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26 de abril de 2024

Responsável: Constantino K. Riemma


 
Curso de Tarô  por  Joana Trautvetter
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O Tarot como Oráculo:
a Cruz Solar e o Tetragrammaton
  Joana Trautvetter  
 
    A criação segue seu curso, e por isto a cada ciclo Yud – He – Vav – He se segue um novo ciclo, e assim temos a passagem do tempo ao longo dos processos. O tempo nada mais que nada mais é do que uma seqüência, percebida pela mente, de ciclos de acontecimentos que sucedem uns aos outros. A sucessão dos processos se dá de forma entrelaçada, onde o final de um ciclo origina outro. Assim, temos que o 2º He de uma situação fato ou experiência se torna o Yud de um novo ciclo. Isto se representa da seguinte forma:
    Yud – He – Vav – He / Yud – He – Vav – He / Yud – He – Vav – He / Yud...
    A cada ciclo chamamos de Família. A Primeira Família que gerou tudo o mais é um mistério que estudaremos no capítulo da Árvore da Vida. Se utilizarmos, para meditação, o
processo indutivo da mente podemos visualizar, por intermédio da relação de causa e conseqüência, o processo que antecedeu a qualquer fato físico ou psíquico. Aplicando o conhecimento do Iud – He – Vav –He, podemos encontrar as famílias anteriores ao que se dá no momento e a partir de um fato presente qualquer, podemos retroceder no tempo e alcançar uma percepção da origem de tudo que já existiu e existe como um ponto imponderável e sutil.
    Se, por outro lado, tomarmos uma situação atual e avançarmos na reflexão sobre seu desdobramento, por
 
Yud - Hei - Vav - Hei
Yud - He - Vav - He
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meio do processo dedutivo da mente, poderemos avaliar as possibilidades futuras, aplicando o esquema Iud – He – Vav – He.
Se considerarmos que o Poder Yud atrai para si um He complementar (Lei da Complementaridade), assim como o próton atrai o elétron, teremos facilidade de avaliar perspectivas claras. O ponto que representa a quintessência estará implícito em cada família, e representa o marco de aprendizado, a gestalt que se fecha em cada etapa da experiência.
    Naturalmente, tanto um processo quanto outro tropeçam na questão das variáveis intervenientes em qualquer acontecimento, incluindo, no caso de avaliação de situações futuras, o livre poder de escolha de cada consciência ao direcionar sua experiência de vida. Para um meditador alcançar com clareza a avaliação da seqüência dos acontecimentos pela reflexão profunda, é necessário que ele tenha acesso aos domínios mais sutis da mente, libertando o poder intuitivo que reside no inconsciente, para além da fabricação dos pensamentos condicionados e influenciados pelas aparências externas das coisas. Por isto, embora seja possível desenvolver essa capacidade independentemente de qualquer procedimento externo, a utilização de um bom oráculo é um auxílio poderoso, pois canaliza os dotes inconscientes por meio do próprio influxo energético sutil da pessoa, projetando-o nos símbolos construídos para tal fim.
    O Tarot é o mais completo oráculo de que dispomos. Construído a partir de arquétipos profundamente identificados com o inconsciente coletivo e se traduzindo por uma simbologia viva no organismo psíquico individual ao longo de milênios e com incrível atualidade, o Tarot dispõe de uma flexibilidade única, adaptando-se a qualquer investigação que se pretenda realizar. Desde que se tenha o domínio do Tetragrammaton, o buscador não terá como se perder na avaliação das situações, por mais complexas que pareçam. No capítulo sobre o Arcano XVII, a Estrela da Magia, estudaremos outras formas oraculares. O Tarot é visto pelo grande mestre suíço Oswald Wirth como uma “ máquina de filosofar”. Na verdade, a aplicação do Tetragrammaton nas aberturas de Tarot permite a reflexão sobre situações das mais simples às mais complexas, mesmo existenciais e espirituais profundas, de grande utilidade na evolução da consciência.
    O Tarot Hermético aplicado como oráculo, segue, indefectivelmente, o esquema Yud – He – Vav – He – Ponto. Em situações de desdobramento mais longo, o esquema pode ser aplicado, mas não se recomenda avançar além da quarta família, justamente devido à questão do livre arbítrio. A consciência se transforma, e o Iud de uma quinta família poderá estar totalmente transformado com relação ao Iud presente e pelo livre arbítrio, os atores envolvidos poderão dar rumos completamente novos a cada situação.
