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25 de abril de 2024

Responsável: Constantino K. Riemma


 
Curso de Tarô  por  Joana Trautvetter
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Naipe dos Gládios ou Espadas
  Joana Trautvetter  
 
    O Gládio é o reflexo do Vav da primeira família, o Logos, o princípio gerador, o Grande Arquiteto do Universo encarnado em nossa essência mental, disponível para cumprir o que nossa mente construir, pelo princípio sagrado da Atração Universal. O Gládio ou Espada reflete o Logos, e dá origem às formas astrais. A forma sutil é gerada de acordo com a Informação Inteligente do ponto sem dimensão, pelo poder do Pai (Iud) e consubstanciada pelo poder atrativo e receptivo da mãe (He). Desta forma, podemos entender as  espadas  como o processo de interação,  gerador de   O naipe de Espadas no baralho comum  
formas astrais, formuladas, percebidas e interpretadas pela mente humana, a encarnação da dinâmica, da conjugação do Sagrado Verbo, seu Vav.
    Estas formas astrais, que compõe e formatam nossa experiência de níveis subconscientes ao consciente, insufladas pelo poderoso En-Sof-Aur, e criadas no âmago do nosso coração que deseja manifesta-las, mas, ainda criança, não sabe bem como faze-lo, nos empurra, com o poder do desejo de realização, à aventura da experiência, para que o Propósito Original seja realizado, ou seja, de manifestar, em toda a criação, o paraíso divinal, acrescido de consciência, para que Deus não só se espelhe, mas se amplie, somos seus filhotes, estamos, neste naipe, formando em nossas mentes em evolução, a essência dinâmica da construção de Sua Obra.
    Por essa razão, este é o Naipe mais difícil, mais desafiador, é o que faz sangrar nossa alma, pois formamos clichês, como crianças ainda imaturas, que nos causam dor no mundo físico e sangramos nosso coração beriático. Faz parte de crescer, e não há como evoluir sem enfrentar a dor e sem vencer a nós mesmos e a toda formatação mental que herdamos de toda a história da criação, incluindo nossas inclinações mais primitivas e animais, assim como toda maldade (negação do Amor), que geram clichês e egrégoras de peso terrível sobre nossos medos mais fundos, cuja origem é a ilusão de que o corpo é a nossa vida, sobre nossos ressentimentos mais profundos, pela ilusão de que estamos sós, fechados em nosso ego, que somos desamados, abandonados e que o mundo não tem sentido, uma vez que o estamos interpretando intelectualmente.
    O Gládio é associado ao elemento Ar, que representa o intelecto, utilizando esse termo para representar o nível mental experimentado no estágio humano. Simboliza Excalibur, na mitologia arturiana e indica o poder mental, gerador dos clichês astrais que formatam e interpretam tudo que se manifesta, incluindo situações, acontecimentos e experiências pessoais. É o poder do querer, terceira virtude hermética.
    Muitos principiantes estranham que neste naipe mental esteja inserido tal poder. Lembremos que sua fonte vem do Iud - Pai, o Ideal, o Projeto dotado de força manifestadora, que fecundou, originalmente, nosso He - Mãe, nossa alma emanada, a substância plena de potencial que só experimentamos na terra, pelo fremir do nosso coração. Esse poder, inserido no princípio dos princípios, imbuiu no GADU manifesto no nível mais sutil de cada ser senciente, esse poder do se mover na direção apontada pela essência da personalidade-alma, no sentido de Querer a experiência, mesmo que dolorosa, mas que em busca de plenitude, para cumprir o propósito da evolução do Todo. A fonte permanece velada, por divinal compaixão, para que a realizemos, ainda que sangrando em cada etapa, e pela gradual percepção da relação interdependente de causa e conseqüência, possamos, em um tempo que não é longe ou perto, já que dimensão experimentada em nossa limitação da vida encarnada, manifestarmos, por nossa Vontade Consciente, a perfeição e a harmonia em nossa construção de vida. Para que então, se realize o Éden sobre a Terra, Terra esta, o plano da manifestação de nossos clichês astrais, o que independe do planeta, já que a vida é infinita. Se bem que poderíamos acordar mais rapidamente e cuidar melhor do paraíso que já temos, generoso e fértil, sob nossos pés, um ser vivo, como cada um de nós. Que nutre, preserva e inspira a vida superior, em casa minúsculo organismo senciente que habita seu seio.
    Na Grande Árvore da Vida, este é o naipe que compõe as dez sefirot e os quatro poderes no Mundo da formação, Yezirah, o mundo astral. Os Arcanos deste naipe permitem estudar o desenvolvimento dos processos mentais no mundo astral da pessoa. É o naipe mais assustador, o mais temido pela cartomancia, cuja associação entre esses arcanos e episódios muito dolorosos foi percebida com clareza. O conhecimento que esses buscadores não detinham é de que aqui, já que no mundo encarnado voltamos nossa mente para o fenomênico, estão nossas batalhas mais penosas, pois que nele formamos nossa impressão do que nossa vida deve ser.
