer é preciso um incitamento contínuo nas redes sociais, o que até agora não ocorreu. Muito mais perigoso é o projeto de taxar como terroristas os movimentos sociais ou quaisquer protestos políticos. Numa escalada partidos e sindicatos poderiam ser criminalizados também e eliminados da cena, este seria o sintoma maior de erosão da democracia.
Moro recebeu a recompensa pelos seus préstimos e, agora, terá que lidar com dezenas de temas afetos ao Ministério da Justiça, lidar com o Congresso e aturar transgressões do Executivo (como o caixa 2 confesso do Onyx), tarefa para um Hércules. O destino de Moro é o Tartufo de Molière.
Rui Babel 1811: aves no pantanal
Aves no Pantanal
Do site SocialDub.com
EducaçãoO Brasil gasta de 6 a 7% do PIB no setor, em linha com a média mundial. Há problemas de gestão, de formação e remuneração de professores, instalações precárias e falta de equipamentos modernos. E, no entanto, há um problema anterior que não é mencionado. A maioria das crianças vem de lares pobres onde não se vê um livro, os pais não leem jornais e não tem tempo para acompanhar os estudos dos filhos, em suma, não há qualquer incentivo para o aprendizado. As escolas cearenses têm se saído bem nos testes de avaliação e o principal motivo é o engajamento dos pais no cotidiano das escolas e alunos.
O tema da escola sem partido é poeira nos olhos, algo para desviar a atenção, mas que pode instaurar um clima de perseguição daninho. Escola é um lugar de debate e de controvérsia. No fundo de toda a confusão está a indignação de conservadores e liberais com os rumos atuais do capitalismo que são pós-modernos. Alastra-se  uma ignorância brutal, mas estamos no Brasil onde Faustão e Ratinho dão o tom intelectual.
Há confusão de planos. Alguém pode gostar ou desgostar da Revolução Francesa, é uma questão de temperamento. Outra coisa é apontar as consequências da Revolução, elas podem ser verificadas sem muito esforço. As pesquisas chegaram ao detalhe de observar que o individualismo e a preocupação com a apresentação pessoal cresceram, evidências disto foram encontradas na variedade de nomes próprios e na difusão do uso de espelhos.  Se o viés ideológico está presente em História e Geografia, não está em Português e Matemática e as notas nestas matérias são muito baixas. Se a educação presencial já é precária, imagine se for à distância!
Saúde — Depois de declarações inamistosas sobre Cuba, o governo de lá chamou os médicos de volta, são, mais de 8 mil. Os prefeitos de pequenos municípios isolados estão em polvorosa, quem vai substituí-los. O governo já tentou alocar médicos brasileiros nestes locais com vantagens monetárias, foi em vão, eles recusaram. Doenças infectocontagiosas já controladas retornaram, há planos para assegurar boa vida às empresas de medicina privada, o preço de medicamentos pra idosos é caro e pesa no orçamento. A crise no setor já levou ao nascimento da franquia Dr. Consulta que oferece preços mais em conta. O SUS está com déficit de leitos e  materiais cirúrgicos. O próximo ministro terá trabalho pela frente.
As ameaças à democracia
1 – O novo governo pode se ver tumultuado ou paralisado por conflitos internos e enveredar por um caminho autoritário.
2 – Pode entrar em conflito sério com o Congresso ou organizações da sociedade civil (sindicatos, movimentos sociais e Ongs) e iniciar um ciclo repressivo. Júpiter ingressa no setor 11 em 2020.
3 – Partidos de oposição ainda estão perplexos e divididos. O sindicalismo está paralisado e precisa de uma profunda transformação: financiamento, organização e táticas de mobilização. Povo na rua só devemos ver em 2020 quando a conjunção Júpiter/Saturno estimular a Lua/Júpiter do mapa natal.
Diante das idas e vindas, da boataria e especulações, três afirmações sobre o futuro governo podem ser emitidas:
1 – O núcleo essencial é militar, apto a dirigir o governo em caso de fracasso. Durante a ditadura eles mostraram traços nacionalistas, agora já não se preocupam com isto e não será surpresa a instalação de uma base americana por aqui.
2 – O norte da política econômica é ‘enriquecer os ricos’. Os ajustes serão repassados à população, educação e saúde podem ser parcialmente privatizadas, o mercado de trabalho ficará ainda mais precário.
3 – O novo governo será um prato cheio para humoristas, um disparate por semana. A mais recente foi escrita pelo novo chanceler Eremildo Araújo: Trump crê em Deus?  Certamente não, ele crê em imobiliário e bordel.
 
That corpse you planted last year in your garden
Has it begun to sprout? Will it bloom this year?
Or has the sudden frost disturbed its bed?

Oh, keep the Dog far hence, that’s friend to men
Or with his nails  he’ll dig it up again.
Aquele  cadáver que você plantou ano passado em seu jardim
Já começou a brotar? Florescerá este ano?
Ou a imprevista geada perturbou sua cama?
Oh! Mantenha o Cão longe, este amigo do homem
ou com suas unhas irá desenterrá-lo novamente.
T. S. Eliot – The waste land, 1922.
 
Seminários de Astrologia Mundial
Dia 01/12, sábado das 14:30 hs às 17:30 hs na Gaia, Rua Frei Eusébio de Soledade, 74  SP (próxima à estação Ana Rosa do metrô). Preço: 60 reais.
A batalha de 2019: A concentração de riqueza e a onda conservadora. Empresas e mercado de trabalho no Brasil. Configurações astrológicas dos próximos meses. A questão da Previdência etc.
Rui Sá Silva Barros é historiador, astrólogo.
Mestre em História social (USP) e autor de textos sobre simbologia
(Esoterismo, ciência e sociedade). Pesquisador em Kaballa (Tarô e Qabbalah).
Oferece consultas astrológicas com ênfase nas soluções para todos os temas.
Contatos e informações: rui.ssbarros@uol.com.br ou fone: 11 2367-9179.
Outros trabalhos seus noClube do Tarô: Autores
Edição: CKR – --/08/2018
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