    Cabe, neste ponto, uma observação preciosa para aqueles que desejem aplicar o oráculo, especialmente para orientar outras pessoas. É de fundamental importância que um operador do oráculo tenha um trabalho autêntico e profundo consigo mesmo, no âmbito do autoconhecimento, do equilíbrio emocional e do desenvolvimento interior no sentido da libertação do poder intuitivo da mente. Cada operador corre o risco de projetar, no momento da interpretação do oráculo, seus próprios medos, desejos, bloqueios e condicionamentos. Se ele não investe no autoconhecimento e não trabalha o equilíbrio emocional não estará apto a avaliar situações de uma outra pessoa, já que não dispõe do desprendimento psicológico necessário para isto. Por isto, um terapeuta precisa, antes de mais nada, passar ele mesmo por um processo profundo de análise. Assim também um operador do oráculo precisa primeiro buscar a clareza de seu mundo interior; então poderá contemplar o do outro.
    Por outro lado, o poder intuitivo da mente é o caminho para a verdadeira sabedoria interior e sua atuação depende de uma prática consistente de relaxamento da mente ordinária. Este não é um caminho difícil, mas exige muita dedicação e prática. Nossa mente é poderosa e é treinada intensivamente para estar atenta ao mundo externo; além disso, nossos medos, frustrações e dores profundas, alojadas em nosso inconsciente, levam a mente ordinária a fugir do olhar interior, mas estão prontos para se misturar às nossas percepções e interferirem no fluxo intuitivo autêntico. Por isto, é fácil confundir um medo ou desejo com intuição e é fácil e recorrente projetar sobre o outro nossos clichês pessoais, sem nos apercebermos disso.
 
Glifo de Netuno na Astrologia
Glifo de Netuno
      Ao estudarmos, na parte sobre astrologia, o planeta Netuno, veremos que o mesmo canal do fluxo intuitivo é também o canal da inspiração. De forma sutil, a inspiração se manifesta sob forma de fantasias, em sua essência, riquíssimas e criativas. Um organismo psíquico livre de bloqueios, preconceitos e recalques atuam com estes canais de forma maravilhosa, nos domínios da arte, da espiritualidade e da sintonia harmoniosa com a sabedoria do universo e da manifestação de forças sutis na natureza dos acontecimentos.
    Os acontecimentos são anunciados por sinais, que se fazem sentir nos níveis sutis de vibração e uma mente aberta é capaz de perceber estes sinais e integrá-los em uma percepção clara e sábia. Para alcançar esse estado de sintonia interior e conectar nossa consciência à sincronicidade que permeia todos os eventos sutis e densos que constituem a experiência, é preciso trabalhar nosso mundo interior incessante e incansavelmente. Se alguém não tem ainda esse poder desenvolvido, deve, em primeiro lugar buscá-lo com todas as forças e trabalhar com o oráculo, em um primeiro momento, de forma a conhecê-lo, compreendê-lo e aplicá-lo em assuntos pessoais. Esse caminho leva anos.
    É perigoso demais para o Karma pessoal interferir em interpretações e decisões de outras pessoas, e por melhor que sejam as intenções, o que parece bom para alguém pode ser um desastre pessoal para o outro. O dano que podemos causar é grave e responderemos por ele, em algum momento de nossos caminhos, pela ação do karma. Por isto, além de todos os cuidados mencionados, que visam a autenticidade da interpretação oracular, o operador do oráculo deve, acima de qualquer coisa, evitar decidir pelo outro ou direcionar de forma pessoal sua decisão. O verdadeiro oráculo respeita, acima de tudo, o livre arbítrio. Deve ser usado para esclarecer, auxiliar a compreensão e a auto-avaliação, dentro dos episódios da experiência, mas jamais induzir a posturas que não sejam autênticas para a pessoa que consulta.