    Na experiência de conhecimento crescente deste mundo formador de nossa existência, estamos imersos na dualidade de tudo, por onde nossa mente, quando voltada apenas para o fenomênico, se debate entre a luz e a sombra, gera conflitos, medos, ansiedade, depressão, sensação de estarmos perdidos, de não sabermos quem somos ou qual é nosso caminho, chegamos a pensar que pode não haver caminho e tudo é acaso! Na maior parte das vezes, não sabemos sequer o que é certo ou errado. A mente forma padrões de interpretação, com base em dualidades, e energias mentais reverberam por todo o Ocacha, insuflam nosso inconsciente, até que um Avatar venha dispersa-la ou que sua luz inunde nosso espírito e nossa mente humana se abra a essa Luz, que elimina toda essa dicotomia. Mesmo assim, é a mente que evolui para o Conhecer, que se amplia para a Pleniconsciência, e só utilizamos um pequeno percentual de seu poder, às últimas avaliações, dez por cento, acredito que nas últimas décadas muitos de nós já avançaram bastante!
    Se a dicotomia permite à nossa mente discernir a luz da sombra, a dor e o sofrimento, o bem e o mal, por outro lado, divinalmente, a este mundo foi concedido pela Infinita Sabedoria Divinal, o poder da escolha, o Livre Arbítrio, e do poder de manifestação fenomênica, já que Iud/He concedem a este filho Vav esse poder divinal. Por isso, quando decidimos, inspirados pela possibilidade do Conhecimento, alternativa concedida por Lúcifer, o mais poderoso dos Arcanjos, que, cumprindo A Vontade e o Propósito Divinal desceu às esferas densas e as irradiou, energeticamente, com o propósito de alçarmos o Conhecer, para quem desejasse – daí nossa diferença com relação aos seres angelicais, que, segundo algumas tradições, nos invejam, de certa forma - descemos, por meio de Yezirah, para o mundo denso e sombrio das manifestações, onde detemos a dádiva das sensações, emoções, construção de pensamento, consciência e assim, ampliamos a Deus, nossa Fonte Iluminada, cumprindo Seu desejo de crescermos e multiplicarmo-nos!!!
    Neste mundo mental começa nossa saga mais dolorosa, o exercício do Livre Arbítrio, onde, gradualmente, vamos entendendo que é o responsável pela formatação de toda nossa experiência mundana, a essência do aprendizado pelas leis do Karma, a relação interdependente de causa e conseqüência, onde construímos nossas virtudes, mesmo que lentamente, a despeito de nossas sombras e onde sucumbimos às nossas delusões e apegos, pois somos crianças no berço de Deus Pai/Mãe.
    Descemos ao mundo formativo mental, trazemos em essência sutil e imanente, nossa natureza divinal, plena e amorosa. Mas, como fruto de nossa evolução por caminhos tenebrosos de culpas, medos e ignorância, graças ao medievo, no caminho ocidental, formamos clichês penosos, desde o inconsciente coletivo a padrões sociais, religiosos e familiares opressivos e restritivos da criança divina que habita todos nós e sofre, encarnada no nível astral e físico, sujeito a influências planetárias, ao tempo, ao espaço, ao desgaste do corpo, ao sofrimento da alma, à frustração dos desejos do coração e à ilusão de morte. Mas toda essa dicotomia, dor e sombra vai, lentamente, construindo nossa consciência com bases cada vez mais lúcidas.
    Muitas pessoas me perguntam, sobre o porquê de uma cultura tão mística e integrada espiritualmente como a que tivemos no Tibet, passou por horrores tão penosos. Vejo que eles preservaram o caminho místico e devocional dentro da maior pureza e sabedoria divinal que conheço sobre a Terra. Seu domínio sobre a mente ilusória alcançou o máximo do potencial e temos, no Budismo tibetano mais de mil iluminados e criaturas que, efetivamente estão no nível Beriático e nos emanando luzes da mais divinal substância. Por isso, videntes antigos já diziam que o ocidente abraçaria o oriente, no final dos tempos. Mas o ocidente, com todas as mazelas impostas e sofridas por ele mesmo, fez o caminho da mente e da dicotomia. São dois mundos que hoje, se interpenetram, se refundindo, e trazemos uma compreensão cognitiva dos milagres da criação. Somos todos um só, e o flagelo tibetano trouxe seus monges e sua história para o âmago de nossos corações, pois desceram das alturas e hoje estão pelo mundo, nos trazendo essa essência pura e nos esclarecendo onde a mente dual não chega, sozinha, mas que é capaz de abraçar. Mesmo que todos os monges pereçam, sua vinda para o ocidente criou, no seio da humanidade a possibilidade dessa fusão, e nossas mentes não teriam sido sensibilizadas sem a história pungente de toda imolação dessa cultura, que agora se funde à nossa. Eles preservaram todo acesso místico para nós, que tivemos a ousadia de meter a mão e deformar os ensinamentos de nosso Avatar mais amado, no ocidente, Jesus de Nazaré, o Cristo. Nem sequer existe, na liturgia cristã, uma só prece dedicada a Jesus! Temos o Pai Nosso, a Ave Maria (pai e mãe), mas nos esquecemos de dirigir uma prece direta ao Filho, muito embora, em tantos momentos o invoquemos, Ai Jesus! Me acode... Pois que perdemos em nossas liturgias ocidentais, por influência do paulinismo, esse acesso direto ao Avatar, como prática litúrgica, a conexão com o “LUNG” (repasse direto de Luz e Poder) desse ser abençoado, como temos o privilégio de fazer, com os Buddhas, por suas linhagens diretas de discípulos que não mudam sequer uma vírgula de suas palavras e práticas.