    Por fim, é preciso, para um bom operador, que ele seja dotado da autêntica compaixão, que pode até ser dura com aquele que consulta, mas que tenha o firme propósito de auxiliar a pessoa a crescer, a se tornar um ser humano melhor, a ser ele mesmo, uma vez que é uma criatura de Deus com qualidades, dificuldades e caminhos pessoais, integrados aos propósitos evolutivos do universo. Não é fácil manter uma postura assim desprendida, pois a maior parte das pessoas que procuram o oráculo está em busca de alívio para as aflições do caminho e de forças para prosseguir. Querem ouvir o que imaginam que seja bom para eles, e é preciso muita força para mostrar a verdade e que o único caminho para a felicidade é o da vitória sobre nós mesmos, em nossa ignorância, condicionamentos equivocados e venenos mentais. É preciso ter uma visão clara que a geração do sofrimento é interna e que toda situação pode ser mudada quando nos empenhamos de forma positiva no crescimento interior.
    O operador também enfrenta a dificuldade com a ignorância sobre a função oracular, onde se espera que o oráculo adivinhe situações como se elas estivessem escritas em um destino inexorável, engendrado por um estranho Deus, que se diverte em distribuir venturas e desventuras. Interessante lembrar que adivinhação é um termo que deriva de divinação, termo originado de Divinatio, ou Ato Divino. O oráculo se propõe a avaliar o Ato Divino que é a própria essência da criação, onde está a natureza humana evoluindo. O universo opera por leis inteligentes e harmoniosas; conhecê-las e aplicá-las implica em conhecer o Divino Ato em tudo que existe e acionar a Graça Divina na vida de cada um de nós, pela acumulação de méritos e crescimento interior. O verdadeiro oráculo foi criado para isto. Muitos são os oráculos; mas veremos que o Tarot Hermético, nas mãos de um operador esclarecido, é autêntico.
A Cruz Solar
    Para efeito de interpretação dos Arcanos, aplicaremos o Tetragrammaton, como veremos, em formas diferentes, de acordo com o propósito da abertura, o que depende do tipo de questão que temos pela frente e do nível de abordagem. Da mesma forma que o Universo é Criado, ele continua a ser gerado, nos mínimos detalhes, seguindo as mesmas leis – por isto, não existe nenhuma forma de praticar aberturas oraculares de natureza hermética, que não siga esse esquema. Mesmo o Mandala Astrológico, que em um primeiro momento parece ter uma estrutura diferente, opera de acordo com esse princípio.
    Para iniciar, estudaremos a Cruz Solar, que é a forma mais simples de abertura do Tarot. Para isto, utilizaremos quatro Arcanos que representarão os quatro poderes das Letras do Nome de Deus. Nesta prática, se entende que tudo que acontece no mundo, seja o desenvolvimento de uma situação, um acontecimento qualquer, a realização de qualquer coisa, pode ser simplificado em seus componentes primários Yud – He – Vav – He, cumprindo a lei da analogia, onde o Macrocosmos se reflete no Microcosmos. A Cruz Solar, portanto, opera com uma única família, sintetizando os princípios fundamentais da situação investigada.
    Vale a pena salientar que não existe nenhuma consulta oracular autêntica com um número de cartas inferior a 3. Retirar um Arcano para se ter uma mensagem pode ser inspirador, mas não quer dizer nada do ponto de vista oracular. Precisamos entender, no mínimo os princípios ativo e receptivo de uma situação, assim como das possibilidades de interação criativa entre esses princípios, para ter uma “frase” oracular que permita um avaliação mínima, mesmo para se refletir sobre um momento.
    O Iud revela o princípio ativo da questão; o He revela as condições que o princípio ativo enfrenta, mesmo que em nível interno, psíquico; o Vav revela a interação entre os dois, conflitos e complementaridades, a possibilidade de acontecer algo entre esses dois princípios. Podemos ter um grande Yud e um receptivo He, mas não há interação possível. Tomando um exemplo bem prático, posso ter um magnífico cão e uma gatinha fértil, mas não haverá possibilidade de cruzamento entre os dois. Para uma mente muito bem treinada, pode ser suficiente lidar com esses três dados, pois será capaz de inferir resultados possíveis a partir dos elementos fornecidos em três casas. O quarto elemento, porém, o 2º He, revela a perspectiva do tipo de resultado que se pode obter nessa situação, e é importante lembrar que o oráculo é capaz de captar interferências inesperadas que escapam à mente mais perspicaz. Deixar uma interpretação ao sabor da intuição pode ser perigoso, como já vimos.
    A Cruz Solar trabalha com cinco casas: a posição de número 5 é adotada nesta abertura para identificar qualidades da experiência interior (quintessência) da situação analisada. Considerando que o desenvolvimento da consciência superior é o propósito fundamental de toda experiência, a carta 5 é a essência do significado da situação e de forma hermética, podemos dizer que ela indica o que na verdade, nos leva a essa experiência; a força sutil que nos encaminhou para esse tipo de situação.
    O Arcano da quintessência pode também ser encontrado pela soma cabalística dos valores numéricos dos Arcanos componentes da família. A soma cabalística é obtida somando os algarismos do número final e extraindo os nove de forma a ter um número abaixo de 22. Considero, pela prática, mais inspirador escolher a quinta casa, pois oferece mais condições de manifestação das forças inconscientes que operam. Podemos, além de escolher uma lâmina para a quinta casa, fazer a soma cabalística das quatro primeiras e meditar sobre ela, pois sempre há uma chave nessa mensagem. A abertura da Cruz solar é feita considerando-se como casa 1 a primeira carta escolhida por quem pergunta; casa 2 a segunda, e assim por diante – consultar abaixo a orientação sobre o procedimento para abertura do Tarot. Eis o esquema da abertura:
    
Abertura em Cruz
 
    1. Princípio Ativo, Yud: Representa a qualidade da idéia e a força da intenção de quem consulta, é poder ativo da questão, o ponto de partida para a experiência. O Arcano que aparece nessa casa se refere à pessoa base, fonte da pergunta, e indica a adequação ou não do que se pergunta.
    2. Princípio Receptivo, 1º He: Qualidades do objeto da pergunta com relação à capacidade de responder à intenção da casa 1. O Arcano que sair nesta posição indicará a qualidade do cenário a que a pergunta se aplica. O cenário pode ser uma pessoa. Se perguntarmos sobre um relacionamento, essa carta indica a disponibilidade da pessoa objeto da pergunta para responder aos anseios da pessoa da casa 1.
    3. Processo, Vav: Características possíveis da interação de 1 e 2; favorabilidades e dificuldades do processo ou do caminho da situação. O Arcano que aparecer nesta posição vai indicar qualidades da relação entre a pessoa da primeira casa e a pessoa (ou contexto) da segunda, no âmbito do que foi perguntado.
    4. Resultado Visível, 2º He: Resultado potencial físico, prático, visível da situação;
    5. Resultado Sutil, O Ponto de Mutação, a Quinta Essência: Experiência Interna obtida a partir da vivência do processo como um todo. As inferências interiores sobre a experiência condicionarão o desenvolvimento da situação da pessoa que perguntou para o futuro.
    É muito importante praticar a Cruz Solar para situações bem simples, corriqueiras, de maneira a refletirmos profundamente em busca da compreensão dos significados essenciais de cada casa. Entender o que é Yud em uma situação, o que é He, o que é Vau. A prática habilitará o operador a analisar situações mais complexas, e tudo que se queira perguntar pode ser resumido a este incrível esquema.
O Procedimento para as Aberturas
    No início do processo, o operador embaralha o Tarot, utilizando a mão direita para movimentar o maço e a esquerda para dar suporte. A face das lâminas deve estar voltada para a palma da mão esquerda e o movimento é feito da direita para a esquerda, em direção contrária ao “fluxo do tempo” (esquerda para a direita), ritualisticamente, isto sindica a intenção de busca do conhecimento do futuro.
    Enquanto isto, o consultante deve visualizar a situação sobre a qual vai consultar da forma mais clara possível, procurando construir na mente um quadro onde está a própria pessoa e/ou as outras pessoas envolvidas, o cenário, o contexto, aquilo que se deseja que aconteça, etc.. Então a pergunta deve ser formulada ao oráculo de forma clara e simples, se possível em uma frase muito curta. Deve-se excluir perguntas tipo: é isto ou aquilo, pois causam confusão na resposta. Quanto mais clara a interrogação que se tem na mente, mais simples se faz a sua formulação. Quanto mais simples e direta a questão, melhor o oráculo vai respondê-la. Jamais se deve pensar em duas ou mais situações em uma pergunta. Imaginemos que se lança um pensamento como uma seta em busca de um alvo: a resposta de que se precisa. Se houver mais de um alvo, deve-se lançar mais de uma seta, mas uma por vez. Pergunte-se uma coisa de cada vez, jamais colocando a palavra se no meio.