    Adotamos a imagem da imolação, por força da apropriação indébita das igrejas ditas cristãs de falarem em Seu Nome e gerarem medo, ignorância, culpas e toda dor, sangue, poder e riquezas às custas das pobres almas crentes, imoladas e dominadas vergonhosamente, exploradas em níveis inconscientes, por séculos, uma vez que foram destituídos de sua identidade como filhas diretas e amadas de Deus, criadas à sua Imagem e Semelhança, tendo em seu âmago o mesmo Cristo, que Joshua Bem Myriam realizou em si, o mesmo drama de paraíso e inferno, decorrente do embate do Espírito Divino enfrentando as sombras mentais geradas pela inserção, na carne, da Divindade que nos possibilita construir o Corpo Adamantino de Deus encarnado em nós, que em nossa cultura, temos como referência, refúgio, exemplo e ensinamentos de Jesus, tão profundamente traído na essência de sua divindade, que não tinha templos construídos sobre pedras, que não portava mais que uma sandália e vestes gastas, que dizia a quem o seguia, pegue sua “cruz” (corpo e alma), deixe tudo para trás e siga-me! Quanto contraste diante da ostentação e opulência dos que se dizem estar em seu nome! Quanto sangue inocente vertido, quantas almas aprisionadas em culpas por dogmas que Ele não criou, quanta ignorância, cegueira, sangue, insanidade e dor!!! Aí está o sangue que verteu às vésperas de concluir sua senda exotérica, no Jardim do Getsêmani.
    O poder do intelecto humano, que, em nossa cultura se distanciou da integração mística com o divinal, por meio da ciência moderna, oficial, do establishment, alcança os mesmos princípios da sabedoria ancestral, inspirada divinalmente por nossos Avatares, agora, acrescida de uma dimensão cognoscível em nível de formatação mental. Jamais alcançaremos por esse caminho, per si, a sabedoria gnóstica dos que treinam a mente para desprender do mundo fenomênico, por meio da meditação, de forma a mergulhar plenamente no Universo da experiência do mundo sutil. Mas há que se alcançar a plenitude, já que Keter está em Malkut, e que a Luz se fará por toda a extensão da criação, que se fundirá ao Todo que temos como propósito, ampliar, multiplicar, plenificar.
    É no naipe dos Gládios, Mundo da Formação (de nossas experiências), Yezirah, que iremos entender os clichês mentais que estão sendo formados por nós mesmos, assim como sua relação com toda extensão do mundo de formas astrais com as quais temos que lutar, e contra as quais não teremos poder nenhum, enquanto não pudermos vencer a nós mesmos, dissolvendo, ao invocar o poder Iud/He, em sua essência pura, a Fé e o Amor Divinais, para vence-las em nós mesmos e transmuta-las. Não há maior vitória, em nenhum império, nenhum herói, nenhuma divindade conhecida, que não seja a obtida na batalha em nosso mundo mental. Tudo que vivemos no fenômeno está na mente.
    De nada adianta repetições de frases de auto-ajuda ou recitar preces como quem recita “Batatinha quando nasce se esparrama pelo chão” se não estivermos Vigiando e Orando – Vigiando porque nossos pensamentos facilmente se perdem no astral negativo, e, detectando as negatividades das delusões, é Orando (solicitando a Deus/Pai, sempre por meio de seus filhos já iluminados, que nos protegem nesse caminho, canalização dessa luz, para que nossa essência seja soberana e que nossa mente esteja a serviço de nosso espírito, verdadeiro Filho de Deus à sua Imagem e Semelhança, que estudamos na Temperança, e que façamos sobre a Terra o melhor que pudermos para avançarmos, todos, em direção à plenitude e ao cumprimento do propósito! Tendo, obrigatoriamente, respeito (não indolência), às nossas limitações, para não cairmos em desprezo com relação às nossas limitações e falhas. Que possamos nos amar em nossas fraquezas, pois que somos crianças crescendo, mas que mantenhamos, em Yezirah, a chama da fé (Iud) e o amor incondicional (He).
Atualizado: fev.09
 
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