    Deve-se Manter a perspectiva de que há uma situação e um desenvolvimento provável, ou seja, há um passado, um presente e, certamente haverá um futuro. Veremos no Arcano VIII que, se há uma coluna à esquerda e Ártemis (o princípio equilibrante) no meio, haverá a coluna da direita. Pela Lei do Karma e pela Lei da Evolução, se algo vem se desenvolvendo, está havendo um momento atual e haverá uma projeção futura. Os acontecimentos não nascem necessariamente de acontecimentos visíveis. O que se passa na mente das pessoas, seus sentimentos e emoções são poderosas forças que operam de forma a criar contextos que se expressam sob forma de acontecimentos no plano mundano.
    E não nos enganemos, o que se passa na mente de uma pessoa cria um forte turbilhão astral que, embora invisível, vai operar sobre a mente de outras pessoas e vai influenciar a criação de situações que respondem com perfeição ao verdadeiro padrão de energia que está sendo emitida. Muitas vezes achamos que nossos pensamentos são meras formulações vãs. Não são. O universo se move por energias que não vemos e nossos pensamentos são poderosos. Ás vezes achamos que estamos pensando de uma forma boa e que logo a seguir coisas boas podem nos acontecer. Mas devemos saber que há uma infinidade de pensamentos, emoções, desejos e atitudes anteriores, e às vezes, mesmo nos posicionando de forma positiva, temos de enfrentar conseqüências meio difíceis geradas em situações anteriores, antes de chegar ao mérito do que estamos gerando agora. Este é o valor do oráculo, pois revela para nós o que está se passando em níveis sutis que não somos capazes de perceber com nossos sentidos comuns.
    Dentro dessa postura, se pede o conselho ao Mestre sobre o desenvolvimento do pensamento formulado e se mantém em mente que o Mestre Interior do consultante, sua própria infinita sabedoria, utilizará o oráculo para responder à sua questão. Podemos afirmar que a dimensão oracular do Tarot opera ao nível do contato do inconsciente do consultante com formas arquetípicas dotadas de sabedoria, para que a escolha das lâminas, aparentemente casuais, expressem uma mensagem inteligente, intencional e direcionada. É neste momento que entra em cena o operador, como humilde intérprete da linguagem do oráculo, com a qual ele deve ter um cuidado, um desprendimento e um respeito infindos.
    Toda atenção deve ser dada ao procedimento inicial. O consultante deve respirar e pousar a mão esquerda sobre o baralho (posição do corte), colocando toda a intenção da pergunta, sob forma de energia mental, no baralho. Em seguida, faz o corte, passando a energia para as cartas e, ao soltar o baralho, dividido em dois montes sobre a mesa, soltar também o pensamento formulado sobre ele e tirar tudo da mente, que deve ficar leve e solta, sem estar dispersiva: apenas vazia.
    O baralho será então distribuído pelo operador com a mão direita, em círculo, sobre a mesa (começar na posição de 9 horas, à esquerda do operador, abrindo o círculo em sentido anti-horário, sem deixar espaços em aberto. Esse é o sentido correto do Yud-He-Vav-He (vide em “O Imperador”). Com a mão esquerda, o consultante escolhe aleatoriamente as cartas, em número determinado pelo tipo de abertura (para a Cruz Solar, são 5), colocando-as ao centro do círculo, uma sobre a outra, com a face voltada para baixo. Após a escolha das cartas, o operador faz o movimento inverso para recolhê-las, podendo usar a mão esquerda para auxiliar no fechamento, já que a abertura está definida.
    Pela mão esquerda, do inconsciente, flui a energia sutil. Pela mão direita fluem as energias organizadas, mentais. Por essa razão, o operador utiliza só a mão direita, de forma a não passar para o baralho os influxos do próprio inconsciente e o consultante opera só com a esquerda, para fluir, sem interferência da mente racional, sua energia para o baralho.
fevereiro.09
 
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